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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A Verdade vos libertará...

Não é difícil chegar à conclusão, de que não há liberdade nessa vida.

Entre a escravidão do pecado e a escravidão do fanatismo, há ainda a escravidão do egocentrismo, da auto-suficiência, das inúmeras ideologias, etc.

Cada homem se escraviza à sua própria verdade e defende seu algoz, como se ele fosse um bom senhor.

Até nossa maneira de perceber o Evangelho é equivocada muitas vezes.
Dia desses, um forista se justificava por ter tentado afogar um gay na privada de um shopping aqui em BH, dizendo que Jesus foi agressivo em alguns momentos... Isso ocorre nas igrejas!
E acredite, minha correção política, foi mais atacada que a atitude dele...

Ousei dizer que o sangue de Jesus, foi derramado também por aquele.

A impressão que tenho, é que é tão difícil nos libertar de nossas "verdades", que convertemos a imagem da Verdade, conforme nossas imundícies. Assim, temos a ilusão de sermos livres.

Saberemos o quanto somos desprezíveis, quando enfim vier a "verdadeira" Verdade.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Esperança para Marcelinho

Um de meus alunos da escola bíblica, de 8 anos, entrou na classe perguntando: Hoje só veio a gente? Que bom, a aula vai ser tranquila...
Eu disse então: É mesmo, vamos ficar mais a vontade hoje!
Falávamos sobre os 10 mandamentos, enquanto coloríamos um livrinho com figuras do cotidiano, que lembravam cada mandamento.
Derrepente, Marcelinho começou a desabafar: Meu pai brigava demais com minha mãe. Acredita que ele jogou uma cadeira dessas pesadonas em cima dela e até quebrou o braço da minha mãe?
Uma outra aluna interrompeu: Seu pai é nervoso, hein! Ele está numa jaula?
Marcelinho deu um sorrisinho e respondeu: Tá pensando que meu pai é um leão? Ele está numa cela! Vai ficar lá cinco anos e seis meses...
Numa idade em que os meninos vêem um herói no pai, fazem dele referência, exemplo a ser seguido, coube à mim a missão de proteger a esperança de Marcelinho.
Ele continuava: Meu pai deu um tiro na cabeça de um homem... mas ele não está lá por causa de tiro não! Ele tá preso só porque fumou maconha...
Então, o fiz entender que seu pai agiu mal, mas nem por isso ele deveria deixar de amá-lo. Pois Deus tem poder para fazê-lo agir diferente.
Eu disse que iríamos continuar orando juntos e também que falaríamos de Jesus para o pai dele. Quem sabe, se ele desejar muito e se comportar bem, pode até voltar pra casa antes...
O menino brincava aliviado e meu coração chorava.

domingo, 9 de novembro de 2008

Envelhecer é ruim?

Terça é meu aniversário e eu acabo fazendo um balanço nessas datas. O que fiz, o que pretendo fazer, o que quero, no que preciso mudar...
O melhor nessas datas é minha casa cheia, pois disso não abro mão. Amigos sempre me trazem seu carinho todos os anos. E sempre os recebo com quitutes pra lá de deliciosos! hehe
Mas não deixo de pensar no lado esquisito da coisa... Pai, 37 anos!!!! Tudo bem que nem aparento... rsrsrsr mas me assusta envelhecer...

...

Difícil tarefa é encarar o espelho...
quem fugirá do inevitável?
Constatar que o rosto perdeu o viço
e os cabelos perderam a cor;
Tintas, plásticas, cremes;
Nada devolve a juventude...
Mas se negar a envelhecer,
é desejar o lugar do outro, o que nasce.
É negar a esperança, o recomeço, o novo...
Por que envelhecer significa perder o lugar?
Não é a noção de nossas limitações
que nos impulsiona à andar pra frente?
Saber que logo morreremos,não alimenta a pressa de saber?
Ler, buscar, viver intensamente, aprender,
tudo isso não é consequência dessa consciência?
Se é o que há de mais natural,
por que rejeitamos a velhice, a doença e a morte?
Não é compensação suficiente,
ser eternos diante de Deus?

