Nunca foi tão explícita a antipatia mútua, entre ativistas gays e evangélicos fundamentalistas. E como o diálogo por direitos e deveres baseados no respeito e bom senso, tem perdido lugar para a discussão agressiva e à perseguição de ambas as partes, dividindo a opinião dos brasileiros, resolvi fazer uma explanação.
Começando pelo argumento evangélico, que gira em torno da Lei Mosáica, que qualificava como "abominação" a prática homossexual, com pena de morte para os envolvidos. Alguns ativistas gays e simpatizantes, argumentam que muitas outras coisas que a Lei proibia, foram ab-rogadas com o estabelecimento da Nova Aliança, baseada no amor. Esta é a raíz de toda a confusão, porque tanto os fundamentalistas, quanto os ativistas, vão advogar em causa própria, até se matarem.
Em Jesus, tudo se fez novo. Ou não praticamos a Lei, ou vamos ter que ressuscitar as 613. E será bem esquisito, ter que matar nossos adolescentes teimosos apedrejados ou ser considerados imundos quando menstruar ou ejacular, por exemplo.
O foco é outro: segundo Paulo, o homem é entregue à própria concupiscência quando se torna idólatra. O pecado toma forma em nós, cada vez que tiramos Deus do centro, para colocar lá outra coisa, criatura ou a nós mesmos. A confusão está aí, pois quando o espiritual está desorganizado, a carne vence fácil. E se olhar e não conseguir se enxergar dentro do próprio gênero, é apenas mais uma dessas confusões criadas pela alma. A base é Romanos 1.
Se este argumento não bastar para que um homossexual entenda que há algo errado com ele, os evangélicos devem bater o pó das sandálias. O Evangelho entra na vida do que crê, sugerindo uma nova postura e mudança de mente. Logo, se uma pessoa quiser aprender com Cristo, vai conseguir vencer a carne. Isto se aplica na vida de qualquer um, mas um dia de cada vez.
Da mesma forma que luto contra minha concupiscência diariamente, ora vencendo e ora perdendo, um gay que deseje colocar Deus no Centro, vai ter que estar consciênte de suas batalhas diárias. Se negar dói mais que o preconceito.
Não é algo simples, pois uma coisa é rejeitar o que desejo, à partir da consciência de que é um pecado. Outra coisa é controlar o que desejo, sem saber a raíz de tudo. Ninguém escolhe o que vai desejar.
Segundo Jesus, há os que nascem eunucos (sem libido) e os que se tornam eunucos por causa do Reino (controlam-se para não pecar). Posso conjecturar e dizer que algo acontece ao que nasce sem o desejo pelo sexo oposto, fazendo com que ele substitua o desejo, distorça o sentimento e passe a não se reconhecer, isso baseado em sua história de vida, que nos relatos que ouvimos, é comum registrar abuso, rejeição e violência. Assim, as causas ficam registradas no inconsciênte e muitas vezes ninguém se preocupa em ajudar a pessoa a se reestruturar. Claro que é teoria, mas seria coerente.
Alguns gays argumentam que Deus não exigiria dos homens, algo como abrir mão da felicidade. Para mim, isto é mais uma distorção, primeiro porque a "felicidade" é um conceito utópico. Embora seja possível estar satisfeitos em várias áreas da vida, terá sempre lacunas de infelicidade, crescendo junto ao que se chama felicidade. Não há plenitude nesta vida. Segundo, porque se há alguma, ela não depende do outro, mas de uma sintonia do homem com Deus. Felicidade é gratidão, amizade e prazer em andar com Cristo. O resto é ilusão e este mundo é cheio delas.
Minha posição a respeito da homossexualidade:
- É pecado e é desordem que começa na alma e se manifesta no corpo.
- É mais complexo do que uma simples constatação para mudança. É necessário uma busca sincera diante de Deus, para mortificá-la. Se não houver ânsia pela vontade de Deus, nossa vontade sempre prevalecerá.
Minha posição com relação ao fundamentalismo sobre o assunto:
- A homossexualidade não pode ser vista como barreira que impeça o amor e o respeito pelas pessoas.
- A punição dentro de Israel era aplicada aos homossexuais israelitas e não aos outros povos. Logo, é um pretexto desonesto, atacar pessoas em nome de Deus, se essas pessoas não professam a fé cristã. Desde que um homossexual não tente impor sua preferência dentro da Igreja de Cristo, não temos nada a ver com as escolhas deles.
- O político trabalha por todos. Não puxa a brasa pra própria sardinha. Lugar de pastor é apascentando suas ovelhas e não lutando contra a carne e sangue em outra jurisdição.
- Tão anti-natural quanto a homossexualidade, são outras práticas sexuais muito bem aceitas dentro do casamento de vocês e disso ninguém quer abrir mão.
- Não há maldição que tenha resistido à Cruz. Quem está em Cristo, já não olha a condição humana com impiedade e acusação. É absurda toda e qualquer discriminação contra indivíduos, por causa deste ou daquele pecado. Ainda que tenhamos algum conceito sobre esta ou aquela prática, o amor deve ser o caminho escolhido para trilhar. Só ele cobre multidões de pecados e só ele te caracteriza como cristão.
Minha posição com relação ao pecado em geral:
- Todas as tendências humanas tem o mesmo valor diante de Deus. Não há graduação de pecados, embora as consequências deles sejam diferentes.
Tanto o que pratica a homossexualidade, quanto o que pratica a promiscuidade, a mentira, o adultério, a inveja, hipocrisia, enfim, qualquer um que se coloca no centro para atender a carne, se levanta contra Deus e se torna maldito. Foi assim desde Adão.
