Páginas

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Papel ao vento


Uma lágrima cai

depois do bocejo...

Os olhos vagueiam tediosos...

olham e não acham,

mas também não sabem

o que procuram

Papel ao vento

destino incerto

Ele chega, me olha e não enxerga

seu coração também é míope

troquei o tédio pela frustração

domingo, 12 de outubro de 2008

Lavando os pés


Estamos limpos, assim disse Cristo.


Mas não somos nós que o traímos com nossas concupiscências, o negamos quando não nos convém assumí-lo e o abandonamos, quando ele diz que são poucos os trabalhadores?


“Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” disse ele.


Todo o que caminha, carrega nos pés, o pó da jornada e cabe à nós, lavar os pés uns dos outros.


Nisto está minha justiça: Sigo limpa, apesar de ainda sujar os pés e não há homem que não os suje na caminhada.


O serviço mútuo é o maior sinal de humildade, não o ritual com água e toalha.


Assim, o significado do lava pés é imenso dentro do universo da graça, no qual todos estão limpos a não ser os pés. Deste modo olho para meu irmão como alguém que está limpo e caso seus pés estejam sujos eu não julgarei o corpo por isso, antes lavarei-lhe os pés.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mazelas


To sentindo algo que não quero definir.
Não acho que o que eu sinto deva ter um nome;
Nem preciso definí-lo como algo que já exista.
Até porque não sei se quero o que os outros querem, quando sentem algo parecido.
Não me vejo fazendo promessas, tampouco cobrando outras,
só uma sede incontrolável, uma fome insaciável, um vazio que outra coisa não preenche... desejo de trocar, só isso.
Só queria viver um dia de cada vez... hoje, amanhã, depois... cada dia com sua ocupação, sem preocupação. Não tenho o direito de querer mais.
Li uma frase agora que dizia: "Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se."
Acho que não há forte nessa história! :(
Forte, só minha dor.