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terça-feira, 13 de junho de 2017

Jugo desigual

2 Coríntios 6:14: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?"

Na mentalidade evangélica, estar em jugo desigual é aceitar um casamento misto de religiões ou falta de conversão à fé evangélica por um dos cônjuges. Isto, porque para alguns, "cristão" não é questão de ser, mas de estar arrolado no rol de membros de uma instituição, participando da comunidade local. Por este prisma, todos que estão do lado de dentro, estão aptos a se tornarem candidatos ao matrimônio e os que estão desconectados com a religião, são classificados como incrédulos.

Graças a Deus que enxerga o coração e não pede à ninguém informações a respeito de ninguém. À todos conhece intimamente, dentro ou fora de qualquer endereço.

O jugo é uma peça feita de madeira que é utilizada para unir dois bois, para que andem no mesmo compasso enquanto puxam um arado ou uma carroça. O que Paulo está dizendo, é que no casamento, ambos devem estar sintonizados com os mesmos princípios, valores e disposição para se dedicarem a tarefa de viver bem juntos, cada um cumprindo sua parte, para que estejam alinhados na função de administrar o lar e educar os filhos.

Segundo ele, o marido deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja e a esposa deve ser submissa ao marido, ou seja, estar sob a mesma missão do marido. No frigir dos ovos, tudo significa domar o ego para conseguir se doar. Tanto o marido que se doa para a esposa no exercício do amor, quanto a esposa que abre mão de atender à si mesmo, para estar sob a mesma missão do marido, estão se negando para amar.

Jugo desigual neste contexto, é o casal que não prioriza um ao outro, assim, consequentemente, uma das partes acaba não sendo leal, ou fiel, ou companheira, ou doadora, ou responsável, ou equilibrada. E o casamento desanda, porque não conseguem caminhar juntos, um auxiliando e guiando o outro, mas seguem num jugo desigual.

Dificilmente um casal ficará junto, se um se doa e o outro só recebe. Se um dá o sangue e o outro é o sangue-suga. Se um investe tudo e o outro só pensa em se beneficiar. Dificilmente experimentarão a sensação de bem estar juntos, se entraram nesta jornada pensando em conquistar a própria felicidade. O marido deve amar a esposa (priorizá-la, servi-la, doar-se à ela) e a esposa deve ser submissa ao marido (priorizá-lo, servi-lo, doar-se à ele) completando-se mutuamente, cada um cumprindo suas tarefas dentro do lar. Um buscando fazer O OUTRO feliz.

Nada disso tem a ver com religião, mas com uma postura na vida, uma decisão consciente e escolhas pautadas no amor. Nada disso tem a ver com uma das partes ser evangélica e a outra não, pois o que somos intimamente não está diretamente associado com o frequentar uma denominação religiosa. 

Existem casais dentro de instituições que não se respeitam, não se ajudam, não se amam. Existem maridos dentro de igrejas, que entendem que submissão é ser capacho e que amar é bater ponto na cama. Existem esposas que se tornam verdadeiras songamongas em troca de provisão. Casamentos de fachada que duram uma vida, mas são jugos desiguais.

E existem casais mistos na fé, mas que marido e esposa conseguem estar sintonizados, se amando e vivendo em perfeita união. Questão de ir se adaptando, corrigindo e revendo os passos, enquanto seguem juntos, na tarefa árdua que é viver sob o mesmo teto.

Incrédulo é todo aquele que não creu nas palavras de Jesus, que são espírito e vida e portanto não aprenderam a amar. Estes, ainda que estejam praticando os ritos com suas máscaras e carrancas farisaicas, ainda não se livraram das trevas e não refletem a luz de Cristo. Portanto, fazem de seus casamentos, extensão de sua hipocrisia religiosa, entendendo que nada tem a ver com os conselhos de Paulo.

Jugo desigual é quando o amor não se nivela e portanto não há cooperação. Fatalmente o ambiente se tornará um campo de guerra ou de frustração.

2 Coríntios 6:14: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?"

Ambos cumprem seus deveres, obrigações e gozam de seus direitos? O Jugo está bem ajustado, porque o amor é prática. Caso contrário, jugo desigual, fracasso e infelicidade, porque o ego tem o poder de destruir tudo.


segunda-feira, 12 de junho de 2017

Batizado do Maurício




Meu neto batizou ontem e postei as fotos do evento religioso no Facebook, já esperando que meus amigos evangélicos rejeitariam a publicação. Dito e feito. Compartilhei na minha página e quem curtiu e comentou, foram os conhecidos da família materna do Maurício e alguns parentes meus. Mas os religiosos evangélicos da minha rede social, não se manifestaram e com isto fica muito claro que associam o "curtir" à uma aprovação ao rito em si.

Sou cristã com toda a convicção e religião por religião, não gosto de nenhuma. 
Jesus no oitavo dia de vida, foi levado ao Templo para circuncidar, como era o costume judaico. Nunca vi nenhum católico ou evangélico fazer isto, por motivos óbvios: o costume religioso era para o povo Hebreu, de acordo com a Lei de Moisés. Então, tanto faz se alguém joga água na cabeça ou levanta a criança para orar. O símbolo do rito, seja no batizado ou apresentação da criança, é introduzir a criança na fé cristã. É o compromisso da família em ensinar as primeiras lições da vida, com princípios e valores cristãos. 

