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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Escatologia




Escatologia não é esse mistério todo...

Primeiro: uma revelação, inspiração, visão, só pode acontecer com o suporte que temos. Então, só daremos uma interpretação clara, se o que vemos, coincide com o que sabemos e conhecemos.

Não é como uma psicografia, que supostamente aconteceria sem a participação do instrumento, ou uma manifestação espiritual que tira a autonomia da pessoa usada.

Um exemplo é que Elizeu ao ver Elias subir ao céu, mesmo que visse uma aeronave, só poderia mesmo exclamar "roda de fogo, cavalo de fogo". Pois ele não conhecia nem carro, nem aeronaves, nem nada além de cavalos e pequenos carros.

Da mesma forma, não conhecia luzes fortes como faróis, portanto assimilou aquela iluminação como fogo, que ele conhecia. Mesmo numa visão sobrenatural, a mente só consegue assimilar o que domina.

João teve uma visão e penso eu, que ele pisou o solo da atemporalidade, para ver o que ainda há de ser. E toda aquela revelação recheada de metáforas, figuras e alegorias, não significa nada mais do que fatos do cotidiano. Tudo se resume no desvirtuamento da pregação do Evangelho e fatos que apontam para o fim...

Poderes, riquezas e corrupção do sagrado. Tanto a Igreja quanto Jezabel, são mentalidades. uma perseverante e a outra corrompida.

A nova ordem que já se forma no mundo, a crise do dólar, as guerras fabricadas com intuito de arrecadar os recursos necessários, porque os EUA tanto libera material bélico, quanto financia a reconstrução do que foi destruído, tudo isso já acontece e está profetizado.

Lembram de Jesus no Templo revirando as mesas? Aquela era a figura da besta, o iníquo, pesquise depois a história dos bancos, você identificará que aquela mesa dos cambistas, era a origem dos bancos, que lucram para administrar o que é nosso. Era o sistema monetário, a corrupção visando lucro, o capitalismo que domina o mundo hoje.

Naquela ocasião, os cambistas profanaram o Templo cobrando juros sobre objetos e animais penhorados. Em nosso tempo, onde o Templo são os homens, o iníquo continua movimentando a riqueza do mundo. E já não há quem não dependa dele. Mamon impera, até mesmo em reuniões que se dizem cristãs, profanando a habitação de Deus.

A mentalidade da maioria das pessoas, é ter cada vez mais, mesmo que tenham que se prostrar diante do sistema monetário, pagando juros, impostos para investir seus próprios bens, visando um retorno cada vez maior.

Alguém duvida que estas pessoas aceitarão um chip subcutâneo para não perder o direito de negociar?

Os místicos esperam coisas sobrenaturais e não observam coisas corriqueiras que já vivemos. Especulam sobre personalidades, falam bobagens.

O tal chip que está sendo produzido, com o pretexto de organizar o sistema e facilitar atendimento hospitalar, logo servirá como documento e moeda. Uma marca implantada, a perda total de autonomia e liberdade.

ISSO JÁ EXISTE. E passará a ser uma ameaça aos remanescentes, quando se tornar obrigatório. Estes "rebeldes" não poderão comprar, nem usar hospitais, órgãos dos governos, etc. Nessa hora, é que muitos se corrompem para continuar consumindo. Lembram do "Ai das grávidas e das que amamentam"? Imagine ter que se refugiar nessas condições, quando a Igreja estiver sendo perseguida...

Quando evangélicos cegos virem seus líderes chipados e realizando prodígios, aceitarão a marca também.

Jesus falou tantas vezes no perigo que as riquezas oferecem, na tolice que é acumular bens corruptíveis e que onde estiver o tesouro, estará o coração... poucos serão os que terão perseverança para continuar servindo à Deus, aborrecendo à Mamon.

Viram como apocalipse se resume a fatos possíveis e que já começam a existir no nosso tempo? Haverá fomes, guerras e o domínio de um poder injusto e mundial.

E você que se diz cristão, acha fantasioso o que Jesus garantiu que aconteceria? Pois eu não acho e quanto mais percebo que está perto o Dia do Senhor, mais feliz fico por saber que estarei com Ele.

É bonitinho estar em igrejas lotadas, cantando musiquinhas comerciais, cumprindo rituais e participando das liturgias, né? Pois ser cristão não é nada disso. E enquanto se distraem com entretenimento gospel, os cristãos alienados não sabem o que fazem alí.