sábado, 1 de novembro de 2008

É preciso dizer

"Demonstrar o amor é uma forma de deixar a vida transbordar dentro do próprio coração.
A maioria das pessoas estabelece datas especiais para manifestar o seu amor pelo outro : é o dia do aniversário, o natal, o aniversário de casamento, o dia dos namorados.
Para elas, expressar amor é como usar talheres de prata : é bonito, sofisticado, mas somente em ocasiões muito especiais.
E alguns não dizem nunca o que sentem ao outro.
Acreditam que o outro sabe que é amado e pronto.
Não é preciso dizer.
Conta um médico que uma cliente sua, esposa de um homem avesso a externar os seus sentimentos, foi acometida de uma supuração de apêndice e foi levada às pressas para o hospital.
Operada de emergência, necessitou receber várias transfusões de sangue sem nenhum resultado satisfatório para o restabelecimento de sua saúde.
O médico, um tanto preocupado, a fim de sugestiona-la, lhe disse : pensei que a senhora quisesse ficar curada o mais rápido possível para voltar para o seu lar e o seu marido.
Ela respondeu, sem nenhum entusiasmo :
-- O meu marido não precisa de mim. Aliás, ele não necessita de ninguém. Sempre diz isto.
Naquela noite, o médico falou para o esposo que a sua mulher não queria ficar curada.
Que ela estava sofrendo de profunda carência afetiva que estava comprometendo a sua cura.
A resposta do marido foi curta, mas precisa :
-- Ela tem de ficar boa.
Finalmente, como último recurso para a obtenção do restabelecimento da paciente, o médico optou por realizar uma transfusão de sangue direta.
O doador foi o próprio marido, pois ele possuía o tipo de sangue adequado para ela.
Deitado ao lado dela, enquanto o sangue fluía dele para as veias da sua esposa, aconteceu algo imprevisível.
O marido, traduzindo na voz uma verdadeira afeição, disse para a esposa :
-- Querida, eu vou fazer você ficar boa.
-- Por que ? Perguntou ela, sem nem mesmo abrir os olhos.
-- Porque você representa muito para mim. Você é a minha vida !
Houve uma pausa.
O pulso dela bateu mais depressa.
Seus olhos se abriram e ela voltou lentamente a cabeça para ele.
-- Você nunca me disse isso.
-- Estou dizendo agora.
Mais tarde, com surpresa, o marido ouviu a opinião do médico sobre a causa principal da cura da sua esposa.
Não foi a transfusão em si mesma, mas o que acompanhou a doação do sangue que fez com que ela se restabelecesse.
As palavras de carinho fizeram a diferença entre a morte e a vida. É importante saber dizer : amo você!
O gesto carinhoso, a palavra gentil autêntica, a demonstração afetiva num abraço, numa delicada carícia funcionam como estímulos para o estreitamento dos laços indestrutíveis do amor. É urgente que, no relacionamento humano, se quebre a cortina do silêncio entre as criaturas e se fale a respeito dos sentimentos mútuos, sem vergonha e sem medo.
A pessoa cuja presença é uma declaração de amor consegue criar um ambiente especial para si e para os que privam da sua convivência.
Quem diz ao outro : eu amo você, expressa a sua própria capacidade de amar, mas também, afirmando que o outro é amado, se faz amar e cria amor ao seu redor.
Não basta amar o outro.
É preciso que ele saiba que é amado ! "

Autor desconhecido

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Papel ao vento


Uma lágrima cai

depois do bocejo...

Os olhos vagueiam tediosos...

olham e não acham,

mas também não sabem

o que procuram

Papel ao vento

destino incerto

Ele chega, me olha e não enxerga

seu coração também é míope

troquei o tédio pela frustração

domingo, 12 de outubro de 2008

Lavando os pés


Estamos limpos, assim disse Cristo.


Mas não somos nós que o traímos com nossas concupiscências, o negamos quando não nos convém assumí-lo e o abandonamos, quando ele diz que são poucos os trabalhadores?


“Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” disse ele.


Todo o que caminha, carrega nos pés, o pó da jornada e cabe à nós, lavar os pés uns dos outros.


Nisto está minha justiça: Sigo limpa, apesar de ainda sujar os pés e não há homem que não os suje na caminhada.


O serviço mútuo é o maior sinal de humildade, não o ritual com água e toalha.


Assim, o significado do lava pés é imenso dentro do universo da graça, no qual todos estão limpos a não ser os pés. Deste modo olho para meu irmão como alguém que está limpo e caso seus pés estejam sujos eu não julgarei o corpo por isso, antes lavarei-lhe os pés.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mazelas


To sentindo algo que não quero definir.
Não acho que o que eu sinto deva ter um nome;
Nem preciso definí-lo como algo que já exista.
Até porque não sei se quero o que os outros querem, quando sentem algo parecido.
Não me vejo fazendo promessas, tampouco cobrando outras,
só uma sede incontrolável, uma fome insaciável, um vazio que outra coisa não preenche... desejo de trocar, só isso.
Só queria viver um dia de cada vez... hoje, amanhã, depois... cada dia com sua ocupação, sem preocupação. Não tenho o direito de querer mais.
Li uma frase agora que dizia: "Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se."
Acho que não há forte nessa história! :(
Forte, só minha dor.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Metamorfoseando



Não quero me encaixar em padrões, esses malditos grilhões; Nem seguir cegamente tradições ou qualquer definição pré estabelecida.




Também não sinto necessidade de transgredir todas as normas, leis e estatutos. Não preciso desta auto afirmação. Não busco reconhecimento, nem estima alheia.




Quero apenas a liberdade de ser o que quiser, na hora em que decidir e mudar quantas vezes julgar necessário, sem ter que carregar na testa o rótulo de insana.




A voz que me molda, vem de dentro.




Para mim, o ser não é humano.




quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Tal como sou


Gosto de verdades nuas

gosto de palavras cruas

Máscaras são bonitas

mas nenhuma cabe em meu rosto...

Gostem ou não do que eu digo,

quem quiser andar comigo

vai me ver tal como sou

e vai provar do meu gosto:

às vezes mel e doçura,

às vezes fel e amargura,

fria ou quente, morna nunca.

Não perdi tempo

nada foi tarde ou cedo

tudo foi necessário

para no meu crescimento diário

aprender à lidar com o medo.

Errar, errei mais que tudo

mas não mudaria o enredo.


