Estava meditando sobre felicidade. Certamente já abordei esse assunto neste blog, mas convém conversar mais um pouco.
Hoje, não só os evangélicos da teologia da prosperidade buscam o céu na Terra, mas o conceito geral de felicidade sob o prisma humano, perpetua o sentimento de abandono e vazio, já que segundo meu ponto de vista, a felicidade neste formato, é utopia. Jamais seremos plenos neste corpo corruptível.
De acordo com o ensinamento de Jesus, os bem aventurados são outros. Aqueles que apesar de todas as adversidades, perseguições e injustiças, conseguem guardar Nele sua esperança.
O Evangelho de Cristo, é o da perseguição, da inimizade com o sistema do mundo. A promessa consiste num revestimento interno, nada que nos diferencie ou privilegie em comparação aos não crentes.
Todo esse discurso atraente de promessas e vitórias, de prosperidades e conquistas, são fábulas enganosas e não tem vínculo com a sã doutrina. Servem apenas para manipular quem não se domina.
Quem consegue olhar ao redor, conviver com tanta dor, injustiça e disputas e ainda assim permanecer zen, não conheceu o Evangelho, porque não é possível ser um com o outro e ter paz vendo o outro sofrer. Essa história de ser filho do Rei, é coisa de lunático que não tem senso de comunhão.
Tenho muitos momentos de angústia, de outra forma seria uma pedra e não uma pessoa habitada por Deus. Jesus não incentivou o conformismo e a estagnação, mas a busca constante de auto domínio. Isto é negar-se. E tomar a cruz, é cumprir a parte que nos cabe, as nossas responsabilidades, assim como Jesus tomou a dele.
Felicidade é relativo. Pra muita gente por exemplo, felicidade é fechar o mês no azul, ter paz de consciência pra dormir, ter uma casa agradável, a dispensa farta, ter uma família unida, ter amigos carinhosos, ter o respeito das pessoas... enfim, tenho todas essas coisas, vivo ou não no céu?
Fixar os olhos na minha carência, é no mínimo egoísmo, porque ninguém tem tudo. Por que eu seria mais merecedora? Até porque, se eu fosse mais tolerante com os erros dos outros, não estaria só. Solidão é o preço que pago por não querer menos que o amor, não querer menos do que dou. Vou lamentar o que eu mesma escolhi?
Então, se me acorrento às minhas noites sem carinho ou aos momentos em que não tenho com quem falar, poderia me sentir infeliz e ficar cega pra tudo de bom que tenho e sou. Mas se valorizo a vida que tenho, reconheço que apesar de estar inserida num mundo frio e cheio de sofrimento, Deus me guarda e supre em tudo.
Dor, sofrimento, perseguição, frustrações, decepções, são episódios necessários e proveitosos pro nosso crescimento. São como impulsos que nos lançam pra cima, se soubermos crescer na situação. Até mesmo as doenças tem um lado positivo que nos dá coragem e perseverança, desde que se guarde a fé. Há dignidade na dor.
Mas as doenças psicossomáticas, que são decorrentes de problemas emocionais viciosos e insistentes, nada acrescentam, senão peso nas costas. Jugo pesado, que carregamos por opção.
Portanto, você é feliz se tem bom relacionamento nos seus encontros, se sabe perdoar e pedir perdão, se guarda a fé e a esperança em Cristo, se acima de tudo, ama.
Espinhos na carne, nos lembram dia e noite a nossa condição, Mas a Graça, continua bastando.
Graça e Paz Janete!
ResponderExcluirQue mensagem edificante, animadora e consoladora!
"Felicidade... um estado de espírito e não de alma. Poucos conseguem divisar esta linha tênue que existe na tricotomia do ser!"
Somente a Palavra de Deus pode nos levar até ela:
Hebreus 4:12
12 - Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
No amor,
Obrigada, querido!
ResponderExcluirÉ interessante que as pessoas não consigam discernir alma e espírito, porque são bem distintos. Mas agora entendo que o ritmo do crescimento é diferente pra cada um. Abração!
A ânsia pela felicidade plena, é a semente já plantada, do que ainda há de vir.
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