Não se fala nas igrejas sobre os acontecimentos no mundo. Não se preparam pessoas para perseverar. Não se esclarece, não se conversa a este respeito.

Jesus não chamou ninguém pra ser católico ou evangélico. Chamou pessoas para seguí-lo, negando o ego e vivendo alicerçadas no amor. Porque quando não houver mais reuniões, nem Bíblias, só o amor nos manterá unidos e nos ajudando mutuamente.

O amor não serve só pra filosofar e fazer poesias. Amor só é verdadeiro, na prática de amar.

domingo, 27 de outubro de 2013

Um outro que é o mesmo




Concluindo o que viemos conversando, este é o último texto interligado aos anteriores "Atemporalidade", "Amor, vínculo da perfeição" e "O Alfa e o Ômega". Nesses posts, procurei resumir o conteúdo bíblico em poucas palavras, de modo que todas as pessoas compreendam a essência do Evangelho. Para uma melhor assimilação do que é a Ordem de Melquisedeque, sugiro a leitura do texto com este título. Bom, vamos à conclusão.

João 14:16 - 17 "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós."

João 14: 26 - 27 "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito."


João 16: 7 - 13 "Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.
E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.
Do pecado, porque não crêem em mim;
Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais;
E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir."


É maravilhoso entender que Jesus selou os seus seguidores com seu próprio Espírito, para que sejam revestidos de autoridade, conhecimento e principalmente amor, não só para caminhar, mas para guardar a esperança até que Ele venha!

A palavra "outro" aqui é allos, que significa outro do mesmo. É como a minha Bíblia e a sua, são duas distintas, mas com a mesma essência, o mesmo conteúdo. O Consolador, o Espírito Santo, é Deus habitando no homem.

Percebe porque na Ordem de Melquisedeque, já não são necessários doutores da Lei ditando o que pode, não pode, deve e não deve ser feito? Percebe que também não estamos falando de anarquia?

Há um governo divino, há a Lei de Cristo resumida no AMOR, há um propósito eterno e a necessidade de lembrarmos o ensinamento de Jesus e praticá-los. O Espírito Santo nos ensina porque precisamos saber e isso acontece dentro do homem, onde Deus estabeleceu seu reinado.

A maioria das pessoas, ouviram falar de Jesus e sabe que Ele tem boas coisas à oferecer, mas ficam estagnados no "negue-se à si mesmo, tome sua cruz e siga-me". É um processo. Ninguém seguiu Jesus, sem antes negar o ego e em seguida liberar perdão. Além disso, seguir Jesus é tomar a responsabilidade de ser guiado por sua mente. Isto é viver sob a Ordem de Melquisedeque: ser livre para fazer a coisa certa.

Você que ainda não está livre de si mesmo, certamente vai argumentar que isto não é liberdade. Que ser verdadeiramente livre, é fazer o que seu instinto determina. Mas isto é apenas escravidão, porque a carne conspira contra nós e tudo o que pode fazer é lançar-nos no chão. Jesus jamais tiraria o grilhão dos seus pés, deixando-o acorrentado ao ego, algemado à ânsia de satisfazer a carne que segundo Ele mesmo, para nada serve.

A criatura é reflexo da vontade do Criador, que sabe perfeitamente porque criou. Ser livre é estar em sintonia com Deus. É ser tudo o que for possível ser, dentro do propósito de existir.

Nós não temos experiências com o "criar", mas sabemos o que é construir, inventar, gerar, transformar. É indício de defeito, quando a máquina de lavar vai andando enquanto funciona, o ventilador começa a zumbir enquanto ventila, a TV perde o som, o filho corta relações com a família ou quando algo pifa de vez e não tem conserto.

Tenho certeza que Deus não desiste de nós, enquanto queremos acertar, mas quando uma criatura se exalta ao ponto de negar o Criador, já pifou.

A religiosidade só alimenta o medo. Tantas regras só podem causar a culpa por não conseguir cumprí-las e revelar os complexos acarretados pela frustração. Consequentemente, se estabelece um ambiente de cobranças e acusações, porque um fracassado se justifica no fracasso do outro. O legalismo não aperfeiçoa, mas revela nossa impotência e vulnerabilidade.