Sou a soma dos "sins" e "nãos"

nem as dores foram em vão

houve tempo de rir,

tempo de chorar

tempo de vencer e ser vencida

tempo de unir, tempo de se ausentar

não há atalhos para a vida!

sábado, 6 de setembro de 2008

21 anos de saudades, para meu pai

Tanto tempo se passou e a saudade me venceu
enraizou-se e cresceu dentro do coração
e alí, eternizou tua lição.
Ah, se o tempo voltasse...
te beijaria muito mais;
Demoraria em ser criança
para caber nos teus joelhos;
Contemplaria cada traço,
acariciando seus cabelos;
Ouviria e plantaria no peito
cada um dos teus conselhos;
Ah, se de novo adolescesse!
Não te sonegaria a atenção...
Nunca esqueci tua voz
nem as risadas, que pra nós,
brotavam até sem razão...
O que me leva é a esperança
que guardei no coração:
Um dia estaremos no céu
e a cena, já posso ver:
alí não haverá pressa
pra terminar as conversas
que hei de ter com você...
Haverá uma eternidade,
para esquecer a saudade
e passear segurando sua mão;
Debaixo de uma árvore
engrandecer nosso Deus
duetando uma canção...
Te olhando tão lindo,
louvando e sorrindo
dedilhando o violão!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ágape

O amor eros e philos são meramente humanos, porém o Amor ágape, é o Amor com que nosso Deus amou o mundo.

Mesmo perdidos nas nossas concupiscências e pecados, Ele nos amou incondicionalmente e nos ensina através de suas palavras e atitudes, que é possível ao homem, amar desta forma.

O fruto que o Espírito produz é este, não o philos, que é o amor com que amamos nossos amigos e familiares, nem o eros, que é o amor entre homem e mulher.

Mas o ágape, que é o Amor incondicional, aquele que não busca retorno, aquele que não requer recompensa, aquele que apenas os filhos nascidos do Espírito, são capaz de sentir, porque provém do Senhor.

É este que nos estimula à servir ao próximo, ser útil na obra e colocar Cristo no centro de nossas vidas.
É este que nos permite perdoar setenta vezes sete, mostrar a outra face para ser esbofeteada, assim como Cristo sofreu toda a espécie de tortura, permanecendo firme no seu propósito.

Qual o proveito de amar nossos próprios amigos? Há algo extraordinário em amar aqueles que demonstram amor por nós? Os que convivem conosco ou à pessoa pela qual sentimos desejo físico?
O ágape, nos permite amar nossos inimigos, aqueles que nos perseguem e injuriam. Que recompensa há, em amar apenas os que nos amam? Qualquer perdido age assim.

Para sermos perfeitos, como perfeito é nosso Pai, temos que receber Dele essa capacidade.

1 Co 13 explica detalhadamente o Amor, de que Cristo estava falando: O Amor que se submete ao sofrimento, que não busca os próprios interesses, que busca a justiça, que suporta as falsas acusações, que crê e que sabe esperar... este é o amor que não falha. É o Amor que o Senhor recompensa.

Amor incondicional, é aquele que não depende de reciprocidade para existir. É aquele que de tão grande, ninguém consegue definir. O próprio Deus é Amor. Puro Amor ágape e somente os que são Dele, possuem como herança esta capacidade.

Quem não é nascido de novo, não consegue identificar o Amor ágape. Foi por isso que condenaram o próprio Deus encarnado à morte, foi por isso que os próprios cristãos se omitiram e Pedro negou a Cristo. Visaram seus próprios interesses, porque o Espírito Santo ainda não havia descido sobre eles, portanto, não reconheciam nem produziam este tipo de Amor.

Infelizmente a maioria dos que se dizem cristãos, não tem a mínima noção do que Paulo está falando, em 1 Coríntios 13.

Amém


Hoje, meu despertador foi minha própria voz, dizendo um sonoro Amém!

Ainda sonolenta, percebia sumir aos poucos, a doce voz que sussurrou no meu ouvido;

"Se você perseverar, me buscar e quiser dar frutos,

te abençoarei com cor, sabor e perfume!"

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O amor maior

Hoje, o relato da criação falou comigo como nunca.
Já o li trocentas vezes, porque dou aula pra crianças há alguns anos e sempre tenho que falar da criação.
Mas hoje, estava observando, o amor de Deus, enquanto fazia com que o homem reconhecesse seu erro.
Primeiro Adão. Alguém consegue se esconder da onipresença de Deus? Porém Ele pergunta: Onde estás? Pergunta, para que o homem caia em si e confesse seu erro, mas o homem, se justifica.
Quando Deus vai direto ao assunto, Adão põe a culpa em Eva e Eva na serpente... ninguém se arrependeu!
Mesmo assim, Deus tem um gesto de amor, quando faz para eles roupas de pele...
No caso de Caim, aconteceu a mesma coisa.
Deus o perguntou por seu irmão, para que ele confessasse, mas ele se esquivou, como Adão, ao invés de se arrepender.
Mesmo assim, por misericórdia, Deus o protegeu com um sinal, para que ninguém o matasse.
Lembrei das mães que visitam filhos presos.
Repararam a humilhação que elas passam, mas fazem por amor aos filhos?
Independentemente do que o filho seja, os pais não desistem deles.
E ainda que desistam, o Pai jamais desiste!
Depois lembrei que há um ano, aqui em Belo Horizonte, uma mulher tentou abortar aos 6 meses de gestação. A criança resistiu. Após várias doenças curadas, depois de dois meses de encubadora, recebeu alta e a mãe a levou...
Na Lagoa da Pampulha, apesar de bonita, quem passa perto tem que tampar o nariz, pois parece um esgoto à céu aberto.
E a "mãe", que premeditou o crime, colocou o bebê num saco de lixo e lançou na água poluída.
A madeira que ela amarrou no saco, para que ele afundasse mais depressa, funcionou como bóia e o saco veio pra perto da margem, onde um vigilante assustou-se com o chorinho da bebezinha, que estava na água fria e conseguiu trazê-la e salvá-la.
Alguém tem dúvida que essa menina vai ser uma bênção?
Deus ama seus filhos e os ampara, mesmo quando ninguém os quer.
No caso do pecado, Ele deu chance de arrependimento, mas o homem quando peca, nega, se esconde, sente culpa e vergonha, mas só confessa quando não tem pra onde escapar e nem sempre se arrepende.
Será que se houvesse arrependimento, a árvore da vida seria o antídoto pra consequência do pecado?

