O ideal que tracei para a pessoa que desejei pra mim, concretizou-se na minha frente, mas era tarde. Tarde para mim, marcada com tantos percalços, tarde para começar algo novo depois de tantas tentativas vãs e tarde para nós, pois havia um impedimento para que o amor pudesse ser entregue.
Não posso compreender a razão de receber uma pessoa tão especial, tal como sonhei a vida inteira, projetando nos outros e me frustrando ao perceber que me confundia. Mas agora ele está aqui na minha frente e não pode ser meu.
Amo e tenho mesmo que amar, mas consciente da necessidade da negação da minha vontade. Vontade vem da alma. A negação consciente da vontade é espiritual. O fruto do amor é a doação e a recíproca sempre foi verdadeira. Mas mortificar o que é nocivo nesta relação tão bonita, é nosso desafio.
Renunciar também é amor. Deixar ir e deixar ser, é prova do amor mais puro, vazio de qualquer raíz de egoísmo. Não esperar retorno de tanta entrega, é assimilar o que Deus fez por nós, se entregando à quem não podia lhe retribuir.
O verdadeiro amor não se porta inconvenientemente. Antes, se resigna pelo bem comum. A carne dói e clama, mas o espírito sabe se equilibrar.
Amarei ainda, mas morrendo pra mim mesma, pra que outros possam ser. Ninguém ama sem dor. Por si só o amor é sofredor. Mas é ele mesmo quem permanece para sempre, nos transcendendo à eternidade, onde falta nenhuma haverá, onde toda carência será suprida, pois no Senhor há plenitude para os que crêem.
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