A Ordem de Melquisedeque, é um caminho de excelência no relacionamento com Deus e com os homens. Não há regras impostas, mas é baseada na essência amorosa de Deus. Aqui, todo homem cuja Graça alcançou, é rei e sacerdote. O acesso à Deus é livre, por meio do amor. E os homens são um só organismo, existindo em harmonia com toda a criação. E em todo o tempo o Espírito nos ensina e nos faz lembrar que em breve Jesus virá.







sábado, 26 de outubro de 2013

O Alfa e o Ômega





Dando continuidade ao que comecei, vou falar um pouco sobre o que representou a antiga aliança de Deus com os homens. Como parênteses na história, a Lei não serviu para aperfeiçoamento, mas para revelar que no tribunal de Deus, somos todos réus, porque todos pecamos e destituídos fomos de Sua glória. Ela revela que se não for pela Mediação de Cristo, o Perfeito, não há religamento, não há restauração da amizade com Deus.

Todo o velho testamento é sombra do que haveria de vir. Jesus cumpriu o que apontava para Ele como sombra na Lei, nos Profetas e nos Salmos. Cumpriu minimamente tudo o que falaram à seu respeito. Ele tabernaculou entre nós, sendo desde o Cordeiro Imaculado oferecido para expiação da culpa, até o Sumo Sacerdote que nos religou.

Desde o Éden tudo apontava para Ele e tudo o que haveria de passar pela humanidade. Quando lemos que Ele levou sobre si a nossa dor, não significa que não iremos mais sofrer, mas tudo o que tivermos que passar, Ele suportou por nós na própria carne. Nossa dor estava sobre Ele em forma de abandono, traição, perseguição, afronta, desprezo, agressões, intrigas, aflições, calúnias, julgamento injusto... Jesus sofreu todas essas coisas sendo inocente. Esta dor era nossa e Ele a atraiu para si.

O rosto de Jesus, é marca d'água até onde nem imaginamos: Jesus é Noé resgatando e pondo a salvo os seus. É Abraão, o pai de uma nova nação, é Isaque, sendo oferecido como oferta pelo pai, é José, vendido por um saco de prata, é Moisés, chamando escravos à liberdade, é Josué, apontando para a Terra prometida... Tudo aconteceu por causa Dele, para Ele e por meio Dele. O Alfa e o Ômega, O que era, é e há de vir.

Fica mais fácil entender agora, que todo aquele que faz parte do Corpo de Cristo, ainda tem uma cruz a levar. Da mesma forma que a simbologia do Antigo Testamento aponta para Jesus, que consumou todas as coisas, do Novo Testamento até os dias de hoje (e será até o fim) o que passamos nesta vida como membros do Corpo de Cristo, é reflexo do que Ele mesmo padeceu.

À nós foi dado o privilégio de não apenas crer em Jesus, mas também de padecer por Ele. A Salvação é Graça, mas anunciar o Evangelho tem um preço, pois o mundo que rejeitou o Cabeça, não acolherá seus membros.

Mas Ele ressuscitou e foi recebido com glória e como Noiva ansiosamente O aguardamos. Dizemos Vem! Queremos entrar no Teu descanso! Maranata, oh vem, Senhor Jesus!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Quem conspira contra mim?




O assunto deste post, não é sequência dos anteriores. Foi algo que meditei hoje, depois que meu amigo Roberto comentou sobre o que postei há alguns dias aqui. Ele ressaltava minha transparência, em passar no texto o que estou sentindo e alí naquelas linhas breves, ficou registrado um momento de dor.

Hoje eu pensava no anseio que o homem sente em ser socorrido nesses momentos em que a carne nos desestabiliza. É preciso manter a consciência, de que um espinho só pode atingir mesmo a carne, porque o espírito está pronto. Sabendo disso, o foco muda e a dor alivia. Foi o que vi nos dias posteriores. Saber que Jesus está comigo, aconteça o que acontecer, me basta.

A intervenção divina, é a tábua de salvação para quem está sucumbindo. A ideia que a religiosidade prega, é que a fé provoca milagres e que Deus intervem conforme o merecimento. Mas penso que seja o contrário. Quando alguém está prestes a perder seu último fio de fé, Deus o resgata para que não morra.

Quanto mais fé, maior a resignação no meio dos problemas, doenças, perseguições, adversidades. Sabemos que não seremos poupados neste mundo. Jesus não foi, os primeiros cristãos não foram e os cristãos sinceros de hoje, passam por tudo isso.

Mas o fraco na fé, não suporta o sofrimento, a perseguição não produz nele a perseverança, as doenças incitam-lhe o medo, o fracasso o faz infeliz. Então, para que ganhe tempo até que cresça, Deus o livra. Em compensação ele não é aperfeiçoado na fraqueza. Em outro momento, enfrentará as mesmas dificuldades, pois Deus deseja filhos que o representem e não meninos acovardados com o mundo.

