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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pedir ou não pedir?

Quando Jesus orou à Deus no Getsemani, se esvaziou diante do Pai, suou, chorou, expôs sua carne, seus medos e seu desejo. Mas no final disse o que era primordial "Faça segundo Sua vontade e não a minha".

Acredito que a oração não seja pra pedir as coisas segundo nosso coração (e suas cobiças). Mas um instrumento ensinado à nós para nos achegar à Deus e entender Sua Vontade. Reconhecer inclusive nossa incapacidade de saber o que é melhor pra nós (e no caso de Jesus, o melhor era a morte pela humanidade).

No caso de Jesus, ele mesmo disse que se ele pedisse, Deus enviaria anjos para o livrar. Mas como ficaria a redenção?
Na mesma oração o próprio Cristo chegou à conclusão de que veio justamente para morrer. E abriu mão de sua vontade (carnal) para acatar o propósito do Pai.

Quanto ao texto de Eclesiastes, entendo que tanto o dia da prosperidade, quanto o dia da adversidade são igualmente necessários no quesito "crescimento e amadurecimento" na fé. 

Observe nas epístolas, os ensinamentos de Paulo e veja que ele foi aprovado nas duas situações. Até porque, se tudo fossem flores, esqueceríamos de Deus fácil fácil. Pelo que entendo, cada espinho tem a função de nos lembrar de nossa humanidade e dependência.

Então na oração podemos pedir sim, mas sabendo que se for basear a oração na nossa vontade apenas, derramaremos diante de Deus uma chuva de egoísmo. Tanto Ele pode não responder, porque pedimos mal, quanto pode conceder para correção. 

Mas se ao invés disso buscarmos o Reino, entenderemos que a vontade de Deus é melhor que a nossa, mesmo quando parecemos sucumbir no deserto. E que permanecer alí por um determinado tempo, não significa abandono, mas oportunidade de se achegar mais.