sábado, 26 de julho de 2008

Quando se reconhece um irmão

Digo te amo, sem esperar eco.

Me basta ler-te para receber

gotas da tua alma, que dão sabor

ao que consigo ser.

Em um momento qualquer,

nossas linhas deram nó,

meu sangue ganhou um irmão.

DNA distinto do meu,

embora o Pai seja um só.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

domingo, 20 de julho de 2008

Diga quem é teu pai, te digo quem és.


Congregam-se alí, vários filhos, que testemunham sobre seus pais.

Alguém, com olhar arrogante, chega-se com pose de eleito, dizendo que seu pai é tão soberano, que decide até onde ele vai errar. Escolhe suas palavras, seus atos, seus desejos, como se ele fosse um robô programado. É tão amoroso e misericordioso, que não pensa duas vezes, antes de castigar quem contraria a família, pode parecer cruel, talvez parcial, mas acreditem, é amor.

Pergunto então: Se você erra, quem tem culpa? Ele diz: Eu!
Sério? Chama isso de soberania? Seu pai não é mais que um tirano, um ser cruel e orgulhoso. E você, por que se esconde atrás desse espírito covarde?

Alguém, concorda comigo. Vem com pose irreverente. Se diz dono de sua liberdade, pois seu pai pagou sua fiança... hoje decido o que faço, onde vou, o que quero, mesmo que meu pai diga não, mesmo que as escolhas dele sejam diferentes, eu já sei o que é melhor pra mim. E se ele mesmo pagou a fiança, é porque bem sabe que posso fazer minhas escolhas.

Eu digo então... seu pai deve ser mesmo um trouxa! Onde está sua autoridade? É você quem determina seus passos e ele paga sua fiança?
Onde está sua gratidão? Onde está o esforço para mudar de vida? Você não ama seu pai, ama seu próprio umbigo.
Seguramente, seu pai é um panaca, gerou filhos indisciplinados, sem noção de amor e justiça!

Os dois vieram à mim, perguntando sobre meu pai:

Meu coração se encheu de prazer, meu amor e gratidão são tão intensos, que preciso respirar fundo para descrevê-lo.

Meu pai é maravilhoso! Ele é bom, ele é justo, ele é grande e forte!
Me ensinou tantas coisas, que hoje sei que fazem toda a diferença! Eu errei e ele me abraçou, eu chorei e ele secou meus olhos, errei de novo e ele me mostrou, que minhas feridas só poderiam ser curadas, se eu evitasse aqueles caminhos.

Com muita paciência, ele me orientou, me recompensou, quando acertei. Me chamou a atenção, quando escolhi voltar atrás. Ele me fez colher o que eu plantei, para que eu pudesse escolher melhor minhas sementes.

Sei o quanto meu pai é justo e sei o quão grande é seu amor. Venho à ele e ele me ouve, me responde com sabedoria inigualável. Confio na sua verdade e justiça, sei que julga com imparcialidades. Entre meus irmãos, não há acepção.

Nosso pai tem prazer em nós, nós o amamos com gratidão e obediência.

Todos se calaram...

domingo, 13 de julho de 2008

Fiel


Obrigada, obrigada, obrigada!
Eu sei de onde vem meu socorro,
agora, ele também sabe!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O desafio que tenho recebido


Não me bastam minhas dores?
Pedi para tornar-me cega,
Pedi para tornar-me surda,
mas o Senhor não me atendeu...
Presciência pra que, se continuo impotente?
O Senhor disse: acorda e ora, eu orei.
O Senhor disse: vai lá e fala, eu falei.
Quantas vezes ainda, terei que alternar
os lados da minha face?
Quantos perdões ainda terei que liberar?
Não me bastava saber que ele despencaria?
O vi subir, elevar-se e perder-se no próprio orgulho.
O vi negar-te, apontar-me e enganar-se.
Precisava eu ter visto o tombo?
Precisava testemunhar tua confirmação?
A vergonha dele, foi revelada no meio dos teus.
Se não pude impedir, por que me contastes?
Ele está nú e já não sustenta as máscaras.
Ele está só e ainda rejeita meu amor...
Nunca poderia vangloriar-me,
porque serei sempre pó!
Nada que eu tente, surte efeito algum
porque ele não quer me ouvir.
Se a dor que eu sinto agora,
servisse para aliviar a dele,
eu regozijaria e passaria por este corredor
sombrio, ainda iria louvando...
Se as lágrimas que embaçam meus olhos,
servissem para regar sua fé,
eu não cessaria mais de chorar.
Se fosse possível dividir com ele,
o que de Ti recebi...
repartiria, Pai, sem titubiar!
Se eu pudesse atrair para mim,
a sombra que sufoca aquele coração,
chamaria aquela dor, atrairia o vazio,
porque sei de onde vem meu socorro!
Mas ele não sabe... não sabe!
Derrete o gelo, Senhor!
Devolve-lhe o coração de carne.
Mostra-te à ele,
para que volte à viver!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Homenagem à um grande amor!