Meu espírito sabe que o que eu tiver que passar por causa de Cristo, será revertido em glória eterna. Ele sabe que receberei honra por ter suportado todas estas coisas, mas o espinho fere a carne, que urra e pede socorro. E é igual pra todo mundo essa oscilação, essa aparente contradição, para que ninguém se glorie senão no Senhor.

Nada pode abalar um espírito pronto, mas nos desestabilizamos quando olhamos para a carne transpassada. Nessa hora reconhecemos nossa vulnerabilidade. Nossa fraqueza nos lembra a todo momento nossa condição de réus, para que entendamos sempre a nossa dependência na mediação de Cristo.

A conversão não nos torna semi-deuses. É de suma importância compreender que não merecemos a Graça, para amar ao próximo com a mesma misericórdia com que fomos amados. Mais do que a inimizade do mundo, a nossa própria carne conspira contra nós, porque tira nossos olhos do alvo.

Olhar para o propósito eterno fortalece. Os desafios continuarão acontecendo, até que nossa postura diante deles mude. E eu anseio pelo dia em que vou enfrentar todas as dores sem me abalar. É claro que a carne não quer doer, mas se já não sou eu quem vivo, que se complete em mim todo o propósito para o que fui chamada.

A Graça me basta. Toque em mim. Sou o Corpo de Cristo. Veja minhas marcas de dor e o reconheça. Sou quem te ama, te acolhe, te perdoa, te orienta e te dá esperanças. Sou quem se entrega por causa do amor. Sou quem te absolve de toda a investida contra mim.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Amor, vínculo da perfeição




Darei continuidade ao assunto que comecei no texto anterior, onde comecei falando sobre atemporalidade. Assim fica mais fácil assimilar que antes que houvesse homem, pecado e morte, já havia amor, perdão e cura. Sim, o plano redentor de Deus, nasceu na eternidade, antes que houvesse mundo.

Para mentes encerradas no tempo, é um assunto bastante complexo. Mas levando em conta que todo homem tem um espírito e pode discernir por meio dele, deixo fluir o que intuí.

Como já disse aqui, na eternidade, por presciência, Deus entrou em acordo consigo mesmo ao nosso respeito e abriu a Porta, por onde passariam os remidos, desde que aceitassem se negar para que o amor fluisse. É escolha de cada homem passar por ela, ou ficar de fora. O que Deus havia de fazer por nós, já foi feito e consumado no tempo. Agora, cada homem pode escolher crer ou não na Boa Nova.

     Desde o início da história, vemos homens se relacionando com Deus, se achegando à Ele e sendo orientados por Sua Vontade boa, perfeita e agradável. No contexto da história bíblica, há uma galeria dos heróis da fé, que são homens que  viveram antes e durante a Lei Mosaica, que manifestaram sua confiança e dependência em Deus. Abel, Enoque, Noé, Abraão, Sara, Isaque, Jacó, José, Moisés, Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel. Todos estes deram testemunho de terem vivido pela fé, mesmo sem Lei. Alguns, mesmo vivendo no contexto da Lei, viveram sob a Ordem de Melquisedeque, segundo o governo divino dentro de si e não sob obediência à ordens externas.

    Até hoje, embora a Igreja perpetue a Lei para Israel, contaminando a Graça, o que Jesus veio ensinar é um caminho muito mais excelente: o Amor. Ele não ensinou uma nova religião, nem um novo conjunto de podes e não podes, mas uma nova mentalidade, uma nova postura diante da vida, onde a essência amorosa de Deus é nossa maior influência.

      O amor é o vínculo da perfeição, é ele quem alimenta a fé e faz crescer o conhecimento da verdade. Amor é uma nova mentalidade que separa o joio do trigo. É a essência amorosa que nos faz conhecidos de Deus e nos torna seus cooperadores no anúncio do Evangelho. Só o amor aperfeiçoa, só o amor nos torna UM em Cristo.

      A Lei foi um parênteses na história, com o propósito de revelar a dependência do homem na misericórdia de Deus. É impossível ao homem ser aperfeiçoado por mérito próprio, por isso Jesus se fez nosso mediador. Por meio da redenção em Cristo, estamos religados, mas se rejeitamos a intervenção divina, ainda somos donos de nossas culpas.

