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domingo, 29 de dezembro de 2013

Gratidão




2013, 2014, 2015...
Quem vive Cristo, não precisa de misticismos com relação aos anos que saem ou entram.

Apenas confiamos, porque uma vez entendida a Mensagem da Cruz e crida, as bênçãos de Deus começam a nos seguir. Está consumado, já somos abençoados.

Vitórias ou derrotas acontecem o tempo inteiro. A diferença é que a fé dá significado a todas as coisas. No dia bom, somos gratos e no dia mal, sabemos que não estamos sós e ficamos atentos para o que Deus quer nos ensinar.

O ano de 2013 para mim, foi uma transição. Saí de uma mesmice que se arrastava há 7 anos e entrei de cabeça nos projetos que me lançam para cima. Estou com o coração cheio de esperanças e vontade de dar tudo de mim no auxílio de muitas pessoas.

Vou de mãos dadas com quem não tem vínculo com minha carne, mas está entrelaçado na minha alma. Sabe quando as essências se reconhecem? É isso, nossa seiva é a mesma. 

Desejo à todos maturidade espiritual, discernimento, sabedoria e principalmente fé, para descansar nos braços Daquele que continua tendo o controle de tudo.

Que em 2014 a gente se encontre muito por aqui e continue crescendo juntos, em Graça.


sábado, 14 de dezembro de 2013

Sobre a fé




A fé é dom de Deus e Ele mesmo a aperfeiçoa enquanto caminhamos. Pois à medida que mais o conhecemos e somos revelados à respeito das coisas futuras, mais firmamos Nele a nossa confiança.

É por meio dela que transcendemos para a eternidade. Porque ela faz este elo entre tudo o que foi prometido e a certeza de que tudo será cumprido.

A fé que se anuncia no mundo, como se a iniciativa fosse humana, esta que o fixa nas coisas circunstanciais e o incentiva à correr atrás do vento, dos tesouros corruptíveis, das vitórias, das bênçãos que nunca o satisfazem, isto nada tem de fé. Apenas chamam de fé, o impulso carnal e egoísta, puramente humano.

A fé não é este instrumento disponível ao crente para conseguir coisas e benefícios. Isto o que chamam de fé, só serve para alimentar mais ainda a alienação quanto as coisas espirituais. O iludido pensa que é um cidadão do céu, mas está entranhado nas coisas terrenas e longe de Deus.

A fé é o dom de Deus que sustenta nossa  convicção no que esperamos. Ela está firmada em Cristo e é a certeza do que há de vir Nele.

Por mais lutas e por maiores que sejam as aflições, perseguições, tribulações, é a fé que não nos deixa sentir desamparados. Podemos todas estas coisas, pois Ele tem nos fortalecido.

É esta fé, esta certeza, esta convicção que nos liga à Cristo, para que o reconheçamos como Senhor. É ela que nos enche de ânimo, não só para suportar, mas para ir e fazer discípulos.

Nada do que se baseie no desejo egoísta é fé. Todo dom é  dado por um fim proveitoso, em favor dos que vão herdar a salvação. A fé não apenas nos firma, mas nos ajuda a pregar o Evangelho com convicção.

Deveria ser óbvio, que permanecerá apenas o que é incorruptível para a eternidade. Logo, buscar o que é fútil e temporal só alimenta a carne e nada tem a ver com a fé.

É por meio da fé que assimilamos as coisas espirituais. Se refere ao que não se vê, mas se sabe por meio do espírito.

1 Pedro 1:21 Por meio dele vocês creem em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Javier Cardona




No horário marcado eu estava lá. Esperava ser recebida pelo moço lindo das fotos, aquele que encanta com seu sorriso, espontaneidade e versatilidade artística. São muitos anos acompanhando todas as suas performances nas poesias, músicas, fotografias, criatividade...

O moreno estilo Antônio Banderas, que já é meu amigo há pelo menos 6 anos e mora logo alí, mas que por falta de tempo, oportunidade e vontade, nunca nos movemos à nos conhecer pessoalmente. Já até passei por ele na rua, mas nunca havíamos marcado um encontro.

A motivação foi a hérnia de disco que o acometeu. Fui lá pensando em dar uma força, porque ele estava sentindo dor, mas ele se recusou a me deixar arrumar a casa. Veio abrir a porta amarrotado, com os cabelos armados e cara de sono. Me recebeu com um abraço gostoso e o café já estava sendo providenciado. Eu já sabia que ele era meio hippie, mas estranhei tanta fumaça na casa.

Eu disse que estava alí para ouví-lo e automaticamente encarnamos a psicanalista e o analisado. Ele tinha nas mãos uma caixa com fotos antigas, que curiosamente estavam recortadas. Notei que ele recortava algumas pessoas nas fotos, inclusive a noiva no dia do casamento. Este foi o início da conversa. Ele começou me explicando esta desconstrução, pois aquelas pessoas representavam para ele, frutos de um sistema corrompido com o qual ele não queria pacto.

O apartamento também está sofrendo transformações. Ele está se desfazendo da mobília tradicional e deixando no lugar apenas o que considera básico. Tudo alí é metafórico e tudo expressa sentimento e arte. 

E enquanto ele falava e apresentava-me sua visão de mundo, eu ia compreendendo a lucidez gigantesca, no meio de toda aquela loucura. Coisas do tipo: "A palavra mendigo na Colômbia, tem a ver com descartável... quando estava lá, fiquei chocado com essa expressão, por isso não descarto mais nada, junto sucata pra aproveitar, quer ver?" E abriu o armário da cozinha, me mostrou umas embalagens vazias de batata chips e disse: "Vou fazer uns caleidoscópios pras crianças com câncer brincarem."

Ele me contou sobre o dom de pastorear, sobre a paixão pelas almas que o motivaram a deixar tudo e ir para a Colômbia, onde sofreu as piores decepções com relação ao sistema religioso, privilégios de alguns, perseguições a ele que não se dobrou, os boicotes e depois de dez anos dando o sangue neste ministério, foi descartado.

