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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sobre a condição humana




A natureza humana é corrompida e o homem exterior não consegue viver sem pecar. Ainda que o homem interior (espírito) julgue pelos parâmetros da consciência em Cristo e evite consumar o ato pecaminoso, o homem exterior (carne) não domina seus instintos, vontades, desejos, tendências. A alma por sua vez, justifica a ação da carne, embora o espírito fique entristecido com o sucumbir.

Contudo, a carne que para nada é aproveitável, clama e geme com sua fome e ânsia por satisfação. O espírito que está pronto, julga o ato antes, durante e depois, para que o homem possa escolher. Embora o homem exterior corra o risco de se contaminar, o interior permanece intacto e mostrará o caminho de volta. Caso caia, o que pode atrasar o processo de edificação, é a alma e sua lógica, conclusões e resistência ao espírito.

Esta guerra interior não terá fim até que sejamos transformados. Até lá, militaremos diariamente para mortificar a velha criatura em Adão, para cada vez mais nos tornarmos semelhantes a Cristo e sua natureza divina.

Não importa o que a alma do homem use como argumento para defender a velha criatura. Ela está condenada por Deus. A partir desta consciência, podemos decidir o que precisa ser destruído e o que deve ser edificado.

Quanto ao pecado, antes de ser consumado já existe nas entranhas do homem. A diferença entre o desejo e a ação é apenas prática. É hábito do homem graduar pecados e classificar a culpa por gravidade. Mas destituídos fomos todos e por nós mesmos estaríamos ainda com nosso escrito de dívida. Nenhum justo sequer. Todos invariavelmente dependentes da Mediação de Cristo.

A alma tentará minimizar a gravidade do desejo, mas no fim das contas, tudo isto faz parte da nossa condição. Só reconhecendo o que de fato é, o homem tem condições de conhecer a Deus. Enquanto se julga capaz de se manter sem pecado, a própria arrogância já é pecar.

Se resiste ao pecado, se vangloria. Se acerta, se enche de orgulho. Fazer o bem infla o ego e até nosso amor é imperfeito. Não há para onde fugir. A natureza corrompida, fatalmente nos lança no chão.

Minha percepção para este dilema, foi alcançado à duras penas. Colhendo consequências e desnudando o que sou diante de Deus, fui alcançando misericórdia e meus olhos foram desvendados.

Não nego meus impulsos e nem culpo ao diabo pelas minhas escolhas. Sei que o propósito de cada erro e acerto é ir me aperfeiçoando para o uso de Deus.

Meus acertos me levam a glorificar a Deus, pois tudo vem Dele, é Dele e volta para Ele. Mas meus erros me mantém simples e dependente do agir de Deus. Minha incompletude me leva a buscá-lo. Minha fraqueza aponta para Aquele que me fortalece.

Um cristão não peca deliberadamente, mas sabe que se pecar tem Advogado. Tem a consciência de que embora mereça o inferno, foi comprado e alforriado para ser um com Cristo. E este nos garante chegar no fim da caminhada vencedores.

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