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quinta-feira, 2 de julho de 2015

O Evangelho ou a tradição evangélica

Vivemos um período de grande apostasia da fé, onde se usa o Nome de Jesus pra legitimar engodos, heresias, comércio e entretenimento gospel, enquanto negam a prática do amor nas relações.

E eu que pensava que nos últimos tempos, negar a Cristo era se submeter à besta para não morrer. Constato que se nega a Cristo quando não se guarda suas palavras, ou quando simplesmente silenciamos na hora de fazer justiça.

Negar a Cristo é algo muito mais sutil do que se pensa, porque quem não amou ao próximo que viu, não pode ter amado a Deus, que não viu.

No último mês de maio, após postar contra posturas que acontecem em igrejas, pois em nome da tradição evangélica se nega o Evangelho. E após ficar exposto que as pessoas se constrangem em ouvir sobre a falta de amor, mas não se constrangem por não amar, tenho sofrido com a hostilidade dos que se chamam pelo nome do Senhor, sem o ser.

Estou sendo perseguida e meu nome foi lançado na roda dos escarnecedores, por pregar a Palavra da Verdade e eu não conheço entre os homens, honra maior do que esta. Pelo Reino, pelo Evangelho e por Cristo, perco a vida, porque sei que perdendo-a, a ganharei.

Se eu fosse me intimidar com vômitos de ódio, não saía mais de casa. Mas é sobre esta timidez que protege o ventre e sacrifica a verdade, que o Espírito adverte:

Apocalipse 21:8 "Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte."

Sou dos que dão a cara a tapa, mas não nego o Evangelho.

A Graça nos possibilita viver com integridade, num mundo desintegrado. Ela nos reestrutura de dentro para fora. De forma que a clareza com a qual agora vejo, tem me feito discernir os espíritos e as confusões espirituais que assolam membros de igrejas evangélicas.

Os campos continuam brancos e os trabalhadores continuam poucos, pois a maioria entende que pregar o Evangelho, é dar corda na religião pra que esse brinquedo não pare de funcionar. É distração, entretenimento pra alma e muitas vezes pedra de tropeço pro anuncio da Boa Nova. To chegando no limite.

Foi para silenciar a Verdade, que levaram Jesus ao Calvário. (tentativa que potencializou o Evangelho, diga-se). E na tentativa de calar minha boca, acabaram por potencializar a minha sensibilidade, de forma que houve um despertar que agora me impulsiona a tomar uma atitude que me livrará de perecer com ela. Entendi que preciso me despir de todo e qualquer resquício de religiosidade, para viver o Evangelho com integridade. Odre velho não comporta vinho novo. E sempre tentarão calar os que se manifestem pela verdade. Mas quem pode contra a verdade? 

A fé vem pelo ouvir (dar ouvidos) à Palavra de Deus (Verbo, Filho, Cristo). Mas enquanto escolherem assuntos que afagam o ventre, negarão a Palavra da Verdade. Com relação ao "mês da família", que critiquei por trazer uma tradição exclusivista e egocêntrica, negando que a Igreja de Cristo é uma família só, cujos membros são aqueles que cumprem a vontade do Pai, é isto o que tenho a dizer:

Cristo não chama famílias, chama indivíduos. Assim, cada indivíduo se torna bênção em sua própria família e a família se torna bênção na sociedade e assim por diante. Os valores cristãos são como boa semente, multiplicando a 30, a 60 e a 100 por um.

Enquanto o alvo das pregações forem a exaltação dos laços de sangue, haverá acepção de pessoas, hipocrisia e desprezo ao ensino de Cristo, que uniu o miserável, o doente, o carente, o abandonado, o pecador, numa só família pautada no amor, a Família de Deus. Alí, é o Sangue de Cristo que tem importância. 

Os urros de fúria me são como elogios pois os que vivem a antítese do Evangelho, não falam da parte de Deus. É pelo fruto que se conhece a árvore e os enxertados em Cristo, só podem frutificar segundo seu Espírito.

As pessoas se expõem em público para amaldiçoar, quando o Evangelho nos instrui a abençoar. Guerreiam, enquanto fomos chamados a apaziguar. Odeiam e esbravejam, quando a marca do cristão é amar. Adoecem como reflexo de desordem na alma, quando deveriam estar regenerados. Enfim, fazer um curso não garante a ninguém o dom para servir, este é apenas mais um dos erros da religiosidade.

Sistema falido, corrompido, adoecido, só produz gente doente e longe da verdade.
Megalomaníacos que acham que precisam carregar a Igreja de Cristo nas costas, esquizofrênicos que falam de amor, mas só conseguem exalar ódio, acreditando que falam da parte de Deus, egocêntricos que pensam e agem como frangos assados, girando ao redor de si mesmos... A religiosidade só produz gente doente. Em contra partida, o Evangelho gesta vida naquele que crê.

O serviço mútuo, a consciência de unidade, o amor fraterno, a esperança comum, são coisas que unem e nos guardam para o encontro tão esperado entre Cristo e os seus.

Os do Evangelho não se fixam, são peregrinos em terra estranha, os da religião se estabelecem e disputam poder. Os do Evangelho recebem dons para servirem de formas diferentes, tal como é cada membro do Corpo, pois está garantido a cada um a sua própria individuação, mas os da religião são socados em formas de conceitos e costumes, até que percam a capacidade de pensar. 

Os do Evangelho são chamados para conduzir o rebanho, curar as ovelhas feridas, trazer de volta ao caminho as perdidas, apascentar as desgarradas, mas os da religião se organizam em hierarquias e pensam ser autoridade sobre os menores. Em Cristo, o maior é o que serve aos servos, o que morre e o que abre mão do que tem em favor do outro. 

Os do Evangelho adoram em espírito e em verdade, os da religião dependem de um grupo de músicos para os conduzir à presença de Deus. Precisam desse toque de emoção pra acharem que o culto "foi uma bênção". Os do Evangelho foram levados à presença de Deus por Cristo de uma vez por todas e jamais saíram de lá. Os da religião entram e saem cada vez que oram, pois nunca se livraram do véu.

Os do Evangelho são verdadeiramente livres. Os da religião dependem da estrutura, de seus estatutos e de suas liturgias vazias de verdade. Os do Evangelho refletem a luz de Cristo. Os da religião são estrelas gospeis... em trevas.

O Evangelho é para os de Cristo, uma pérola de raro valor, ao qual estes guardam no coração, como algo que é mais precioso que a própria vida. Para os da religião é letra decorada, vomitada em cima do primeiro que passa na frente.

Os do Evangelho tem a mente iluminada, os da religião estão embriagados pela ilusão. Cada um que continuar bebendo deste cálice, continuará enlouquecendo e morrendo em sua confusão espiritual.

Ajuntamento de tolos, ninho de cobras, carrancas de fariseus! Quando vão temer a Deus e viver o que professam como fé? Até quando vão atormentar e hostilizar quem não se encaixa nos seus padrões? Até quando serão este barco à deriva?

Meu coração é desinstitucionalizado. Não precisei da estrutura nem para conhecer o Evangelho e nem para crescer em conhecimento. A Graça de Deus me levantou do pó no chão da minha casa e me colocou assentada com príncipes. 

O que sempre me motivou a estar num rol de membros, foi a comunhão. No momento em que ela deixar de existir, não haverá mais motivo para fazer parte de nada que aconteça alí.