Minha eterna avozinha!
Ah, que saudade!


Mais perto quero estar,
Meu Deus de ti,
Inda que seja a dor
Que me una a ti.
Sempre hei de suplicar,
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar,
Meu Deus de ti.

Andando triste aqui,
Na solidão,
Paz e descanso a mim,
Teus braços dão.


Sempre hei de suplicar,
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar,
Meu Deus de ti.
Minh'alma cantará A Ti Senhor,
Cheia de gratidão,
Por teu Amor.

Sempre hei de suplicar,
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar,
Meu Deus de ti.
E quando , Jesus, enfim,
Me vier chamar,
Com Serafins nos céus,
Irei morar.
Sempre hei de suplicar,
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar,
Meu Deus de ti.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O amor se esfriará da maioria...

Sempre soube que tem pessoas, que não conseguem demonstrar amor.
Nunca atinei para o fato, de que tem aqueles que não sabem nem receber.
Que triste!

sábado, 7 de junho de 2008

Exemplo de sucesso na vida!

Vale a pena, conhecer essa história! :)


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Como na história de Jonas


Escolheu o Senhor, me chamar entre os servos, para pregar o arrependimento à Nínive. Cidade grandiosa, cuja maldade subiu até Deus. Mas fugi do Seu propósito, desejando ir para Tarsis.

Embarquei na vontade da minha própria carne, quando confundi o amor fraternal, com uma paixão descabida, uma ilusão infundada e quando esqueci o verdadeiro motivo, pelo qual fui designada. Ainda não tinha pisado em Tarsis, mas sofri as consequências da desobediência.

Tudo parecia normal. Já havia falado aos marinheiros, coisas que pesavam no meu coração. Desci ao porão e alí, dormi profundamente. Me interiorizei, à ponto de enxergar apenas o que eu sentia.

O Senhor enviou um grande vento, interferindo na minha vontade, mudando o rumo da minha viagem. Ainda assim, alheia à tudo, continuava dormindo meu sono de ilusão, de idealizações falsas. Em meio à tempestade que ameaçava aos marinheiros, houve um rebuliço; ninguém desejava morrer.
Começaram a questionar, se a culpa não seria minha...

Veio à mim, o Capitão, trazendo palavras fortes. Ele indagava-me: Vai continuar dormindo? Quem é o teu Deus? O que fizeste?

O Capitão me encorajava à buscar a Deus e clamar pela Sua piedade. Então, confessei minha culpa e num consenso, os marinheiros decidiram me lançar ao mar.

Sozinha, no meio do mar enfurecido, envolvida pelas águas agitadas, cercada pela correnteza, meu coração se quebrantou, desejei estar em Nínive... O grande peixe me engoliu e levou para o abismo, onde senti que iria morrer.

Alí, clamei ao Senhor, que passou a falar comigo, à mostrar a gravidade do meu erro. Tudo o que antes era mistério, foi-me revelado. Pedi uma nova chance e Ele me concedeu. Ordenou ao grande peixe, que vomitasse em terra firme e segui para Nínive.

Era uma cidade preciosa, a qual o Senhor amava e tinha misericórdia, apesar de sua maldade e de seus pecados de morte. Estavam ligadas à ela, milhares de vidas, importantes para o Senhor e também muitos rebanhos.

Então, percorri as terras de Nínive, pregando a mensagem que o Senhor me deu: "Daqui à determinado tempo, Nínive será destruída".

Porém, Nínive creu nesta palavra e voltou para Deus, arrependida do seu mau caminho. O rei de Nínive, proclamou um jejum e vestiu-se de pano de saco.

Então o Senhor abandonou Sua ira, desistiu de destruir a cidade e a abençoôu grandemente!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Seria uma poesia se não fosse uma sentença

Encontrei esta sentença, numa comunidade de direito alternativo.

Libertação de Edna, a que ia ser Mãe
por João Batista Herkenhoff
Eis, pois, o despacho:"A acusada é multiplicadamente marginalizada: por ser mulher, numa sociedade machista; por ser pobre, cujo latifúndio são os sete palmos de terra dos versos imortais do poeta; por ser prostituta, desconsiderada pelos homens mas amada por um Nazareno que certa vez passou por este mundo; por não ter saúde; por estar grávida, santificada pelo feto que tem dentro de si, mulher diante da qual este Juiz deveria se ajoelhar, numa homenagem à maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez de estar recebendo cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia. É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o som da palavra humana, sinta o calor e o amor da palavra que lhe dirijo, para que venha a este mundo tão injusto com forças para lutar, sofrer e sobreviver. Quando tanta gente foge da maternidade; quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem discernimento, são esterilizadas; quando se deve afirmar ao Mundo que os seres têm direito à vida, que é preciso distribuir melhor os bens da Terra e não reduzir os comensais; quando, por motivo de conforto ou até mesmo por motivos fúteis, mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este Fórum, com o feto que traz dentro de si. Este Juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus princípios, trairia a memória de sua Mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão. Saia livre, saia abençoada por Deus, saia com seu filho, traga seu filho à luz, que cada choro de uma criança que nasce é a esperança de um mundo novo, mais fraterno, mais puro, algum dia cristão.Expeça-se incontinenti o alvará de soltura".

sábado, 10 de maio de 2008

Rafael


A dor física, não era pouca,

Mas a alma, doía mais...

