Páginas

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Rafael

A dor física, não era pouca,
Mas a alma, doía mais...
Diante de mim, meu pequenino,
vitorioso, cumpriu o destino
e voltou para os braços de Deus Pai!

Quizera eu, também ir contigo,
para que hoje, não vivesse ao léo!
Meu peito pulsa, dizendo teu nome_Rafael...
Nos meus sonhos, ainda te vejo,
ali, eu pude te dar um beijo;
_Vai, filhinho...me espera no céu!

Não me cabe, entender os desígnios,
Daquele que sabe de tudo e de todos...
Um dia, estaremos no mesmo espaço...
Quem sabe, ali o nosso Deus permita,
que na morte, eu encontre a vida,
e te tenha, enfim, nos meus braços!!!

Minha idade

Gosto da minha idade
tempo bom para viver.
Hoje, já não faria,
o que fiz, para aprender,
mas faria outras coisas
que já deixei de fazer...

Tempo de recordar
velhos fatos, sentimentos,
tempo de planejar
novos acontecimentos,
hoje tenho experiências
e sede também de saber...
Retrospectivas, perspectivas,
tantos feitos, tanto à fazer!

O passado não me poupou,
mas me alimentou e me fez crescer,
O presente é o que sou:
Alguém com sede de viver...
E o futuro, chega sorrindo,
de longe, parece tão lindo!
É bom... parece... há de ser!!

sábado, 24 de fevereiro de 2007

SolidãoII

Alguém encontrou meu sorriso?
devolve, porque preciso
voltar para fora de mim!
A corrida segue, lá fora,
muito embora,
eu não veja o pódium, no fim!

Como a luz que não brilhou,
como terra seca, que abafou o grão,
como a flecha que errou o alvo,
sigo a vida, sem razão...
Tenho companhia...
...quando tiro os pés do chão!

Solidão

Vazio...sentimento que me dói!
Sinto frio...algo dentro, me corrói!
Solidão...
Olho ao redor e tenho companhia,
é o barulho do silêncio
me afrontando...noite e dia!
Não lembro onde deixei minha alegria...
Certas vezes, no meio da multidão,
me isolo pra pensar nos sentimentos,
mas percebo que nesses momentos,
me vejo sem saber o que fazer...
Alguns me olham e sorriem,
enquanto a maioria nem me vê!
Meu silêncio quase grita,
me socorram,porque sofro...
Quem me salvará,
de me afogar no fundo do poço?

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Sequidão de Estio

Quando te conheci,
estava tão vazio!

O coração angustiado,
turvo como um rio...

Minha vida era árida,
como sequidão de estio!

Mas agora, sou feliz,
porque em Ti confio!

Quando vêm as provações,
em Ti me refugío!