Este assunto o deixou com os olhos injetados e lá do fundo da alma veio brotando mais uma reflexão: "As chamas de duas velas, não entram em atrito. Antes iluminam juntas e dissipam as trevas. Não deveria ser assim entre nós?"

Falou sobre a crise no casamento, sobre os efeitos da religiosidade nas decisões e sobre o fim. Falou sobre a briga com Deus e sobre a ânsia de recuperar o tempo que julgou perdido. Se tornou agente de trânsito, começou a faculdade, mergulhou nos sonhos e na sede de crescimento pessoal. Queria ganhar o mundo, mas descobriu que o Dom de Deus é irrevogável. Cristo pulsava dentro dele.

Falou-me sobre o livro, que conta esta história de desconstruções políticas, religiosas, econômicas, buscando uma liberdade e um modo de vida que não se conforma com o mundo, com sua frieza e falta de amor. O homem que trazia o peso do mundo nas costas, encontrou no Evangelho vazio de dogmas, a leveza pra espalhar no mundo tudo o que aprendeu com Cristo.

Neste meio tempo seu alter ego o ensina a se livrar das cargas insuportáveis das mágoas e subtituí-las pela autenticidade, que só os servos de Jesus, na Ordem de Melquesedeque conhecem, porque nestes, a orientação vem de dentro. O livro conta a trajetória deste homem que desejou ser correto e foi engolido pelos sistemas corrompidos. Mas ressurge na leveza de uma mente livre.

Como  agente no trânsito, lida com a injustiça e privilégios, onde é obrigado à se omitir, a calar sua indignação. Nos últimos 15 anos, perdeu a noção de quantas vezes foi xingado e desrespeitado nas ruas. O acúmulo de pressões, despertaram nele o desejo de sumir, mas como não era possível, se isolou em casa mesmo, num processo depressivo que terminou num surto. Ele usou a janela do apartamento como palanque para denunciar tudo o que viu e ouviu. E no momento em que o país manifestava, ele aproveitou a oportunidade e fez sua parte. Foi parar na TV. Todo mundo queria saber quem era aquele agente que tirou a roupa na rua.

Entre um assunto e outro, um cigarro e lá se foram mais de 4 horas de papo. Não vi o tempo passar, tudo o que ele dizia, vinha carregado de vida. Apesar da dor física, para mim, aquilo era reflexo do peso que ele carregou nas costas, a indignação com o mundo, o inconformismo. Toda dor prolongada na alma reflete no corpo. Mas ele disse algo que é verdadeiro: a desconstrução o deixa livre para encarnar o Evangelho por onde vai...

Ele prega o amor no trabalho, nas ruas, no trânsito, nos encontros. Ajuda um aqui, outro alí e ninguém precisa saber. Por onde vai, espalha a gentileza, fala do bem, pacifica, faz justiça. O mundo é seu ministério. Jesus, um amigo que vai com ele.

Na despedida ele me disse: "Janete, foi terapêutico!" mas sou eu que me sinto privilegiada, por ter conhecido um ser com tamanha força e perseverança. Ele encantou minha tarde... conheci alguém que de fato encarnou o Evangelho. Valeu muito, amigo.

"A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina."
1 Coríntios 1:18

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Ser feliz, é questão de visão




“E juntamente com Ele, nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Efésios 2:6.

Ser feliz...
A questão da felicidade está estreitamente relacionada com o prisma com que se olha a vida.

Se do ponto de vista carnal, eu começasse a olhar minha incompletude, constatando que sou só, que não tenho um emprego, não constituí uma família, não tenho a segurança de bens materiais e nem tenho um amor para cuidar de mim, me perderia no desamparo da solidão e gritaria auto-comiserações, achando que a vida conspirou contra mim e que o universo me odeia, causando meus fracassos.

Mas se olho pelo prisma espiritual, constato que poucos tem a clareza da minha visão. Fui colocada em lugares altos, assentada nas regiões celestes, de onde olho o mundo e percebo pessoas, que apesar de ter um cônjuge, filhos, carreiras e bens, tem também um vazio que não tenho e uma falta que eu não sinto.

Tenho plena consciência de que colho os resultados do que eu mesma plantei em outras épocas, frutos das minhas escolhas, das minhas opções, de forma que tanto minhas faltas, quanto meu crescimento espiritual, são resultados do meu investimento no que considerei prioridade. Não cometo a injustiça de culpar ninguém pelas minhas frustrações, posto que até quem me enganou, escolhi acreditar.

É justamente por não estar enraizada nesta vida efêmera, que sou livre para viver a eternidade desde agora. E buscando o Reino de Deus como prioridade, se confirma na minha vida o que Cristo disse: tudo o mais é acrescentado, de maneira que mesmo faltando, eu não sinto a falta. Em tudo sou suprida, nas mínimas coisas. 

Sou cuidada minimamente, pessoalmente e de forma surpreendente, porque me reconheço completamente dependente.

Ser feliz é questão de visão. Como poderia eu ser infeliz, sabendo de tão grande amor? Como me desestabilizaria com as faltas circunstanciais, se sei o que hei de herdar em Cristo?

É até bom que eu não tenha vínculos me prendendo às obrigações, porque o que eu vier a realizar, será com liberdade. Passarei por esta vida como o vento que não se fixa, apenas vai... sou livre para amar a quem necessite do meu amor, seja onde for.

Vivo este paradoxo constantemente, experimento em mim esta dualidade, estes dois extremos. A carne é uma miséria, mas somos vivificados no espírito, para que ela não nos subjugue. E é por causa do Espírito no meu espírito, que não tenho sucumbido. 

Como se não bastasse a própria condição humana que é um desafio diário, se levantam de todos os lados investidas espirituais da parte do nosso adversário, para impedir o aperfeiçoamento em Graça.

Aos olhos de Deus, os bem-aventurados são os que perseveram em esperança, apesar das muitas aflições, porque quem promete é fiel e não falhará em cumprir em nós, tudo o que nos tem garantido.

