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domingo, 10 de junho de 2018

Sobre o suicídio de cristãos

A discussão é sobre o suicida ter ou não salvação e o principal argumento dos evangélicos é a impossibilidade de se arrepender depois. E o que eu observo além da superficialidade,  é a falta de contato com a misericórdia de Deus. Como é fácil condenar pessoas e como é difícil desvincular a salvação dos méritos humanos. Teve um rapaz que diante dos meus argumentos,  até disse que não sou mais pecadora.

Eu disse: "Somos pecadores e o seremos até o último minuto, mas Jesus levou sobre si a culpa até do que ainda não cometemos.  O perdão não está condicionado ao ritual de pedir perdão, mas à consciência da Mediação de Cristo. Por isso o suicídio é tão pecado quanto qualquer outro que seu conceito humano minimize. Só Deus sonda o coração dos homens e só Ele salva ou faz perecer."

Sobre minha condição eu disse: "Quem diz que não tem pecado mente. Eu sou justificada, purificada, santificada, restaurada, mas a natureza corrompida milita ainda contra o Espírito e eu devo lutar para não cair.  Justo, puro, Santo, restaurador é Cristo. Ele levou a CULPA no meu lugar, mas os pecados que ainda nem cometi pertencem a esta natureza caída na qual estou inserida, enquanto a natureza semelhante à Cristo está sendo edificada para mim. Sem dúvidas isto é amor, Deus se revelar à mim, apesar do que eu sou."

Claro que nem todo suicida está com Cristo, mas quem pode julgar uma alma que num ato de desespero tira a própria vida é Deus que a conhece e sabe o material de que é feita.  Existem inclusive crianças que sofrem tantos maus tratos, que chegam a esse extremo. E apesar do desconforto, não sou capaz de dizer que não merecem misericórdia. Mas fico horrorizada com tantos religiosos opinando com tanto rigor. Deus tenha misericórdia destes também.

A herança das inquisições ainda é mais forte do que a consciência da Graça de Deus.