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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Aprendendo a reconhecer o verdadeiro Evangelho




A mensagem do Evangelho é algo que o mundo odeia. Cristo na Cruz, é a Boa Nova de que o preço foi pago, mas antes disto, é a constatação de nossa impotência, de nossa miséria, de nossa culpa, de nossos pecados, de nossa incapacidade de salvarnos à nós mesmos.

Ao olhar para Cristo cruscificado, o orgulho precisa ser discipado e isto é algo que a maioria dos homens não desejam fazer. É comum nos vangloriarmos em nós mesmos, é corriqueiro nos supervalorizarmos, exaltar o que julgamos nos sobressair com relação aos outros, queremos ser reconhecidos por nossos méritos, queremos que todos saibam de nosso valor.

O Evangelho não diminui o homem, mas o coloca em seu devido lugar. Quando compreendemos que estávamos em situação de morte e que ao crer recebemos vida, fazemos contato com a miséria que éramos. Sem Jesus, estaríamos pra sempre separados do nosso Pai Eterno, pois não havia um justo sequer.

Então, este evangelho simpático, que promete o céu na Terra, isenta o homem de problemas e os coloca num patamar de superioridade com relação à todo o resto, é uma mentira e um caminho muito perigoso.

Quem de fato prega o Evangelho, é convidado a se negar diariamente, à sofrer perseguições e à passar por muito sofrimento e muitas aflições, porque fomos contemplados não apenas com a salvação, mas com a honra de padecer por  Cristo.

Cristãos verdadeiros, são perseguidos e ridicularizados até por cristãos iludidos por falsas doutrinas. Falar de amor, de perdão, de reconciliação, de liberdade com responsabilidade, dos frutos do Espírito, provoca comichões nos ouvidos. O que as pessoas querem ouvir, são palavras que alimentem o ego e satisfaçam o ventre.

Paulo diz à Timóteo: "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus, serão perseguidos."
O Evangelho é a mensagem de Deus encarnado, Jesus é o Verbo que se manifestou em carne ao mundo, para que por sua Luz, enxergássemos nossa verdadeira condição e entendêssemos que por meio Dele, fomos resgatados para uma nova vida e uma nova esperança. Se o Senhor foi rejeitado e perseguido, porque seus servos não seriam? Se o mundo nos odeia, primeiro odiou ao nosso Senhor.

Paulo nos ensina como suportar tais percalços:

“Agora eu vou para Jerusalém, obedecendo ao Espírito Santo, sem saber o que vai me acontecer lá. Sei somente que em todas as cidades o Espírito Santo tem me avisado que prisões e sofrimentos estão me esperando. Mas eu não dou valor à minha própria vida. O importante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a missão é esta: anunciar a boa notícia da graça de Deus.” (Atos 20. 22-24)

Quando entendemos que se fazendo maldito no nosso lugar e morrendo nossa morte, Jesus comprou com o próprio Sangue, a vida de muitos escravos, que Nele se tornaram livres para realizar um propósito na Terra, então compreendemos que somos Dele, Nele e para Ele. 

A prioridade já não é nossa vida efêmera, mas o plano de Deus. Então descansamos em Sua vontade, confiantes de que quem nos capacita para a boa obra é Ele mesmo e principalmente, confiamos de que tudo o que Ele desejou será concluído em seu devido tempo, porque Seus planos não serão frustrados, Ele é fiel para cumprir cada Palavra Sua.

Não enverede por caminhos de promessas vãs, de ensinamentos de homens, de distrações que podem fazer de ti um egoísta e não alguém que exale o bom perfume de Cristo, o amor.

O Senhor viveu no ambiente secular, intervindo na angústia, na dor, doença e nas causas humanas. Isto é ser santo, praticar a misericórdia em meio à miséria. Devemos ser assim, santos como Ele.

Aos que vivem aprisionados na religiosidade, cegos às necessidades do próximo, negligenciando no amor, na justiça e na misericórdia, Ele chamou de hipócritas. Aos que amaram as riquezas deste mundo, chamou de loucos. Mas aos que guardaram e obedeceram suas Palavras, chamou de amigos.


segunda-feira, 21 de abril de 2014

De dentro para fora




O Reino de Deus é estabelecido dentro do homem. É à partir deste governo interior, que o homem faz suas escolhas e vive suas novas experiências, pautadas numa consciência saudável no Evangelho de Cristo.

É do íntimo que brota a verdadeira paz, esta que só Jesus, o Cristo de Deus pode dar, não como a paz temporária do mundo, mas uma paz que independe das circunstâncias. E havendo esta paz interior, a transmitiremos aos nossos relacionamentos. Não pode ter paz com o próximo, aquele que ainda não conhece a paz que só Jesus tem para dar.