Fácil não é e ninguém me disse que seria, mas sigo confiante, vencendo o mal de cada dia com perseverança e fé. Nisto consiste minha felicidade: saber que não tendo nada, tenho em Cristo, meu TUDO.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Canais para fazer circular o dom de Deus




Há um tempo atrás, meditando sobre o amor, intuí que apesar de conseguirmos deformá-lo com nossos conceitos, ele jamais foi sentimento, mas essência, porque sendo Deus Amor, transcendeu na direção do homem por meio de Cristo e assim, emana através dos remidos, na direção de todos os outros, fazendo sua essência circular no mundo de forma horizontal. Ele mesmo é a fonte do amor que transmitimos, este que nos impulsiona na direção do outro em doação, em renúncia, em acolhimento.

Depois, meditando mais um pouco, percebi que também o favor de Deus, derramado no homem, é como uma chuva fina sobre a semente; A Graça que nos alcança, perdoa, cura, dá crescimento, acompanha e restabelece, vem de Deus para nós e também emana na direção do próximo, como se crescessem em nós, ramos para todos os lados, espalhando a seiva perdoadora, reconciliadora e amorosa que há em Cristo, a Raíz Santa, que nos chama a ser UM com Ele, para poder frutificar Nele.

Os dons, acrescentados a cada crente conforme a Vontade de Deus, também nos foram dados como instrumentos visando um bem proveitoso dentro desta grande Obra, segundo o propósito de Deus na expansão do Seu Reino. Recebemos, para que o usemos na proclamação das Boas Novas e assim também nos tornamos cooperadores, para que Cristo seja manifesto aos homens.

E numa das reflexões do Roberto, que ele diz ser inspirada nas coisas que digo, mas que acabam me inspirando também para refletir sobre esta rotatividade da essência de Deus na Terra, me mostra mais uma vez que somos como um organismo, onde cada célula se completa, se liga e se ajuda mutuamente, de forma que funcionamos todos em Cristo, a Mente que nos direciona neste propósito. Quantas foram as vezes em que um completou o que o outro estava meditando, preenchendo as lacunas e formando uma visão mais nítida? Acontece o tempo todo nos meus encontros com amigos da mesma fé, caminhamos sintonizados, um se tornando luzeiro na vida do outro.

Então, ele me ajudou a entender que a Glória de Deus é também circular, pois esvaziando-se de Sua divindade e fazendo-se pobre por causa de nós, Cristo nos possibilita ser ricos em Glória Nele, assim, glorificamo-lo de volta, para que Ele nos glorifique no porvir.

Que coisa sublime é a revelação de Deus! E que maravilha é entender que desde sempre, tudo começa Nele, por meio Dele e volta para Ele. E Ele é tudo em todos e Nele somos UM.

E assim, é muito fácil entender que o esvaziar-se de si mesmo, é um processo necessário para que haja este círculo de amor e Graça entre Deus e os homens, pois o egoísmo que nos domina, faz estagnar a seiva que dá vida aos ramos.

Cristo se esvazia para nos encher, na medida que nos esvaziamos para ser cheios Dele. E assim, enxertados na Videira, damos frutos. Mas fora dela, para nada mais servimos.

A Seiva, a Vida, o Sangue está Nele e somente negando o ego, estamos livres para amar e frutificar em benefício dos homens, para a Glória Daquele que à si mesmo se doa em favor de muitos.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Libertação dos pecadores




Meu objetivo neste post, é falar sobre o perdão. Mas para entender sobre o perdão entre os homens, é preciso fazer uma explanação sobre o perdão que recebemos da parte de Deus em Cristo, para que todo homem entenda, que a mesma Graça, transcendida da parte de Deus em nossa direção, é a mesma que irradia e  emana de nós, na direção do próximo.

A Bíblia relata que todas as providências para que o homem seja salvo das consequências eternas de sua iniquidade, foi realizada desde a eternidade, antes mesmo da criação. E depois, dentro da História, tomamos posse de cada acontecimento, dentro do devido tempo determinado por Deus.

Todos estes acontecimentos foram necessários para que se manifestasse a Graça de Deus aos homens. E nada do que tenha acontecido, fugiu do controle de Deus. Ele sabe do que somos feitos e assim, fez conhecido Seu Amor, quando nos olhou com Misericórdia.

O primeiro culto, foi realizado ainda no Éden, quando o próprio Deus sacrificou um animal para cobrir as vergonhas de Adão e Eva. Foi um ato de Misericórdia, ao mesmo tempo em que havia o derramamento de sangue, que purificaria da culpa.

O culto em Israel, consistia em cada homem prover para si um animal perfeito, pois só poderia haver perdão de pecados, mediante derramamento de sangue. O animal, era sacrificado no lugar do transgressor, levando a culpa sobre si, expiando-a e deixando livre o pecador.

Todas estas coisas apontavam para Cristo. Eram sombras do que haveria de vir. Todo aquele contexto: judeus, Lei, acusações, tortura, tudo isso é muito pesado para nosso entendimento humano, que está encerrado no tempo e no espaço. Estamos fixados naquela cena de sofrimento, mas o significado espiritual daquele ato, é a mais sublime ação de Amor, que já houve nesta Terra. O ápice do Amor, foi consumado naquela Cruz.

Imagine que a Cruz se desprende do chão e atrai para si a iniquidade dos homens; os que foram, os que são e os que serão. Porque a Redenção é atemporal.

O Cordeiro de Deus, foi imolado antes da fundação do mundo, pois era necessário que assim fosse, pois de outra forma, não haveria a remissão de pecados e todos morreríamos em nossos delitos, perecendo sem Deus.

Cristo, o Perfeito, sem mácula e sem pecados, se fez maldito por amor à nós. Derramando seu Puro sangue, expiou a nossa culpa e riscou a cédula da nossa dívida.

O pecado do que crê, não apenas foi perdoado, mas pago com alto preço. Fomos comprados com Sangue e agora somos Dele.

Jesus, o Templo de Deus, pois Nele foi realizado todo o ritual de purificação de pecados, na Cruz, o Altar, reconciliou os homens que antes estavam separados por causa do pecado, com Deus, que por causa da Perfeição do Cordeiro, nos adota como filhos.

Não há mais separação. Todo aquele que crê nisto, tem livre acesso à presença de Deus por meio de Cristo, nosso único Mediador, pois só Ele é Santíssimo.