Diante de mim, meu pequenino,

vitorioso, cumpriu o destino

e voltou para os braços de Deus Pai!


Quizera eu, também ir contigo,

para que hoje, não vivesse ao léo!

Meu peito pulsa, dizendo teu nome_Rafael...

Nos meus sonhos, ainda te vejo,

ali, eu pude te dar um beijo;

_Vai, filhinho...me espera no céu!


Não me cabe, entender os desígnios,

Daquele que sabe de tudo e de todos...

Um dia, estaremos no mesmo espaço...

Quem sabe, ali o nosso Deus permita,

que na morte, eu encontre a vida,

e te tenha, enfim, nos meus braços!!!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Minha Mãe


Pensei em homenagear minha mãe, uma pessoa que é meu maior exemplo de força e sabedoria. Foi excelente como filha, como mãe e como mulher. Em cada fase de sua vida, foi vencedora. Foi e continua sendo. Hoje, a vida é mais tranquila, os filhos são adultos e os netos a cercam cheios de amor. Eu não encontraria palavras que traduzissem, tudo o que ela representa pra mim... jamais!

Só sei amar... suspirar de orgulho... agradecer à Deus!

Quem é essa mulher maravilha? Deixarei que a própria se defina:


Segundo Zenilda mais especificamente: Quem sou eu? Eu penso que sou alguém, igual a todos e diferente de todos. Eu penso que penso também, que manipulo, convenço, argumento, tento persuadir (mas não sou boa com emoções, só com a razão!). Mas que também sou manipulada, persuadida, seduzida...Gosto de definir coisas, qualquer coisa, acho que deu pra perceber né? Adoro definir na verdade! Acho que isso vem a confirmar o conhecimento que temos sobre aquilo que venhamos a definir, sei também que para todas as coisas deve haver várias definições, e isso depende do ângulo que se tenha. Aqui por exemplo, eu estou me definindo sobre um determinado ângulo apenas, sobre coisas que penso e que são fundamentais para a minha formação como pessoa que sou, falo do que me compõe, do que penso, do que gosto. Pode ser besteira ou não, entendível ou não, lógico ou não.Retomando a minha definição sobre mim... eu gosto de ler, escrever, pensar, e pensar muito, sobre muitas coisas da minha vida, e das pessoas que integram o meu universo. Eu gosto de ameixa fresca. Eu gosto muito da minha cama, mesmo que não seja pra dormir. Gosto de ouvir música, em todos os momentos, prestando ou não atenção na letra, tem músicas que me animam e tem outras que me desanimam, é incrível o poder da música! Quando gosto de um texto eu gosto de ler e reler por várias vezes, gosto de anotar na agenda, tudo, se eu pudesse, eu tinha uma agenda do tamanho do mundo! Pra por todas as fotos, todas as músicas que gosto, todos os textos que li e que marcaram minha vida, tudo o que escrevi sobre todas as coisas, tudo que vivi, todas as pessoas que conheci e que não lembro mais, e também todas as pessoas que amo, as que não amo entrariam também numa seção lá atrás! E também eu anotaria todas as coisas que pensei, que quis fazer e não fiz, e as que não quis fazer e fiz. Os lugares onde quero ir também estariam lá... enfim, já deu pra notar o quanto eu gosto de anotar né? Definir quem sou eu, também não me compete completamente, porque tem aquela “eu” que eu sou e que nem mesma eu sei quem é, que só os outros enxergam em mim, tem também aquela que me aparece de vez em quando e depois logo vai embora, mas da “eu” que está no meu domínio é que falo um pouco agora através desse aspecto abordado nessas breves palavras.Alguém que pensa, logo existe pra este mundo onde ganha quem fala mais alto... Alguém que sente a necessidade de expressar sua opinião sobre várias coisas... Alguém que gostaria de compartilhar algumas coisas com pessoas que pensam também!


Feliz dia das Mães!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Egoísmo urbano

Hoje, ao chegar no ponto de ônibus, uma moça, portadora de deficiência visual, me pediu ajuda para embarcar, era justamente o ônibus que eu esperava. Quando ele veio lotado, entramos e como o corredor estava cheio, não conseguimos passar dos degraus. Olhei ao redor, esperando que alguém desse lugar à moça, mas os cidadãos todos, se mantiveram imóveis, pra variar, olhando pra rua ou sei lá pra que... fiz um esforço pra chegar ao cobrador e pedi à ele: _O senhor poderia pedir à alguém, que cedesse o lugar àquela moça, deficiênte visual?

Esperava que ele atendesse prontamente, mas ele me olhou com olhar de pouco caso e disse: _Aquela escurinha alí?

Respondi: _Aquela que está de frente pra porta.