     O Amor é a essência de Deus, que se manifestou ao mundo em Cristo. Transcendendo em nossa direção, não nos resta outra coisa, senão emanar amor na direção de todos os homens, cumprindo o propósito eterno, até que Deus nos ressuscite, para estar com Ele eternamente.



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Atemporalidade




Deus colocou no meu coração, uma série de assuntos que pretendo desenvolver com alguns irmãos na fé. Claro que não tenho a pretensão de ter todas as respostas e certamente surgirão muitas questões no caminho, mas pretendo usar a simplicidade do meu entendimento, para facilitar a assimilação de toda a Bíblia, conforme Deus a revela à mim. Portanto, se este assunto te interessar, saiba que darei continuidade nos próximos textos.

Como seres finitos, temporais e limitados, é mais do que óbvio que não assimilaremos um ser eterno, atemporal e ilimitado. Muito menos alcançaremos plenamente a razão para todas as coisas que nos cercam, mas por meio da intuição, encontraremos as respostas, à medida em que as questões apareçam.

Para mim, ser atemporal, implica não somente em estar à margem do tempo, mas ter o domínio do tempo, como se o tempo fosse um objeto na mão de Deus. Eu o imagino como se fosse uma bola, onde Deus não só tem acesso ao passado, presente e futuro, como o faz simultaneamente. Uma bola, porque não se sabe onde começa e onde termina. Assim, no mesmo momento em que contempla Adão no Éden, revela à João coisas que ainda não aconteceram para nós. Pelo que entendo, foi concedido à João, pisar o solo da atemporalidade e não apenas uma visão confusa do que há de vir.

Quando olha a vida do homem, também a faz sem intervalos e divisões de tempo. Imagino que quando olha minha vida, ela se apresenta como uma régua, toda marcadinha, onde é possível ver a menina Janete internada em um hospital, a moça grávida e a mulher que escreve este texto, todas simultaneamente. Desta forma, por presciência, Ele já sabe o que ainda nem fiz e sabe se cheguei no último dia em Cristo.

Cristãos costumam interpretar o texto "Para Deus, um dia é como mil anos e mil anos é como um dia", justificando a demora nas respostas de oração. Para mim, Pedro apenas está dizendo, que os decretos de Deus são eternos e que acontecerá o que precisa acontecer. Se minha oração está em sintonia com o propósito eterno, ela acontecerá. Caso seja apenas vaidade minha, será em vão minha oração.

Pois bem. A Bíblia cita em alguns versículos, que o Cordeiro foi imolado antes da fundação do mundo. Isto significa que a Graça de Deus, é tão atemporal quanto Deus. Como pode o perdão vir antes do pecado? Como podemos já nascer inseridos num contexto de amor, que já nos resgata da morte, antes de nascermos? Relaxa, gente. O tempo é um problema nosso...

Deus fora do tempo, tem o tempo em seu domínio. Já viu todas as coisas e sonda até a intenção do homem. Não podemos limitar Deus, para que se encaixe em nossos conceitos, porque Ele é Espírito e não homem. Embora a percepção humana o assimile como homem, com sentimentos, ética, conceitos, cultura e sexo, não podemos esquecer nunca a nossa limitação encerrada em carne, osso e sangue.

O tempo de criação que durou 6 dias, sendo o sétimo o dia do descanso, não é literal, mas metáfora para representar toda a história da humanidade, sua evolução e progresso. O dia do Senhor é o último, que é eterno, onde enfim entraremos no seu descanso e seremos UM com Ele.

O Cordeiro foi imolado na eternidade, a promessa foi feita ao homem no Éden, Jesus encarnou e consumou a Obra Redentora há dois milênios apenas e o resultado disto, é que também seremos eternos. Fica doido ainda não, viaja comigo mais um pouco.

Como ser atemporal, Deus não entra e sai do tempo quando quer. Como vê todas as coisas simultaneamente, já interveio em cada vida, quando cada vida se colocou em sua dependência. Ele não escolheu abençoar um e rejeitar o outro, nós é que tomamos posse das situações dentro do tempo e somos bem sucedidos nelas, à medida em que entramos em sintonia com o propósito eterno, o plano global de Deus.

Deus sabe que a menina no hospital tinha intercessores fiéis à Ele, sabe que a moça grávida, embora cheia de marcas e dor, guardava sua esperança e sabe que a mulher que escreve o texto, vive para serví-lo. Antes que eu existisse, Ele me viu até o fim. Todos os sins e nãos que a vida me deu, Ele já está ciente. É por isso que já não peço isso e aquilo, peço para ser guiada em Sua Vontade, muito melhor que a minha.