Este é o verdadeiro Culto. O único que saciou a Justiça de Deus. Jesus não pagou parte da dívida, ele a quitou. Já não nos resta fazer nenhum outro sacrifício em troca do perdão de nossa dívida.

Nem sacrifícios, nem cultos, nem preço algum. Está feito e consumado, sem mérito humano, apenas a providência Divina, que separou o Filho para a Obra Redentora, gratuitamente, por Amor.

Percebe que apelidamos cerimônias criadas por homens, de forma que perpetuamos um suposto "culto" desnecessário? Aquela liturgia, aquele formato, aquele conjunto de ritos, nada disto é um culto, pois um culto não é sinônimo de homenagens. Onde havia um culto em Israel, significava que alguém havia pecado.

Deus não se sacia com nossa dedicação, com nossas músicas, com as obras que julgamos boas. Deus está saciado de uma vez por todas por causa do Filho Amado que lhe compraz. 

Se a motivação dos nossos encontros, da reunião dos remidos, não for o amor, a comunhão, a troca, o aprendizado, o auxílio, a reconciliação; se a congregação dos justificados não se reúne em gratidão pelos feitos de Deus, se a motivação for completar a Obra Redentora (mesmo inconscientemente) tudo será em vão. Nos unimos por causa do Amor.

Deus não requer do homem nenhum sacrifício. Tudo o que se faz para Deus ou para o próximo, é por causa da consciência da Graça que nos alcançou. É resposta e não causa. Tudo vem de Deus e é para Deus.

Ele nunca se alegrou com a morte, nem de homens, nem daqueles animais oferecidos no culto. Era necessário que morressem por causa do perdão. Assim como era necessária a morte do Cordeiro de Deus, por causa do perdão aos homens. Portanto, Deus não se agrada de cultos. Deus se agrada no Amor, este é nosso culto racional, realizado por meio do corpo, quando temos consciência do que recebemos de Deus.

Depois de consumada na Cruz a Obra e Morte e após a ressurreição 3 dias depois, Jesus está apto a Advogar a nossa causa.

Quando nos olha, Deus já não vê nossos méritos, obras, sacrifícios, investimentos, dedicação, nada disso. Mas também não leva em conta nossa deformidade, miséria, nudez; Ele enxerga CRISTO entre Ele e nós. O Mediador que nos religa à Deus.

É na Perfeição Dele que somos justificados, é nas suas pisaduras que fomos sarados. Alí recebemos perdão, cura e paz. Alí fomos verdadeiramente livres das acusações e de nós mesmos.

Já não há preço a pagar, já não há a necessidade de arrastar nos lombos o peso dos erros do passado, os relacionamentos quebrados, a falta de perdão que acorrenta as relações. Alguns homens se algemam às culpas como se gritassem ao mundo "Estou pagando até o último centavo!". Como se por meio da dor e do sofrimento, pudessem redimir à si mesmos. Não podem! Se não for por meio da fé em Cristo, não há perdão.

O amor pode fazer novas todas as coisas, mas como resultado do Amor que recebemos primeiro. Perdoamos, porque fomos perdoados de nossa dívida impagável. Nos reconciliamos, porque fomos reconciliados com Deus. Anunciamos o Evangelho, porque por meio desta Boa Notícia, soubemos da Misericórdia e Amor de Deus.

Jesus disse oferecendo alívio: 

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.

Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve."




Não basta falar de Jesus, citar versículos, frequentar lugares que nunca cessam de exigir do homem mais obrigações. É preciso ir à Jesus e o convite é para todos.

Logo acima deste versículo, um outro diz:

"Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.

Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.

Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar."



O Evangelho é tão simples, que as pessoas complicadas não o assimilam. É preciso ser simples, para entender a simplicidade. É preciso que o homem enxergue sua condição de dependente do favor gratuito de Deus, a Graça, que significa "favor imerecido", para então esvaziar-se de si mesmo, para que Cristo cresça nele.

Basta olhar para Cristo e crer que todo culto necessário para tirar de nós o pecado e a culpa, foi realizado e consumado Nele. estamos reconciliados com Deus e podemos promover a reconciliação dos homens uns com os outros.

Só pode seguir Jesus verdadeiramente, quem aprender a negar-se e tomar sua cruz. Tomar nossa cruz, é este ministério da reconciliação, pois da mesma forma que a Cruz de Cristo nos religou à Deus, nossa cruz nos torna UM organismo só, cujo Cristo é o cabeça. Assim a cruz é perdão, uma das coisas mais básicas na vida de quem crê.

O primeiro fruto da Graça é a gratidão. Saber que Jesus se ofereceu para tirar das nossas costas o peso insuportável do passado, das mazelas, das culpas e em troca nos dá a leveza do Evangelho, que também requer renúncias, mas sem a dor na alma que aprisiona e tira a paz.

Entender o que recebemos de Cristo, abre os olhos para enxergar Jesus presente nos nossos piores momentos de crise. E a lição aprendida nesses momentos, nos deram crescimento para testemunho Dele.

O liberto é verdadeiramente livre, porque não arrasta atrás de si, ninguém acorrentado pelas dívidas. E também a ninguém se acorrenta pela falta de perdão.

Ele levou sobre si, tudo o que cabia a nós, mas Nele somos feitos novas criaturas, para expressarmos seu Amor por onde andarmos.

Ah, Senhor... quem dera que todo o cansado e sobrecarregado pudesse compreender estas coisas! Entender o propósito da tua encarnação e saber quem são em Ti... Saber que somos teus, porque fomos comprados para ir pelo mundo, anunciando que o Senhor é Bom! E fazemos isto, não para merecer o que jamais mereceremos, mas porque só UM é Digno de toda a nossa gratidão.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Fazei isto em memória de mim




Meu aniversário é um evento bastante aguardado pelos membros da igreja. É famoso por causa da fartura e da liberdade das pessoas em se servirem na mesa.

No momento após o culto, me deram a palavra e como meu negócio é escrever e não discursar, minhas palavras foram bem sucintas: "Gosto muito do meu aniversário, menos pela data em si, porque quando tomamos consciência da eternidade, as coisas efêmeras perdem a importância. Mas gosto especialmente, porque é literalmente Cristo entrando na minha casa e ceando comigo.