Por causa disto, precisamos de Jesus para advogar nossa causa e mediar nossa culpa. Dizer que o pecado do outro é mais grave que o seu, é desonesto e cruel. Antes, busque de Deus a cura para suas próprias mazelas e fraquezas. Uma pessoa que observa o que Jesus ensinou, não tem tempo para atacar pessoas. E uma pessoa que estuda a Bíblia e sabe que estávamos destituídos da Glória de Deus, entende que a maldição estava sobre todos e Jesus se fez maldito por todos. Ninguém mais é abominação.
Aos que acham que a homossexualidade é natural:
- Não pode ser chamada de natural, algo que precise de apetrechos artificiais para acontecer, como lubrificantes e próteses por exemplo.
- Sabemos que a função do ânus é a excreção, não precisa ser religioso pra saber que se não forem tomadas precauções, a prática improvisada sexual usando este orifício, causa desconforto e consequências futuras. Não foi idealizado para o sexo, embora seja praticado inclusive por héteros.
- Embora se crie um status sexual a cada dia, continuam nascendo apenas meninos e meninas.
- Se a vontade de Deus fosse esta, cada ser nasceria com os dois sexos e escolheria o de sua preferência na idade adulta. Se não é assim, há uma desordem que impede que o homem ou a mulher, se assimile dentro de seu gênero e viva sua sexualidade sem conflitos.
Homofobia e preconceito:
Todos temos direito à liberdade de opinião e expressão. Direito à escolher nossa filosofia de vida, criar e seguir conceitos. Mas é nosso dever respeitar as escolhas dos outros, mesmo não sendo coniventes com elas. O direito de um termina, onde começa o direito do outro.
Perseguir, tratar mal, depreciar, ofender, agredir com palavras e ações, são práticas reprováveis e absurdas contra pessoas que Deus amou. Nada disso representa o Evangelho, nada disso é o que Jesus faria.
Se professamos a fé cristã, precisamos ser coerentes com ela. Podemos julgar atitudes, mas jamais condenar pessoas.
Os preceitos de Deus não mudam, o Evangelho não acompanha as mudanças do mundo, os cristãos não se conformam com o século, Deus não faz acepção mas também não abre exceção.
Os preceitos de Deus não mudam, o Evangelho não acompanha as mudanças do mundo, os cristãos não se conformam com o século, Deus não faz acepção mas também não abre exceção.
O homem é que precisa de metanóia e não a Bíblia que precisa de releitura. O Evangelho não vai mudar para satisfazer o ego de ninguém. Ou a Graça nos alcança, ou não. A Boa Nova é a Vida, porque a morte nós já temos.
E acima de qualquer moralismo, senso de ética e cultura (almáticos) está o amor (espiritual) que deve emanar de nós em TODAS as direções.
Que babado, amei a postagem rsrsrs
ResponderExcluirObrigada, seja bem vindo (a)!
ResponderExcluirO que importa é dizer que Deus não faz acepção de pessoas, embora salve para transformar a vida de qualquer ser humano. Todos nós começamos uma caminhada em algum momento em que escolhemos Jesus e de maneira nenhuma permaneceremos como estamos, se há sinceridade em nossa decisão. Um beijo!
Neth,
ResponderExcluirEnquanto houver adequação da Bíblia aos interesses pessoais, as distorções acontecerão.
Em relação aos gays, o que ocorre - pelo menos é o meu sentimento - é que eles NÃO QUEREM aceitar a verdade de Rm 1. Não é nem questão de A.T., mas de argumentar que, se Deus é amor e que se vivemos numa nova Aliança, a Lei já foi abolida e agora estamos sob a Sua Graça. Daí que ocorre uma outra distorção: se Deus ama a todos do jeito que são, então Ele também ama os gays. Até aí, Inês é morta, porque homo ou heteros são pecadores em igualdade de patamar diante do Trono.
O que há, mesmo, é a inversão de valores, que vem corroendo o significado de FAMÍLIA, principalmente.
Por outro lado, não podemos deixar de reconhecer a agenda gay, que quer IMPOR seus valores à sociedade e que vem numa cruzada direcionada à igreja cristã (evangélica/católica), por esta se posicionar contra os princípios/valores homossexuais. Nesse, caso, contudo, o que me causa estranhamento é o silêncio desse grupo em relação ao Islã, que é abertamente contra o homossexualismo, punindo com morte o homossexual.
No meio desse tiroteio fica uma igreja que passou décadas empurrando o assunto "homossexualismo" para debaixo do tapete, ao invés de abri-lo assim como abre o dízimo e o adultério. Resultado: não sabe como lidar com o problema e usa o artifício mais fácil e rápido, que é combater tão somente, ao invés de tratar.
Bjs.
Lu, entendo que a revelação bíblica, é pra quem crê nela. Existe uma confusão estabelecida, porque ambos os lados querem impor suas verdades.
ResponderExcluirComo disse um filósofo pós moderno, "ado, aado, cada um no seu quadrado".
Acho que é possível viver e conviver bem com toda sorte de pessoas, desde que não se perca o respeito.
Quanto aos homossexuais que procuram a Igreja, devem receber acompanhamento, apoio, conselhos baseados na Bíblia, enfim. Mas quanto aos outros, devem ser tratados como qualquer outro cidadão, cumpridores de deveres e com direitos respeitados, sem privilégios, mas também sem ataques de fanáticos.
Meus Deus, o que falar deste texto. UAUUUU!!! Boca aberta. Sem fôlego!!! rsrsrsrsrsrsrs.
ResponderExcluirFalou Tudo amiga.
Disso tudo o que podemos dizer é que devemos respeitar e amar sempre, mas não podemos concordar e achar que tudo isso é normal.