Para mim, Ele criou e descansou. Nós é que assimilamos tudo dentro do tempo, conforme vamos avançando. O menos importante nisso tudo é entender a atemporalidade. Mas ela nos remete à Grandeza de um Deus Soberano, que sabe mesmo de todas as coisas. Só precisamos confiar que Ele nos deu a Palavra que é lâmpada para nossos pés e que viver por Ela, é chegar em segurança fora do tempo.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Espinho na carne




Em alguns momentos, sinto o peito destroçado.
Não sei se foi isso o que Paulo chamou de espinho na carne, mas de fato sinto o peito transpassado.
E o diabo, ainda que não possa me tocar, lança palavras que esbofeteiam:
"Te desprezam", "não vão te ouvir", "você está só, desista!"
Em meio à tanta dor, clamo pela misericórdia de Deus,
que responde secando minhas lágrimas:
"Filha, persevera, estou contigo e minha Graça te basta!"

Mais que vencedor



Muitas vezes a revelação bíblica se apresenta como uma enorme competição, com regras, dificuldades, provações, tentações, medições, até que termina chamando os remanescentes de vencedores,  que serão coroados.

Paulo fez esta analogia, como se a sua caminhada em direção ao alvo, fosse uma maratona. Considerando no fim, que ter guardado a fé em meio à tantas adversidades, era cumprir a carreira com êxito. O próprio Jesus, consumou o propósito à que foi enviado, dizendo "Eu venci o mundo!"

Se formos analisar desde a concepção, há mesmo uma seleção até para nascer. Entre tantos milhões de possibilidades, estamos nós aqui. É um tipo de espetáculo que só Deus vê e ganha esta primeira etapa, o melhor, porque um espermatozóide não tem como escolher uma estratégia.

Diante de toda essa diversidade, saiba: já vencemos a 1ª grande etapa e ganhamos o direito de existir, mesmo os que foram abortados, sabotados no meio do trajeto. Então nascemos e a própria vida parece uma competição. Não importa que aparência tenhamos, o corpo já venceu na concepção. Então a alma começa a ser moldada.

Desde muito cedo, tanto a alma quanto o espírito da criança, é transparente, evidente diante das outras pessoas. Ela ainda não adquiriu a malícia de se camuflar.

A alma desde muito cedo, se mostra nas birras, na teimosia, na manha e chantagem, na disputa de atenção. Tudo isso já é o ego mostrando que está alí.

O espírito de uma criança, molde inclusive que Jesus nos deu como parâmetro à seguir, já é reflexo de amor, perdão, simplicidade, tolerância, inocência ao se entregar, dependência, alegria...

Tudo o que buscamos é voltar ao primeiro amor, aquele que havia antes do ego começar a dominar. Não importa o contexto  onde um ser humano nasça, sua missão será sempre sair do ego e avançar na direção do amor.

Deus é amor. É Ele quem recebe os vencedores. Todo aquele que permanece egoísta, fica em algum obstáculo e não persevera como deve ser. 

Nem diabo, nem problemas, nem conspirações de  inimigos. O que destrói o homem, é estar encerrado em si mesmo. Só há uma coisa que pode afastar um homem de Deus: seu ego. É a sua vontade em detrimento à Vontade de Deus, é o amor desajustado à si mesmo que o impede de amar qualquer outro, é a ânsia de prevalecer que o faz ignorar o ministério da reconciliação.

Só há um caminho para restabelecer a sintonia com Deus: aprender com Jesus o aperfeiçoamento em amor. Deus quer um povo para si. Ele desejou ter muitos filhos. E embora não faça acepção de pessoas, estabeleceu apenas um critério: o amor deve ser a motivação da adoção.

Leve a sério sua caminhada pela vida, você está sendo depurado. Quanto mais desapegado do próprio ego, quanto mais se enxergar em equipe e cooperar com os outros, tendo Cristo como o cabeça do grupo, mais fácil será alcançar a estatura do varão perfeito. 

Só o amor nos religa e nos dá o status de vencedores.