É assim que vejo este evento, que planejo e me dedico ao máximo. O Corpo vem me visitar e eu quero oferecer-lhe o melhor. É a oportunidade da comunhão no abraço e na mesa. É a alegria desse encontro transbordando em sorrisos e troca de afeto. Tudo por causa do amor de Cristo, manifestado por nós.

Este é verdadeiramente um momento de ceia, como aquele retratado por Paulo em Corinto. Tanto lá, quanto aqui, todos os que estavam neste espírito de comunhão, discerniram Cristo. Mas certamente haviam aqui como lá, alguns mais preocupados com a comida e com o se fartar primeiro, como Paulo exortou.

Hoje vemos mais este equívoco ser pregado nas igrejas, onde a própria liderança, decide quem participa e quem fica de fora da mesa do Senhor. Sob a ameaça de maldição, se alguém participa indignamente, como se alí houvesse alguém digno.

Sugerem um momento de auto-exame, para localizar uma possível culpa. Sinceramente, ninguém deve guardar um pecado inconfessado, para se lembrar dele, minutos antes da ceia. Pecamos, até mesmo sem perceber.

Eu faço contato, não com este ou aquele pecado, mas com minha condição de pecadora, lavada e remida pelo Sangue do Cordeiro. Em seguida já me alegro pelo fato de ser parte de Cristo.

Hoje, como a ceia é simbólica (um pequeno cálice de suco de uva e um pedacinho de pão), os conceitos acabam sendo distorcidos. Mas Paulo está descrevendo verdadeiramente um jantar de celebração, onde um deveria servir ao outro, como Cristo serviu aos doze.

Com toda a certeza, Jesus estava instruindo a unidade da Igreja e não o que acontece hoje durante o ritual, onde cada um ceia olhando a nuca do irmão da frente.

Fazemos isto em memória de Cristo, tomando o pão que simboliza a carne e o vinho simbolizando o sangue derramado na Cruz, para lembrar que Jesus permanece conosco, apesar de ter modificado a forma de ficar. Não apenas o pão e o vinho representam Cristo, mas o povo que celebra, é também o Seu Corpo.

Avaliar-se, não é outra coisa, senão verificar a motivação em estar alí. Você discerne que o Corpo alí reunido é Cristo? Somos todos parte de um mesmo organismo que vive em amor e comunhão, por causa de Cristo. Ou estamos alí por causa da comida e bebida, sem senso nenhum de comunhão?

Estes, motivados pelo egoísmo, certamente não estão em Cristo, mas são carnais. Que permanecem fora do Corpo, apesar de participarem religiosamente do rito.

A última ceia do Senhor, foi para preparar a Igreja a encorajar-se na continuidade. Comer e beber juntos, significa compromisso um com o outro. O banquete sacia a fome, mas também alimenta a alma.

O que discerne o Corpo, festeja a alegria de sermos UM, fortalecendo assim a nossa esperança, até que Ele venha.

"Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que não vos ajunteis para condenação." 1 Co 33, 34

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Maravilhosa Graça




A Graça de Deus encontra quem quer, não precisa marcar hora, nem local, nem ambiente propício para que ela se manifeste.

O amor de Deus não faz acepções e vai de encontro a todo aquele que cansado e sobrecarregado, se rende à Jesus. Todo o que se enxerga fraco, doente, vazio, carente, desolado, pequeno, vulnerável, sozinho...

E neste momento onde não somos nada, Deus se torna tudo em nós. 

Então a Graça que nos alcança, este favor que não busca merecedores, está dentro, está adiante e está seguindo ao que se torna filho.

Maravilhosa Graça, que não leva em conta as deformidades do ser. Que não dá segundo o caráter, nem merecimento, mas conforme a dependência na bondade e misericórdia do Senhor. 

Ela não depende do que corre, nem do que quer, mas unicamente pela misericórdia Daquele que tudo sabe desde antes da criação de todas as coisas.

O amor de Deus é Graça e é abundante, para todo aquele que se acha indigno, desgraçado e desolado. Porque coloca Nele a sua esperança.

A Graça acolhe como mãe amorosa, suprindo, curando, restabelecendo e cuidando, para a Glória de Cristo Jesus, que se deu no nosso lugar, para que todo aquele que Nele crer, seja alcançado.

Jesus, autor e consumador da fé, Senhor agraciador, que não lança fora à nenhum que o busque e se esvazie de si mesmo, pois só faz isto, quem o Pai motiva a fazer.

A Graça desvenda os olhos e faz enxergar as coisas ocultas. Dá sabedoria aos símplices e proclama no mundo que Jesus é o Senhor.

Um dia eu descia o abismo e via o medo me atormentando, me sobrevoando como ave de rapina. Mas o Senhor, ouviu o meu lamento e me resgatou para honra de Seu Nome.

Louvado seja Jesus Cristo, cujo Nome está acima de todo nome, porque sem Ele, nada do que foi feito se faria. O Início e o Fim, Senhor da minha vida, Amado da minha alma!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sobre a dualidade humana



Nos últimos dias, Deus tem desconstruído em mim, mais um dos paradigmas que a religiosidade estabeleceu. A interpretação da parábola do Joio e do Trigo, ganhou um outro olhar e é sob este prisma, que quero compartilhar com vocês.

Lá no Éden, sob as palavras instigantes da Serpente, o homem aceitou em si um novo plantio, onde a semente da corrupção roubou dele a pureza do relacionamento com Deus. Assim, fez-se necessário a promessa de uma nova semente que aniquilaria com a morte e geraria novamente a Vida, nos moldes originais dos planos de Deus.

Então, até que o homem receba desta nova semente, nele reina a morte e tudo nele é corrompido. Quando recebe a semente do Evangelho, embora o corpo ainda permaneça corruptível, o espírito que está pronto, torna possível que ele seja capaz de se vencer.

Segundo o paradigma, há o homem que é trigo e há o homem que é joio. Um plantado por Deus e outro pelo diabo. Isto seria o alicerce do calvinismo e a distorção do amor de Deus.