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Morte de um ente querido

Em nossa pequenez, sem a menor noção do que nos espera, a única certeza que podemos ter, é a de que vamos morrer! Mas quem se prepara para receber a morte? Quem consegue pensar na morte de um ente querido, sem sofrer por antecipação?
Quando eu contava meus 15 anos,tinha uma vida simples, cheia de sacrifícios e lutas, porém regados com muito amor. Éramos seis em casa. Minha mãe, forte, centrada, nos apoiava e acompanhava. Meu pai, se esforçava ao máximo, para nos dar uma vida digna. Homem cheio de qualidades e defeitos, como qualquer outro pai, mas se destacava dos outros, com seu jeito singular de moleque. Belo exemplo de ser humano! Se por um lado, batalhava em dois empregos, na tentativa de tornar nossa vida mais fácil, por outro lado, parecia mais jovem que a gente, talvez por não ter tido infância,(era o mais velho de uma enorme prole) ele se deliciava no meio de nossos amigos adolescentes, como se fosse um deles! Jogava vôlei... mais fazia a gente rir do que jogava! Esse é apenas um, de tantos momentos que guardo no coração, como tesouro valioso.
Naqueles dias, meu pai gozava de férias prêmio do Corpo de Bombeiros e aproveitava para trabalhar mais como taxista, durante todo o dia. Naquele dia, especificamente, acordou dizendo que não estava com vontade de ir cedo; queria ficar conosco, a parte da manhâ... Depois, ficamos todos na janela do apartamento, olhando ele limpar o carro, coisa que não era nosso costume. Quando entrou no carro, acenou. Jogamos beijos... ele pôs a cabeça pra fora da janela, acenou de novo; achamos até engraçado e ficamos vários minutos acenando, rindo, até ele sumir de nossas vistas.
Foi o último adeus... nunca mais vi meu pai com vida!
À noite, como ele não tinha horário fixo, todos já haviam se recolhido. Apenas eu, assistia a TV. Eram mais de 22hs, quando a campainha tocou... através do olho mágico, vi que era um homem estranho. Antes de abrir, acordei minha mãe. O homem perguntou se aquela era a casa de meu pai. Ele pediu que ficássemos calmas, porque meu pai estava bem, mas havia pedido que ele fosse buscar minha mãe em casa, para que ela levasse roupas limpas para ele, pois havia se ferido no braço e precisou ser socorrido. Achamos aquilo muito estranho. Fui depressa acordar minha irmã e fomos as três com o tal homem. Há dois quarteirões da nossa casa, estava o carro do meu pai, com o vidro estilhaçado. Era o estacionamento do super mercado. A tensão
era tanta que nem percebemos o estrago da rua, do poste, dos cabos elétricos, etc. A rua estava sem energia, o semáforo não funcionava, mas nada percebi, só queria ver meu pai. Fomos ao pronto socorro e chegando lá, minha irmã e eu, ficamos do lado de fora, enquanto minha mãe tentava localizá-lo. Veio uma enfermeira ao seu encontro e disse a seguinte frase: _Infelizmente, ele acabou de falecer!
Só podia ser engano! Ele estava ali, apenas por causa de um ferimento no braço; foi o que o homem disse...
Minha mãe entrou no necrotério, para ter certeza de que se tratava dele...e a cena foi terrível!
Depois do choque, ela se revestiu de uma força descomunal! Primeiro para nos dar a notícia que transformaria nossas vidas e depois, para nos conduzir ao caminho do bem... viúva aos 36 anos, com 4 filhos para terminar de formar.
A história não foi aquela!
Meu pai estacionou no supermercado, passou na padaria e de volta, enquanto abria a porta do carro, foi arrastado por um ônibus, que invadiu a calçada e o emprensou contra o poste; Tudo porque o sinal fechou e o ônibus perdeu o freio. Para não atropelar as pessoas que atravessavam, o motorista jogou o ônibus para o estacionamento, onde meu pai estava, há dois quarteirões de chegar em casa. Aos 40 anos, fim da linha para ele.
Nossa vida mudou terrivelmente. tivemos que nos adaptar... minha mãe foi uma heroína, pois assumiu o papel de pai, sem deixar de ser mãe.
Cada um de nós, reagiu de forma diferente. Uns amadureceram precocemente, outros tiveram mais dificuldades.
Em mim, tudo isso teve consequências desastrosas... ao longo da minha vida, tive depressão várias vezes... os motivos até mudam: Algumas vezes por amores não correspondidos, outras frustrações, perdas, saudades, mudanças, enfim, os motivos mudam, mas a sensação é sempre a mesma: me sinto abandonada, sozinha e vulnerável.
É muito difícil conviver com a saudade, mas ter bons momentos para recordar, me enche de orgulho. Está certo que fui uma jovem inconstante, melancólica e o poema que segue, revela o que dominava em meu coração: tristeza! Mas o tempo se encarrega de curar as dores mais profundas, e sentir saudade, às vezes pode ser bom.
Sou grata! Muito grata, pela união que até hoje, faz de nós, uma família admirável!




Em 27.01.89

Minha vida é triste


Dizem que a vida é repleta de prazeres,
Mas eu, não sei em que, o prazer consiste.
Meus dias são secos e não vejo poesia
Não sei porque, mas minha vida é triste!

Às vezes, me sinto perdida,
Minha alma triste, vai andando à toa...
Lenta como uma folha caída
nas águas calmas de uma lagoa.

Minha vida é triste como a flor que seca,
tendo à frente o rio e acima a brisa...
Minha alma murcha e ninguém percebe,
que a pobre alma, só de amor precisa!

Dizem que há gozos na juventude,
mas eu, não sei em que o prazer consiste!
O mundo brilha, sonha, ama e vive...
...tudo sorri, só minha vida é triste!