O que chama minha atenção, é que na tentativa de "agradar" a Deus participando ou não de algo, as pessoas acham normal essa segregação onde o que fica evidente para mim, é a falta de amor e tolerância. Enxergam tudo como pecado e não conseguem ver Deus uns nos outros.

Se um grupo ou outro se enxerga como "o correto", não aprenderam isto de Cristo, que veio ensinar um modo de vida e não criar uma nova religião. Combateu a tradição com todas as forças e jamais ordenou que se criassem outras. Sua única ordenança, foi que nos amássemos uns aos outros, como Ele mesmo amou. Se entendemos tudo errado, foi por nossa conta mesmo, repassando ensinamentos tortos de geração em geração. Se há erros de interpretação aqui, também há alí, portanto, todos carecemos da mesma Graça e Mediação de Cristo.

Da minha parte, desde que me vi livre de religiosidades e tradições, comprometo-me a estar onde haja amor. Estou nas causas onde o bem se manifesta, estou nos convites da alegria, das celebrações, dos sorrisos, da gratidão, seja num lar, num ambiente religioso ou onde mais o amor se manifestar, na comunhão da mesa e do abraço.

Prestei atenção em cada simbologia e explicação do padre que realizou o batizado e me emocionei. Fiz intimamente meu compromisso de ensinar ao meu neto sobre Cristo e sobre o amor.

O preconceito rouba momentos de nossas vidas que podem ser muito bonitos. E exclui pessoas que poderiam ser tão irmãos quanto os que congregam conosco. Graças a Deus podemos elevar à Ele esta oração: "Que a vida do Maurício seja pautada no teu Evangelho, para que ele cresça te amando, servindo e glorificando Teu Nome com a vida, Amém!"

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Para eles





Se o coração fosse terra e as lembranças sementes,
semearia cada uma, para que pudessem renascer
recriar, reviver, tempos que não voltam mais...

Seria menina de novo, teria os dois novamente
alegremente relembraria a sensação de crescer,
cuidada e protegida, pelo amor dos meus pais...

Mas como não é possível reviver isso aqui,
meus dias seguirão incrustados de saudade
Por enquanto o amor que dei e recebi,
fará o elo entre o tempo e a eternidade.

Um dia, pai e mãe, hei de estar com vocês
essa dor que agora sinto, há de ter fim.
E sem a pressa entre o tempo e espaço, outra vez
terei a alegria de tê-los pertinho de mim.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Videira Verdadeira




A religião ensina uma cartilha a ser cumprida, ordem nos ritos, lista de afazeres, hierarquia a ser obedecida, um estatuto a ser observado, uma carga pesada e cruel nos lombos de quem deseja "fazer a vontade de Deus" e acaba novamente escravizado aos caprichos e vaidades humanas. Uma sucessão de erros, culpas e castrações, para no final gerar frustrações nos deslizes inevitáveis.

Jesus não usa a metáfora de uma fábrica ou da marcenaria de José, onde se segue uma cartilha, desde cortar e lixar a madeira, até ter nas mãos um móvel. Quando fala de obra do oleiro, do ourives, do agricultor, etc. Está sempre referindo-se ao próprio Deus, quem trabalha ainda hoje por cada um de nós.

Ele se põe como a própria Videira verdadeira, onde a responsabilidade de levar a seiva aos ramos, fazendo-os frutificar, é Dele mesmo. É Ele a Raiz santíssima, responsável por nutrir os ramos, para que não sejam apenas caules pendurados, porem inúteis, mas que venham a ter plena conexão com sua essência amorosa, porque só assim serão capazes de dar frutos.

No texto de João 15, de 1 a 8 Ele ensina a permanecer na Videira e de 9 à 17, Ele explica que isto é permanecer na Sua Palavra, no Seu Amor. Estar conectado em Cristo, é ter a mesma essência que Ele. É praticar sua Palavra, que é espírito e vida. É amar como consequência natural por estar enxertado Nele.

Não há metodologia para dar crescimento à Igreja. Não há estratégia, não há trabalho exaustivo, não há busca sem fim, nem sacrifícios a fazer. O que faz uma Igreja frutífera, é a verdadeira conexão com Cristo. É estar na Videira, é receber Dele a pura seiva, a essência amorosa. Isto é permanecer no Evangelho. Jardim e não máquina. Videira e não indústria.

Ramos adoecidos, secos, desconectados, infrutíferos são cortados, não servem para nada. Ainda que dêem o sangue à religião, permanecem completamente inúteis ao Reino de Deus.

O Agricultor continua trabalhando nestes ramos adoecidos, para que restabeleçam a conexão com Cristo. O Senhor disciplina ao que ama. Existirão situações que Deus permitirá na existência, para que haja cura de alguns, mas que no final, cortará outros que permanecem obstinados. A disciplina produz frutos de Justiça nos filhos e morte nos ramos que estão, mas não são.

A Glória de Deus é manifesta ao mundo, através dos frutos dos filhos, que estão em Cristo. Glorificamos a Deus com a vida, quando produzimos obras de Justiça, como aprendemos Dele.

É Dele todo o trabalho, só precisamos aprender a não querer mais a nossa vontade, que procede de um coração enganoso, pois enxertados em Cristo, passamos a querer o que Ele quer. Assim, seremos testemunhas públicas, cartas vivas e Evangelho nos encontros uns com os outros.