Segundo este novo prisma, há duas naturezas no mesmo homem, uma gerada pelo Espírito no espírito e outra semeada pelo inimigo de nossas almas. Se o homem busca a Deus, o trigo prevalece e dá seu fruto, ao passo que mortifica o joio que é a sua própria natureza corrompida no Éden.

Todo homem portanto, tem em si as duas sementes, as duas naturezas, as duas possibilidades: a de fazer a própria vontade ou a vontade de Deus. Uma em detrimento da outra, uma militando contra a outra, mesmo após o novo nascimento.

A semente de Deus, lançada em mim, cresce junto à corrupção semeada pelo inimigo. Mas enquanto uma natureza morde o calcanhar, a outra pisa-lhe a cabeça. 

O Espírito inseminou o espírito para gerar a vida eterna. É esta natureza que não peca, pois é nascida de Deus. Quem permanece no amor, não pode pecar. Mas um momento olhando para o próprio ego é suficiente para lançar o homem no chão, da mesma forma que a lei da gravidade atrai um objeto.

Quando o Espírito nos convence do erro, da justiça em Cristo e do juízo que há de vir, inicia-se o crescimento em graça e conhecimento da verdade. 

A fé é o alicerce, o fundamento que precisa ser firme, para suportar a edificação que virá dia após dia. 

O trigo frutifica, mas o joio prolifera.

O trigo precisa de tempo, de investimento. É um processo que começa à partir da revelação do Evangelho e segue durante a caminhada.

O joio, plantado no Éden pela astúcia do inimigo, cresce junto com a boa semente, interferindo diretamente na escolha dos homens. O ser é ambíguo. A alma anseia por satisfação e o espírito pelas coisas do Alto.

Ninguém dá o melhor de si o tempo todo, à todas as pessoas. Por melhor que o homem consiga ser, ainda é mal. Por maior que seja nossa justiça, ela ainda é trapo de imundície.

A natureza das duas sementes militam entre si continuamente, sem trégua. Nossas escolhas oscilam entre estas duas naturezas.

A Palavra de Deus tem esquadrinhado meu ser, de forma que eu reconheça em mim, a raíz dessas duas semeaduras. Tanto a natureza almática, quanto a espiritual, estão tão perceptíveis, quanto cores diferentes.

Embora eu tenha olhos que enxerguem e ouvidos que ouvem, não posso me gloriar de coisa alguma, pois meu desejo é contra mim e cada vez que eu não o domino, esta natureza prevalece e se alastra. Vejo minha dualidade com muita nitidez e embora eu não possa me livrar do corpo dessa morte, sei que meu redentor vive e já venceu no meu lugar.

Porque há esperança para a árvore que, se for cortada (morrer), ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Jó 14:7

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Meu dia especial




Hoje é o dia que o Senhor me abraça, através do carinho dos meus familiares e amigos.

Já ri, já me emocionei, já agradeci a Deus o privilégio de ser cercada de gente boa, de gente que me ama e faz questão de demonstrar isso. Gente que me acolhe, me ensina, me ajuda e me acompanha pelo Caminho.

42 anos... nada diante da eternidade que ainda vou viver, mas tempo suficiente pra entender que esta vida é um aprendizado, a oportunidade de um crescimento diário, que nos prepara pra ser cada vez melhores.

Deus é BOM!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dilema




Há uma maneira infalível para identificar alguém que assimilou a Graça e respondeu ao amor de Deus com sinceridade, se propusermos um dilema, uma analogia simples.

Responda esta pergunta: Você é cristão, expressa sua fé numa comunidade cristã, seja um templo, um lar, seja onde for. É alguém que procura servir à Deus e aos irmãos da melhor forma que consegue, procura não falhar, procura ser exemplo. Tudo está bem, exceto pelos problemas que seu filho lhe causa. Ele foi doutrinado desde a infância, mas se rebelou e caiu no mundão. Faz tudo o que dá na veneta e as consequências sempre recaem sobre você. Ele rejeita todas as suas investidas e despreza seus conselhos. Ele não te respeita, nem demonstra te amar. Você está cansado de todas as tentativas, das discórdias e de todos os problemas que ele te traz. Não há mais jeito. Você pensa mais nele como um problema pra você, do que com o amor natural aos pais.

Então, diante de Deus você descobre que a situação não mudará. Seu filho morrerá assim e será condenado. Você chora e lamenta, mas sabe que deu tudo de si. Se conforma e se prepara para sair, mas Deus te chama de volta. Há uma negociação a fazer: houve pecado, não houve fé em Cristo e haverá uma condenação. Mas se você abrir mão de ir para o céu e trocar de lugar com seu filho, você vai para o inferno e ele para o céu. Seu filho passará a eternidade com Jesus e você será atormentado. Você pode trocar seu destino eterno com este filho rebelde e sofrer você mesmo a consequência das escolhas dele. E aí, topas?

Conheço quem diria: jamais! Fiz minha parte e cada um que responda por si. Não abro mão de estar com Jesus, nem pelo meu filho. Como sou eu que propus o dilema, minha resposta é até óbvia. Se eu pudesse livrar meu filho, eu iria no lugar dele. Sabendo o que sou e o que mereço, não teria de pensar duas vezes. Não há o que eu não faça pelo meu filho. Mas e você, iria para o inferno pelo seu?

Se sua resposta foi não, significa que ainda condiciona a salvação aos seus feitos e méritos. Não viu Jesus como seu Mediador. Está iludido pela religiosidade, ou pelo egocentrismo.

Jesus não pensou assim. Antes, sofreu a condenação em nosso lugar. Sofreu o que cabia a nós, mesmo sabendo que não merecíamos. Mas o amor não está condicionado aos méritos. O amor é Graça, é favor imerecido.

Por mais correto que alguém se julgue e por mais que cumpra qualquer protocolo, jamais conseguirá pagar o alto preço da sua ressurreição em Cristo. Não é direito adquirido, não é merecimento. É puro e simples amor, mesmo que você seja egoísta e ensimesmado.