Ele olhou as pessoas sentadas... olhou a moça... somente depois de vários minutos, pediu à duas meninas "distraídas", se alguma poderia dar lugar à moça. As duas se olharam com cara de insatisfação e uma se levantou. Finalmente a moça conseguiu sentar-se.

Misericórdia, Senhor!

sábado, 19 de abril de 2008

Cultura Guarani


Nós os Guaranis Mbya estamos em várias regiões da América do Sul. Há aldeias na Argentina, Paraguai e Bolívia. Estamos na região do litoral do Brasil, nos estados que vão do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Há também aldeias no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Somos no Brasil a maior etnia indígena,somando aproximadamente 35 mil Guaranis.
Acreditamos que o planeta foi feito por Nhanderu, o nosso deus. Ele fez muita coisa bonita; a mata, as aves, os animais, as águas, a terra em que plantamos, tudo o que criou foi para que usufruíssemos. Nhanderu também criou o Sol, e para nós, ele não é só uma simples estrela de luz própria, como é para os juruas. O Sol é um ser muito representativo para nós, porque foi ele quem criou o primeiro Guarani. É ele que ilumina a Terra e fornece a energia para que o planeta tenha essa energia positiva que dá a vida.
Somos um povo bastante religioso. No nosso dia a dia, o guarani está sempre em busca ou ligado a essa força espiritual de Nhanderu, do Sol. Todas as coisas que fazemos - nosso trabalho, as brincadeiras das crianças - são voltadas para essa busca.
Nosso calendário não é como o do jurua, ele é dividido em ara pyau, tempo novo e ara ymã, tempo velho. Essa divisão está ligada à trajetória que o Sol faz. O ara pyau para nós é o período de primavera e verão, quando o dia é mais longo e o sol faz uma caminhada maior, e o ara ymã é no outono e inverno, no período de frio, nesta época em que o dia é mais curto.
Todos os dias nós nos encontramos na Opy, a Casa de Reza, para cantarmos e dançarmos, para rezar a Nhanderu e os mais velhos ensinam as crianças o nosso conhecimento ancestral. Na aldeia nossa principal liderança é o xeramoi, o nome do pajé Guarani. Aprendemos, no nosso cotidiano, a importância de todos os seres e que cada elemento da natureza tem um espírito. O Guarani acredita muito nesses seres porque são eles que dão a vida para nós. Nos manda a chuva, a água e tudo que precisamos para nos manter vivos. Desta forma, estamos muito ligados à natureza. Se este ambiente acabar o Guarani ficará sem estrutura, então lutamos para manter tudo isso que Nhanderu criou.
Com a vinda dos portugueses e a colonização, tivemos que nos fixar em territórios pequenos onde não podemos mais caçar e realizar outras atividades tradicionais. O Guarani vive porque mantêm essa força espiritual que faz com que ele fique em harmonia com a natureza e o faz se sentir forte.
Hoje, nós Guarani Mbya, buscamos parceiros para defendermos nossos espaços, que mesmo demarcados, sofrem algum tipo de pressão. Parceiros que possam nos ajudar em mantermos tudo que foi nos deixado de bom. O jurua está acabando com o planeta Terra e nós estamos preocupados com isso. (Marcos Tupã da aldeia Krukutu) www.culturaguarani.com.br


...
Antônio e Joana, meus bisavós.


Sou Janete, filha de Zenilda, filha de Francisca, filha de Joana, filha de Carlota, filha de Mariquinha, que foi uma indiazinha pega a laço lá na fazenda Guandú, onde habitava a Tribo dos botocudos, antigos Purís, que viviam fabricando alí, cerâmica de todo jeito. Eram mansos e recebiam todos os brancos com muita hospitalidade. Os índios acabaram todos mortos dizimados pelo surto de varíola, doença trazida pelos brancos. Daí, Vovó Mariquinha andava pelas matas sozinha e, teve a sorte de ser pêga a laço e, criada numa fazenda; e mais tarde se casou tendo uma larga descendencia de onde resultou nós estarmos aquí.
Toda essa história aconteceu em São Bento, Rio da Cobra interior de Afonso Cláudio no Espírito Santo.




"Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena e/ou do negro"

segunda-feira, 31 de março de 2008

Poema sem nome

Por Renato de Azevedo


Era tão pequeno que ninguém o via.

Dormia sereno enquanto crescia.

Sem falar, pedia - porque era semente -

ver a luz do dia como toda a gente.

Não tinha usurpado a sua morada.

Não tinha pecado. Não fizera nada.

Foi sacrificado enquanto dormia,

esterilizado com toda a mestria.

Antes que a tivesse, taparam-lhe a boca

- tratado, parece, qual bicho na toca.

Não soltou vagido. Não teve amanhã.

Não ouviu "Querido"... Não disse "Mamã"...

Não sentiu um beijo. Nunca andou ao colo.

Nunca teve o ensejo de pisar o solo,

pezito descalço, andar hesitante,

sorrindo no encalço do abraço distante.

Nunca foi à escola, de sacola ao ombro,

nem olhou estrelas com olhos de assombro.

Crianças iguais à que ele seria,

não brincou com elas nem soube que havia.

Não roubou maçãs, não ouviu os grilos,

não apanhou rãs nos charcos tranquilos.

Nunca teve um cão, vadio que fosse,

a lamber-lhe a mão à espera do doce.

Não soube que há rios e ventos e espaços.

E invernos e estios. E mares e sargaços.

