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sábado, 26 de maio de 2012

Sede santos, como eu sou santo

Em 1Pe1:16, Pedro citou as Escrituras, aconselhando os cristãos à uma vida separada. 
No Velho Testamento, o lugar santo, era o separado dos outros, para a adoração, o dia santo, sábado, era separado por causa do Senhor. Os objetos santos eram de uso exclusivo no templo, enfim, algo santificado, é algo consagrado para o uso de Deus, separado das coisas comuns.

A religião distorce o sentido da santidade, da separação, da consagração, colocando nos lombos do homem, uma carga deveras difícil de se carregar. Dão a conotação de perfeição à esta separação, frustrando cristãos sinceros e alimentando sentimento de culpa.

Jesus foi santo. A Razão de sua vinda era justamente o propósito do Pai de oferecer o sacrifício Perfeito pelo resgate de muitos. Ele foi fiel até o fim e portanto digno de ser ressuscitado, cumprindo Nele o que cabia a nós.

Muitos cristãos gostam de dar ênfase ao sofrimento de Jesus, contar quantas pontas tinham o açoite, quantos espinhos na coroa, falam com ímpeto que Jesus derramou até a última gota de sangue, enfim, supervalorizam a dor, como se ela fosse o que validou o sacrifício. Se todos esses pormenores fossem importantes, haveria um livro inteiro apenas para descrevê-los, mas não são.

A própria Bíblia narra a história de uma mulher, esposa  de profeta, que além de ser estuprada e assassinada, foi também esquartejada pelo marido como ato de seu protesto e cada parte sua, enviada às doze tribos de Israel. Certamente uma morte muito terrível, porém, sem valor redentor.

O que valida o sacrifício de Jesus, é sua Perfeição. O fato de não ter pecado, apesar de andar num meio corrompido. O Lírio dos vales, que permanece alvo no meio da lama. E por causa de sua Perfeição, ressuscitou glorificado, digno de ser nosso Mediador.

Conheci um cristão que disse: "Mesmo que Jesus não tenha ressuscitado, eu creio nele". Provavelmente esse moço, não tenha entendido nada até agora. Pois se Jesus não ressuscitou, sua morte foi em vão, não serviu para nos justificar. E esta história tem tanta validade quando a de Cinderela. 

Mas se Jesus ressuscitou, significa que o Cordeiro foi Perfeito e aceito como expiação de nossa culpa. Como sabemos disso? Mediante a fé. É o Espírito Santo que testifica em nós todas essas coisas.

Quando o Senhor diz "Sede santos, como eu sou santo", está dizendo "Escolha ser instrumento, seja usado para as coisas do Reino, aceite ser moldado pela voz doce do meu Espírito, seja separado das coisas comuns".

Se a religião te impõe algo insustentável, algo que certamente sua condição humana tornará impossível, não se aflija! A santidade vem do Santo Deus. Fomos criados para luzir a santidade de Deus para o mundo, espelhar o caráter de Cristo. E quem começou a boa obra, é fiel para concluir. Descanse nisso e apenas busque boas escolhas.

Um adendo para expor uma teoria: imagino que  a "fofoca" seja algo tão comum em comunidades evangélicas justamente porque a frustração de não alcançar a utopia de perfeição, faz com que a pessoa sinta a necessidade de denunciar o erro dos outros, aliviando assim sua própria incapacidade. Ou seja, é danosa essa imposição e muito infrutífera.

Tão somente tenhamos essa consciência de separação por meio de Cristo, para escolher sempre a Boa, Perfeita e Agradável Vontade do nosso Deus. A santidade produz em nós refrigério, enquanto escolher o ambiente do pecado, nos enche de desconforto. Mas saber que estamos sujeitos a obedecer nossa carne é necessário para entender que quem nos justifica é a Perfeição de Cristo e não nossas próprias obras.

4 comentários:

  1. Com certeza minha amada irmã em Cristo Jesus, a separação só devera ser feita apóz sabermos que o joio é um e o trigo é outro, por viverdes na carne ou no Espirito, quem anda na carne só pode ser carnal mas quem anda pelo Espirito é espiritual, aí ja existe automaticamente uma separação, pois o fruto do Espirito não faz a mesma coisa que a obra da carne busca para ela.

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  2. Até certo ponto concordo, senhor anônimo :)
    Isso é evidente, mas não tão simples, pois sob que parâmetros se julga se alguém é carnal ou espiritual, se vivemos oscilando até que um dia sejamos plenos? Por isso mesmo Deus não deu autorização à homem nenhum fazer essa separação. Só os anjos o farão no último dia. Um abraço.

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  3. É certo que somos ambíguos. Habita em nós a luz e há também área de trevas, de bem e de mal, de amor e de ódio, de trigo de joio.

    Entender que uns são trigo enquanto outros são joio é negar esta ambiguidade que afeta a todos nós.

    É certo que anjos recolherão o que de nós restar na hora da nossa morte ou assunção. Estou certo que o sangue de Cristo me purifica diariamente de todo o meu pecado (mal, trevas, ódio, joio). Mas quem não tem este sangue purificador vai restar o quê para adentrar nos celeiros eternos?

    No amor,

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  4. Creio nisto também, Bino. Classificar pessoas é vício religioso. Esquecemos que as obras não salvam ninguém, para que não haja vanglória. Logo, nem o que faço, nem o que deixo de fazer, muda minha condição de pecadora e necessitada da Mediação de Cristo.

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