Como é favor imerecido, ninguém pode reivindicar. Tudo o que viermos a fazer por causa de Cristo, é apenas resposta ao que recebemos primeiro. Obras não são moedas de troca, por bênçãos e benevolências. São apenas o amor transformado em gestos e ações.

E se não há quem mereça o céu, porque todos pecamos e por merecimento estaríamos todos condenados, por que nossa medida para avaliar o próximo é tão cruel? Chegamos a desejar o inferno aos nossos desafetos.

A ressurreição é intransferível, mas não cabe à nós classificar os que são de Cristo. É possível perceber quem está em Cristo ou não, mas nada é definitivo em se tratando de fé. Estamos todos no mesmo processo.

Particularmente, não creio no inferno como lugar de tormento pós morte. Isto afetaria o propósito eterno de Deus em resgatar a humanidade, enviando Jesus para pagar o preço por nós. Se nenhum merecia e Jesus se deu por todos, o preço foi pago de uma vez por todas. Não precisamos completar a Obra Redentora.

E quem ressuscitará para estar com Ele? Todos aqueles que o amaram e vieram à Ele. Estes se tornaram moradia de Seu Espírito e já não vivem assombrados com a ameaça de ir para o inferno, mesmo se enxergando e sabendo o que são. Estão firmados no cacife de Cristo e não nas obras das próprias mãos.

Assimilar o amor de Deus, é a verdadeira conversão. Saber-nos amados e acolhidos apesar do que somos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O amor é o vôo




Lia no ônibus "A Cabana" de William P. Young, um livro lindo que me ameaçou arrancar lágrimas em alguns momentos, onde a personificação de Deus em três figuras divertidas, que exalavam amor enquanto falavam ao personagem principal, desconstruíam a imagem religiosa de Deus, para que Mack entendesse o amor na adversidade e na dor. A frase "O amor é o vôo." me fez interromper a leitura e enquanto eu caminhava em direção ao trabalho, ela ressoava como um eco.

A brisa matinal acompanhava meus passos e dentro de mim uma alegria estranha me trouxe à memória um desafio que vivi nos últimos anos. Os rostos surgiram como lampejos, enquanto uma voz vinha de dentro de mim...

"Quem ama pessoas que ofendem, que maltratam, que escarnecem? Quem continua amando este, que desfere golpes de punhal contra um peito que oferece calor e insatisfeito com o ato, se irrita com o gemido e o esguicho de sangue? Sim, anos a fio de tolerância, perdão e esperança, guardaram-te. 

O sétimo ano é o da perfeição. Olhe para traz e perceba quantas barreiras você transpassou, quantas dores você suportou, sem revidar e sem maldizer. Você está livre e de posse da sua paz e leveza. Nem a frieza, nem a  rigidez, nem a inércia dos cadáveres tirou de você, um milímetro de sua fé.

Sinta-se livre nesta mansão, onde todas as portas e janelas estão abertas, por onde a brisa suave circula livre, trazendo o perfume do lírio. Você pode entrar e sair dos cômodos, pode usufruir dos espaços, usar toda a plenitude deste lugar.

Não, você não foi conduzida pela virtude dos homens, nem sabedoria, nem sugestão alguma. Todo suposto mérito era ilusão. Quem te trouxe aqui foi o amor... o amor é que possibilita todas as coisas, liberta, ensina e dá crescimento. O amor é o vôo."

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Escatologia




Escatologia não é esse mistério todo...

Primeiro: uma revelação, inspiração, visão, só pode acontecer com o suporte que temos. Então, só daremos uma interpretação clara, se o que vemos, coincide com o que sabemos e conhecemos.

Não é como uma psicografia, que supostamente aconteceria sem a participação do instrumento, ou uma manifestação espiritual que tira a autonomia da pessoa usada.

Um exemplo é que Elizeu ao ver Elias subir ao céu, mesmo que visse uma aeronave, só poderia mesmo exclamar "roda de fogo, cavalo de fogo". Pois ele não conhecia nem carro, nem aeronaves, nem nada além de cavalos e pequenos carros.

Da mesma forma, não conhecia luzes fortes como faróis, portanto assimilou aquela iluminação como fogo, que ele conhecia. Mesmo numa visão sobrenatural, a mente só consegue assimilar o que domina.

João teve uma visão e penso eu, que ele pisou o solo da atemporalidade, para ver o que ainda há de ser. E toda aquela revelação recheada de metáforas, figuras e alegorias, não significa nada mais do que fatos do cotidiano. Tudo se resume no desvirtuamento da pregação do Evangelho e fatos que apontam para o fim...

Poderes, riquezas e corrupção do sagrado. Tanto a Igreja quanto Jezabel, são mentalidades. uma perseverante e a outra corrompida.

A nova ordem que já se forma no mundo, a crise do dólar, as guerras fabricadas com intuito de arrecadar os recursos necessários, porque os EUA tanto libera material bélico, quanto financia a reconstrução do que foi destruído, tudo isso já acontece e está profetizado.

Lembram de Jesus no Templo revirando as mesas? Aquela era a figura da besta, o iníquo, pesquise depois a história dos bancos, você identificará que aquela mesa dos cambistas, era a origem dos bancos, que lucram para administrar o que é nosso. Era o sistema monetário, a corrupção visando lucro, o capitalismo que domina o mundo hoje.

Naquela ocasião, os cambistas profanaram o Templo cobrando juros sobre objetos e animais penhorados. Em nosso tempo, onde o Templo são os homens, o iníquo continua movimentando a riqueza do mundo. E já não há quem não dependa dele. Mamon impera, até mesmo em reuniões que se dizem cristãs, profanando a habitação de Deus.

A mentalidade da maioria das pessoas, é ter cada vez mais, mesmo que tenham que se prostrar diante do sistema monetário, pagando juros, impostos para investir seus próprios bens, visando um retorno cada vez maior.

Alguém duvida que estas pessoas aceitarão um chip subcutâneo para não perder o direito de negociar?

Os místicos esperam coisas sobrenaturais e não observam coisas corriqueiras que já vivemos. Especulam sobre personalidades, falam bobagens.

O tal chip que está sendo produzido, com o pretexto de organizar o sistema e facilitar atendimento hospitalar, logo servirá como documento e moeda. Uma marca implantada, a perda total de autonomia e liberdade.