E flores e poentes. E peixes e feras

as hoje viventes e as de antigas eras.

Não soube do mundo. Não viu a magia.

Num breve segundo, foi neutralizado com toda a mestria.

Com as alvas batas, máscaras de entrudo,

técnicas exactas, mãos de especialistas

negaram-lhe tudo ( o destino inteiro...)

- porque os abortistas nasceram primeiro.


Renato de Azevedo

sábado, 8 de março de 2008

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Em algum lugar...



Estampidos no alto do morro...
A mãe deitava sobre os três filhos, como a galinha faz com seus pintinhos. Passado o susto, as crianças voltavam a brincar...
A menina do meio era estranha... cabelos lisos desgrenhados, pés descalços e pernas perebentas (porque os insetos daquele lugar eram contaminados pelo esgoto a céu aberto). Era estranha... ora encabeçava as traquinagens, ora se isolava no quarto, por horas à fio, perdida em seu mundo imaginário, onde era feliz.
Esse jeito tímido entre os estranhos, a tornavam uma excluída. Na escola, não participava de nada, não se enturmava, estava sempre com o pensamento longe, não conversava nem sobressaía. Só de ouvir a professora dizer seu nome, dava-lhe um frio no estômago! E a qualquer dificuldade, lágrimas inundavam a classe... às vezes, no meio da aula, recortava bonequinhos de papel e viajava...
Em casa era a "ovelha negra". Induzia os irmãos a praticarem as artes mais cabeludas... era agressiva, tinha unhas felinas. Num só golpe, três ou quatro fios de sangue! Era a prova do crime, o castigo era certo e quase diário.
Era agressiva... mas a vida também a agredia!
As brigas em casa eram cotidianas por causa do adultério do pai. A avó querida, sofria de uma doença incurável e a própria situação deprimente do lugar...tanta coisa junta!
Se perdia quando recebia carinho... parecia um gato! Tanto por ser arisca, quanto por ser chameguenta.
Os pais davam conta de dar-lhes o básico, mas não de realizar-lhes os sonhos, por isso, sonhavam pouco...improvisavam seus brinquedos.
Ela criou o péssimo hábito de fuçar no lixo dos vizinhos, catava cacos de brinquedos, principalmente bonecas. Foi punida várias vezes, mas não parou de procurar... no fundo, nem ela sabia o que buscava.
À noite, dormia ouvindo o miado dos gatos. Tinha medo do barulho, medo do escuro, medo das vozes internas... amanhecia gelada na cama molhada de urina... não sabia se explicar...
Menina estranha... não se encaixava no contexto! O mundo não a aceitava, ou ela não aceitava o mundo?
...
O espelho reflete uma balsaquiana de olhos tristes... pedacinhos de sua história, vêm como flashs involuntários... ela tenta encontrar a origem de seus medos, sua insegurança, sua dificuldade de se encaixar no mundo que a cerca... sua facilidade de se contentar com o pouco, de se conformar com o lixo...
As lembranças resistem, devem ter um propósito!
O tempo passa... a menina não cresce... continua estranha...


...


A menina presa no tempo

No mundo que existe dentro

tempo que não acompanha o relógio

mundo que não acha o futuro


O choro, se ouve no silêncio

do escuro da noite fria...

pequena no meio da cama,

tentando apagar as lembranças


Menina presa na história

história que não muda a página...

Menina que não acorda

do sonho ruim interminável...

Por fora, o tempo não pára,

por dentro, o tempo não passa...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Nasceu Júlia!


Minha família está em festa!

Nasceu minha sobrinha Júlia e tudo indica que seja a última dessa geração...

Estamos todos apaixonados por ela!!! :)

Bem que a tia aqui, planejou assistir o parto, mas nossas agendas não coincidiram... rsrsrsrs

bom, melhor assim... acho que a tia daria trabalho pros enfermeiros!

Que Deus guie seus passos, princesa. Que você se permita ser guiada!

Toda sorte de bênçãos, sobre sua vida!

Seja bem vinda! beijinhos

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Tu me sondas


Só Tu sondas o mais íntimo do meu ser,

sabes que ainda que eu não consiga,

tudo o que mais almejo é te agradar...

Ah, pai... se meus pés vacilarem,

permita que eu consiga voltar!


Oh, Deus... não permita

que eu me perca nesses laços...

pois o bem que desejo, não posso fazer

e o mal que desprezo, esse faço.


Teu amor me constrange,

bem sei que não o merecia...

Presciente das minhas obras

desde o momento em que me tecia

no ventre, onde eu ainda não era

e alí, informe, já me escolhia...


Nenhum outro terei diante de mim

para render louvor e adoração,

pois somente em Ti, encontrei salvação

de graça, me favoreceu...

Deus tremendo que amou

um pequenino como eu!

sábado, 12 de janeiro de 2008

Poema para a Vida


Me encanta a beleza da Vida!

Esses olhos de inocência...

janelinhas abertas com cortinas azuis.

Lá dentro, a alma de anjo mirando o que a cerca,

adorando a escolha que fez...

Nasceu no meio de um sonho,

embalada nos braços de uma boneca!

Dorme ao som doce da flauta

e desperta com o aplauso de multidões!

Crescerá num palco de magia,

viverá a poesia, será parte das canções...

Vida...tão tenra e já tão querida...

Que te abençôe o Autor da Vida!!