Não pode transbordar de alegria, esta que formoseia o rosto, aquele cujo coração está oprimido e cheio de culpas. Somente aqueles que receberam o perdão de Deus, tem leveza e alegria. E somente estes conseguem perdoar e esquecer tudo aquilo o que é desnecessário carregar nas costas.

Somente aqueles que reconheceram o amor que faz expiação de pecados, aquele que lavou nossa culpa por intermédio do sacrifício salvífico de Cristo na Cruz, pode emanar a essência amorosa na direção do próximo. O amor que transcende à nós da parte de Deus, fonte de tudo o que é bom, irradia de nós nos encontros, nas relações, nas trocas...

Se não é à partir de dentro, se nossa essência não foi transformada em nova criação, com nova postura, novas atitudes, novo entendimento, nossas obras serão inúteis.

Claro que o que somos, deve ser expresso em atos, palavras e atitudes, mas nossos feitos não provocarão em nós mudança alguma. São as mudanças que acontecem a partir da conversão, que refletirão na vida prática.

Na fé distorcida, deformada, defeituosa, supomos que o cumprimento dos horários, dos dias marcados para cultuar, dos compromissos, de um protocolo e um esteriótipo, resultarão em bênçãos, benevolências e agrados da parte de Deus.

Deus nunca pediu fatia do tempo de ninguém. Uma vez alcançados pela Graça, somos Dele integralmente. E aquele que entrega o dízimo como dever cumprido e deixa seu próximo passar necessidades, peca. No Evangelho, não se contabiliza entradas e saídas de dinheiro. Se dá enquanto se tem, se ama sem medida e não se acumula, sempre com alegria. 

Amor não é investimento, é Graça, é doação. De nada vale cumprir uma obrigação, negligenciando no amor e na justiça.

Na fé verdadeira e pura, entendemos que todos somos merecedores do inferno, destituídos da Glória de Deus, corrompidos na nossa natureza, completamente dependentes da Graça de Deus, que é favor imerecido. Então nos alegramos nos feitos de Cristo, no mérito de Cristo, nas promessas de Cristo, porque num mercado de escravos nos comprou com sangue e agora somos dele.

Nada do que viermos a realizar nesta vida, acrescenta um ítem sequer para nos tornar merecedores de algo vindo da parte de Deus, não se iluda, não minta para você mesmo. Por melhor que seja seu conceito com relação à você mesmo, ele não testifica à seu favor.

Diante de Cristo, no dia do Senhor, todos aqueles que se achegarem dizendo "fiz isto e aquilo em teu Nome" será chamado maldito, pois estará colocando preço na salvação que é dada de graça ao que crê. Jesus nunca vos conheceu, pois nestes não há a essência amorosa de Deus.

Mas aqueles que mesmo fazendo, não creditam isto em seu favor, antes dizem "Quando fizemos estas coisas ao Senhor?" Estes amaram e são os benditos que entrarão no descanso do Senhor. Reconhecidos por causa do amor.

O que nos molda vem de dentro, pois o Espírito de Deus habita em nós. Assim, cada discípulo irradia para o mundo a Luz de Cristo, esta que faz de nós luzeiros na vida uns dos outros, para a Glória do Senhor.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Semeando santidade




O coração é como um campo e nós somos como agricultores. Colheremos aquilo o que for semeado nele. Há sementes que são para a carne e sementes que são para o Espírito. Nossa colheita dependerá de onde plantamos e do que plantamos.

Como esperar colher o fruto do Espírito, semeando para a carne? Se cultivamos nossas próprias paixões, cobiças, concupiscências, não é certo que acabaremos praticando as obras da carne, que é a natureza caída?

As sementes são principalmente pensamentos e atos. Tudo aquilo o que é filtrado pela nossa consciência e fica retido na peneira, mas que acabamos abrigando, acolhendo, acariciando, permitindo, tolerando, acalentando, gerará segundo a carne, impedindo a santidade.

Semear para o Espírito, é ocupar os pensamentos e atos com as coisas do alto e não com as da Terra. Se semearmos para a carne, colheremos corrupção. Mas semeando para o Espírito, colheremos vida eterna.

Para colher santidade, duas coisas são necessárias: ocupar a mente com as coisas do alto, enquanto arrancamos toda a erva daninha que começa a brotar na carne. Nos edificamos em Cristo, enquanto mortificamos a natureza terrena.

Cruscificar a carne e andar no Espírito. Não há outra maneira de crescer em santidade.

Ler também: Sementes