Páginas

sábado, 14 de março de 2009

Ser pão

Dois momentos me sugeriram uma auto-análise ontem: O primeiro, onde eu achava que a vida me pertencia e portanto, as escolhas eram minhas. Eu não conhecia o dono dela, senão de ouvir falar e como as rédeas estavam em minhas mãos, avançava por caminhos tortuosos, inconsequentemente e sem peso na consciência.

Depois da conversão, caí no outro extremo: Meus olhos me viam como alguém inatingível pelas garras do mal. A santarrona inabalável. Porém, estava apoiada nas minhas próprias forças. Convicta, porém inexperiênte, não sabia até onde podia ir, mas estava acima do bem e do mal. Livre da linguagem do mundo, mas presa em meus devaneios.

Eu dizia pra Deus ontem... quantos tombos são necessários até que um homem se enxergue?
No primeiro estágio, fui massacrada por todos os lados, até reconhecer que era completamente necessitada de socorro. Eu era incapaz, era miserável e estava nua.

No segundo estágio, precisei levar uma bela de uma rasteira, para voltar à realidade e reconhecer que continuava sendo pó.

Eu não precisava daquela postura equivocada, daquele orgulho infeliz, da falta de humildade que resistia...

Ao longo da vida, a massa é sovada, cada vez que o vaso sai errado. Quanto mais deformidades, mais severidade no toque. Quanto mais resistência, mais açoites.
Meditava ainda à noite, quando reencontrei o texto "O pão que se esfarela", do antigo blog do Alysson Amorim.

Celestiano não se encontrou na política, nem na poesia.
Mas se encontrou quando se reconheceu "um nada". Vazio de tudo aquilo que foi um dia, mas repleto da sabedoria acumulada pelas experiências, se limitou à ser o pão que se esfarela e alimenta cães barulhentos, sujos e desavergonhados. Tão sujo e engordurado quanto eles. Nada mais, além do afeto nos olhos.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Cristianismo

"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro odiou à mim.
Se fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu. Mas como não sois do mundo,
antes, dele vos escolhi, é por isso que o mundo vos odeia." Jo 15:19

Verdade, amor, perdão, renúncia, abnegação, desprendimento, humildade, mansidão, bondade, domínio próprio, paciência, etc. São virtudes que causam repugnância na maioria das pessoas que não crêem, ou crêem de forma distorcida. A "doença" chamada cristianismo, é a única que mata o corpo e salva a alma.

domingo, 8 de março de 2009

Aborto e ex-comunhão.

Desde que este caso veio parar na mídia, temos discutido no webservos, sobre a decisão da ICAR de ex-comungar todas as pessoas envolvidas.
Esse assunto é sem dúvidas muito pesado. Envolve não apenas o aborto, mas a pedofilia, o estupro, a degradação da família, o despreparo da instituição pra lidar com vidas, um futuro comprometido da menina e dos familiares, etc.

Tanta coisa, que a gente toma pra si essa situação, se coloca no lugar das pessoas e muda conceitos.

Sempre fui defensora da vida e contra o aborto. Meu post mais movimentado, foi justamente sobre este tema. Mas diante deste caso específico, fico me questionando, o quanto a igreja é medieval e despreparada para lidar com o problema alheio.

Sim, pois permitir que esta gravidez percorresse seu curso, seria loucura, já que a menina às 15 semanas, sentia fortes dores já. Corria risco de vida, poderia na melhor das hipóteses, romper o útero, que é infantil e portanto não suportaria uma gravidez gemelar. Sabe o que é ter 33 kilos e nove anos de idade?

Pois é... impossível salvar as três vidas.

Sim, aqui entra o assunto fé. Mas podemos cobrar isso de uma família que está prestes à perder sua filha e tem nas mãos a chance de optar por salvá-la?

Sim, o aborto é repugnante! Mas diante de um caso de extrema delicadeza, fui favorável. Infelizmente.

Mais detalhes: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1031362-5598,00.html