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Igrejas cheias de gente vazia



Imagine-se num olhar panorâmico sobrevoando instituições religiosas. A ostentação em construções monumentais, o ajuntamento de gente alienada, seguindo toda sorte de doutrinas estranhas, distraídas em shows gospeis, lendo seus livros gospeis, consumindo seus produtos gospeis, falando seus jargões gospeis, separando em grupos gospeis o retrato da idiotização, que se impõe com uma autoridade que não recebeu para possuir, determinar, ganhar o mundo. Sua aparência é de piedade, seu discurso até menciona um certo amor apaixonado, mas ela está preocupada é com seu bem estar, seus interesses, sua política exclusivista, que pratica  a intolerância e a repugnância à tudo o que ela tachou de "mundo". Jesus é até lembrado de vez em quando, mas ainda bem que Ele demora, assim nem é preciso pensar no Grande dia do Senhor, que aliás, pelo que parece, será um evento bem esquisito. Melhor não pensar, aliás ninguém a ensina a pensar, o conveniênte é que engula comida mastigada e pague por isso... caro.

Não, esta não é a  Igreja do Senhor, estava descrevendo a louca, a imprudente, a néscia. Aquela mesmo que vai ficar de fora, porque não é guiada pelo Espírito Santo. Perdeu o foco, desviou do alvo, não guardou o que tinha e hoje está às voltas no deserto de sua obstinação. Se rendeu de corpo, alma e espírito à Mamom, o deus deste século, embora se chame de "casa do Senhor". Arrastam multidões como rebanhos, de gente sem Evangelho, mas cheios de engano e engodo. São pescados pela própria cobiça, ludibriados em caminhos de morte.

Deus é Espírito e como Espírito não tem um corpo, nem idioma, nem cultura, nem preferência com relação aos homens. Ele pousa onde o desejam em espírito e em verdade e alí fica, nesta terra receptiva, dando crescimento ao seu Fruto.

Não, não há um grupo religiosamente estabelecido para o servir. Jesus não veio ensinar religião à ninguém, nem excluir quem faça parte de qualquer outro gueto. Ao contrário do que muitos pensam, Deus não é evangélico, Deus é Amor.

Jesus, o Deus encarnado para que todo homem o assimilasse como É e para consumar no tempo cronológico a Obra Redentora que há desde antes da fundação do mundo, trouxe consigo um ensinamento que desvenda os mistérios do Velho Testamento, traz à luz o que era sombra e mostra o caminho da simplicidade, do desprendimento, em direção ao amor. Um modo de vida, que revela tanto quem é dele, quanto quem não é.

Deus não faz acepção de pessoas, o que Ele tem, é um plano global, em execução desde a eternidade, onde peneira um povo durante sua trajetória no tempo. Um povo que está sendo aperfeiçoado, de modo à esvaziar-se de si e ser pleno em amor. Um povo que se torna tão forte em sua unidade, que caminha vencendo as circunstâncias, de olho no alvo, até vencer a morte, seu último inimigo.

À este remanescente, a virgem prudente, que combate o bom combate e guarda a fé, chega sem marca no fim de seu propósito, onde o encontra para uma eternidade em unidade.

Escatologia é algo difícil para quem lê o texto com a alma, o intelecto, por causa de suas inúmeras figuras. Mas quando o espírito assimila, é algo muito simples. O que tem alí é a sequência dos fatos que hão de acontecer até tudo se consumar e alguns deles já começaram.

Jesus não ensinou o desprendimento em vão. Não inibiu o acúmulo de riquezas e o ajuntamento de bens corruptíveis sem causa. Haverá um tempo onde a Igreja terá que se retirar e se esconder, porque será perseguida. Para estes que estão sendo incentivados a buscar bens e ganhar o mundo, será muito mais provável que se corrompam e aceitem uma marca para continuar podendo consumir, do que virar as costas à tudo o que construiram e adquiriram, abandonando tudo em nome do Evangelho.

Onde está a riqueza, está o coração do homem. Sem riquezas, o homem não tem porque ficar amarrado num sistema de domínio e injustiça. Jesus disse: "Quando essas coisas começarem a acontecer, corram para as montanhas". Quanto menos coisas houverem para cuidar, melhor. Não há como servir à Deus e à Mamom. De qualquer maneira escolhendo um, damos as costas ao outro.

Também o amor, tão abordado em toda a Escritura, mas principalmente com relação à "Noiva", que é a Igreja, muitas vezes banalizado pelo entendimento limitado de alguns que o romantizam, não é uma sugestão, mas algo primordial, tão essencial ao espírito, quanto o sangue é para o corpo.

Amor não é sentimento, mas a essência que manterá a Igreja prevalecendo. Quando não houver mais a Palavra escrita e revelada, haverá ainda o amor nos tornando UM. O amor nos fortalecerá para suportar tudo o que há de vir, até que chegue o Grande dia do encontro dos Noivos.