ISSO JÁ EXISTE. E passará a ser uma ameaça aos remanescentes, quando se tornar obrigatório. Estes "rebeldes" não poderão comprar, nem usar hospitais, órgãos dos governos, etc. Nessa hora, é que muitos se corrompem para continuar consumindo. Lembram do "Ai das grávidas e das que amamentam"? Imagine ter que se refugiar nessas condições, quando a Igreja estiver sendo perseguida...

Quando evangélicos cegos virem seus líderes chipados e realizando prodígios, aceitarão a marca também.

Jesus falou tantas vezes no perigo que as riquezas oferecem, na tolice que é acumular bens corruptíveis e que onde estiver o tesouro, estará o coração... poucos serão os que terão perseverança para continuar servindo à Deus, aborrecendo à Mamon.

Viram como apocalipse se resume a fatos possíveis e que já começam a existir no nosso tempo? Haverá fomes, guerras e o domínio de um poder injusto e mundial.

E você que se diz cristão, acha fantasioso o que Jesus garantiu que aconteceria? Pois eu não acho e quanto mais percebo que está perto o Dia do Senhor, mais feliz fico por saber que estarei com Ele.

É bonitinho estar em igrejas lotadas, cantando musiquinhas comerciais, cumprindo rituais e participando das liturgias, né? Pois ser cristão não é nada disso. E enquanto se distraem com entretenimento gospel, os cristãos alienados não sabem o que fazem alí.

Não se fala nas igrejas sobre os acontecimentos no mundo. Não se preparam pessoas para perseverar. Não se esclarece, não se conversa a este respeito.

Jesus não chamou ninguém pra ser católico ou evangélico. Chamou pessoas para seguí-lo, negando o ego e vivendo alicerçadas no amor. Porque quando não houver mais reuniões, nem Bíblias, só o amor nos manterá unidos e nos ajudando mutuamente.

O amor não serve só pra filosofar e fazer poesias. Amor só é verdadeiro, na prática de amar.

domingo, 27 de outubro de 2013

Um outro que é o mesmo




Concluindo o que viemos conversando, este é o último texto interligado aos anteriores "Atemporalidade", "Amor, vínculo da perfeição" e "O Alfa e o Ômega". Nesses posts, procurei resumir o conteúdo bíblico em poucas palavras, de modo que todas as pessoas compreendam a essência do Evangelho. Para uma melhor assimilação do que é a Ordem de Melquisedeque, sugiro a leitura do texto com este título. Bom, vamos à conclusão.

João 14:16 - 17 "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós."

João 14: 26 - 27 "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito."


João 16: 7 - 13 "Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.
E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.
Do pecado, porque não crêem em mim;
Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais;
E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir."


É maravilhoso entender que Jesus selou os seus seguidores com seu próprio Espírito, para que sejam revestidos de autoridade, conhecimento e principalmente amor, não só para caminhar, mas para guardar a esperança até que Ele venha!

A palavra "outro" aqui é allos, que significa outro do mesmo. É como a minha Bíblia e a sua, são duas distintas, mas com a mesma essência, o mesmo conteúdo. O Consolador, o Espírito Santo, é Deus habitando no homem.

Percebe porque na Ordem de Melquisedeque, já não são necessários doutores da Lei ditando o que pode, não pode, deve e não deve ser feito? Percebe que também não estamos falando de anarquia?

Há um governo divino, há a Lei de Cristo resumida no AMOR, há um propósito eterno e a necessidade de lembrarmos o ensinamento de Jesus e praticá-los. O Espírito Santo nos ensina porque precisamos saber e isso acontece dentro do homem, onde Deus estabeleceu seu reinado.

A maioria das pessoas, ouviram falar de Jesus e sabe que Ele tem boas coisas à oferecer, mas ficam estagnados no "negue-se à si mesmo, tome sua cruz e siga-me". É um processo. Ninguém seguiu Jesus, sem antes negar o ego e em seguida liberar perdão. Além disso, seguir Jesus é tomar a responsabilidade de ser guiado por sua mente. Isto é viver sob a Ordem de Melquisedeque: ser livre para fazer a coisa certa.

Você que ainda não está livre de si mesmo, certamente vai argumentar que isto não é liberdade. Que ser verdadeiramente livre, é fazer o que seu instinto determina. Mas isto é apenas escravidão, porque a carne conspira contra nós e tudo o que pode fazer é lançar-nos no chão. Jesus jamais tiraria o grilhão dos seus pés, deixando-o acorrentado ao ego, algemado à ânsia de satisfazer a carne que segundo Ele mesmo, para nada serve.

A criatura é reflexo da vontade do Criador, que sabe perfeitamente porque criou. Ser livre é estar em sintonia com Deus. É ser tudo o que for possível ser, dentro do propósito de existir.

Nós não temos experiências com o "criar", mas sabemos o que é construir, inventar, gerar, transformar. É indício de defeito, quando a máquina de lavar vai andando enquanto funciona, o ventilador começa a zumbir enquanto ventila, a TV perde o som, o filho corta relações com a família ou quando algo pifa de vez e não tem conserto.

Tenho certeza que Deus não desiste de nós, enquanto queremos acertar, mas quando uma criatura se exalta ao ponto de negar o Criador, já pifou.

A religiosidade só alimenta o medo. Tantas regras só podem causar a culpa por não conseguir cumprí-las e revelar os complexos acarretados pela frustração. Consequentemente, se estabelece um ambiente de cobranças e acusações, porque um fracassado se justifica no fracasso do outro. O legalismo não aperfeiçoa, mas revela nossa impotência e vulnerabilidade.


A Ordem de Melquisedeque, é um caminho de excelência no relacionamento com Deus e com os homens. Não há regras impostas, mas é baseada na essência amorosa de Deus. Aqui, todo homem cuja Graça alcançou, é rei e sacerdote. O acesso à Deus é livre, por meio do amor. E os homens são um só organismo, existindo em harmonia com toda a criação. E em todo o tempo o Espírito nos ensina e nos faz lembrar que em breve Jesus virá.