Os que se perderam do alvo, são presas fáceis e aceitarão de bom grado um chip no meio da testa, pois isso garantirá que continuem perto de seus bens materiais e sem azeite em suas lâmpadas, tudo o que resta é sonolência. Quando seus líderes, verdadeiros lobos travestidos de cordeiros estiverem chipados e ainda assim realizando prodígios e maravilhas, muitos se dobrarão e aceitarão a marca.

Mas o que de fato entendeu o Evangelho e creu nesta Boa Nova, embora só tenha o amor como bem, chega ao final como vencedor.




sábado, 5 de outubro de 2013

Mais cristãos, menos evangélicos.




O que vou dizer, pode ser escândalo para muita gente, mas é o que reflete o momento em que estou vivendo, onde exclusivamente pela misericórdia de Deus, fui alcançada pela sua Graça e nunca mais parei de avançar. Quanto mais cristã me torno, menos evangélica sou.

Digo isso sem o menor receio, porque há algum tempo Deus vem desconstruindo equívocos e moldando meu ser, enquanto caminho e levo o Evangelho à todos que encontro. Hoje vale mais para mim, refletir Cristo aos homens, do que me considerar uma boa crente, cumpridora de todos os deveres que exige o congregar em templos.

Quando enfim entendemos que a Igreja somos nós e que já não há a necessidade de buscar quem nos religue, porque Jesus já fez isto de uma vez por todas, até a oração perde aquela formalidade e o que menos importa nelas são as palavras, pois o Espírito que habita em nós, sabe o que sentimos.

Depois perdemos o hábito de consultar nossa listinha de "podes e não podes" porque somos governados pela Lei que Deus grafou em nosso coração. Nada do que vier de fora pode nos aperfeiçoar, se primeiro não nos submetermos à Deus.

Nos reunir, passa a ser apenas mais uma oportunidade para a comunhão, a troca, um momento para estudarmos juntos e nos ajudar com nossas cargas. E a simbologia dos rituais praticados alí, nada são se primeiro o Espírito Santo não tomar a direção de nossas vidas. Tudo ganha uma nova dimensão, quando ao invés de viver em função de igrejas, nos tornamos Igreja para ser usados no mundo, na vida, nos encontros.

A excelência no relacionamento com Deus e com os homens, não compromete a consciência de estar sob a Graça de Deus, pois sei quem me tirou do pó e me pôs assentada com príncipes. Não há méritos da minha parte, tudo o que consigo ser, fazer, realizar, dizer, é porque primeiro recebi da parte de Deus.

Enquanto evangélicos, somos ensinados que ser luz e ser sal na terra, nos dá certo status de privilégio. E que ser o bom perfume de Cristo, nos garante ser reconhecidos pelos homens. Mas quando caminhamos com Cristo, percebemos que o amor é um perfume que incomoda à muitos, que ser luz implica em trazer a tona vergonhas que as pessoas querem camuflar e que ser sal, muitas vezes é denunciar que ainda há feridas abertas, precisando de cura. Por isso o mundo nos odeia ao invés de acolher.

A Graça é espelho que revela o interior do homem. Para ser alcançado por ela, é preciso se reconhecer. Quando o fariseu e o publicano subiram para orar, enquanto o fariseu apontava o outro e se justificava, o publicano apenas se reconhecia e pedia misericórdia. Foi este quem desceu justificado.

A Graça é a abolição de todo o mérito. Está na Graça quem ficou livre das correntes e grilhões que o aprisionavam ao ego, ao orgulho, aos olhos altivos. Está verdadeiramente livre, quem se esvaziou, quem se viu pequeno, vulnerável, incapaz e se entregou ao Senhor da Graça, para Dele depender.

Porque a benignidade de Deus se manifesta, quando entendemos nosso imerecimento. Enquanto há orgulho, enquanto há um fio que seja de "eu sou", "eu posso", "eu sei", "eu tenho", a Graça não foi ainda manifestada, porque o ego fecha seu acesso.

Pelo fruto se conhece um agraciado e um que ainda está em desgraça. Porque à todos os homens Ele diz: eu te chamei, te comprei, te remi, te lavei, te justifiquei! Mas todo aquele que se reconheceu para arrependimento, é capaz de ouvir e assimilar o ensino de Cristo. 

Já não dá lixo à quem lhe deu muito ouro.