Jesus, antes de subir ao Gólgota, reuniu seus seguidores para instruir sobre o que havia de vir. Aquela última ceia, seria o modelo do que deveria ser o futuro grupo que se reuniria em Seu Nome. Onde num mesmo sentimento de comunhão, seriam unidos de corpo, alma, espírito, sendo UM conforme o Filho foi Um com o Pai.
Quando Jesus instituiu a ceia na última Páscoa, tomou o Pão e repartiu entre seus discípulos, dizendo que aquele pão representava seu próprio Corpo, que ele entregava em favor dos homens. O Senhor ordenou que a Igreja iniciada alí, fizesse o mesmo em sua memória. Ou seja, cada membro da Igreja, deve repartir-se em favor de todo o Corpo, amando-nos uns aos outros, como o Senhor nos amou.
Discernir o Corpo, é saber se todo o Corpo está bem. Estamos partindo o pão como símbolo, mas a verdade do símbolo é que você parte a si mesmo para compartilhar com o irmão.
Paulo repreende os Coríntios, justamente porque perderam o sentido da ceia. Cada um servia a si mesmo e negligenciava os irmãos. Uns comiam demais, outros nem conseguiam comer. Quando o correto seria que um cristão servisse ao outro, dando-lhe a preferência e assim, todos se serviriam mutuamente, fortalecendo a comunhão, a troca, o amor e o crescimento proporcional de todo o grupo.
Se você discerne o Corpo, enxergando o próprio Cristo nele, entendeu perfeitamente como é viver e caminhar no amor com teu irmão. Mas se você está comendo o pão e há alguém que não come por causa do seu egoísmo, você é maldito e come morte para si.
Quem age motivado pelo egoísmo, não sabe amar e é carnal. Estes permanecem fora do Corpo, apesar de participarem religiosamente do rito.
Hoje o que é servido no lugar da ceia, é um simbolismo que esvazia o sentido da comunhão, pois um já não serve ao outro e nem dá ao outro a preferência em se servir. Muitos nem sabem que o ritual que estão praticando, é o fortalecimento do relacionamento familiar no Corpo e não apenas um memorial sobre a morte do Cordeiro em si.
A força da Igreja está no relacionamento. Quanto maior o grupo, mais difícil manter este inter-relacionamento familiar, portanto a congregação enfraquece e definha espiritualmente, pois cada um buscará o bem para o si mesmo e não para o outro, como extensão de si mesmo.
Nos grupos menores, os membros não apenas se encontram para cultuar, mas gastam tempo juntos, se relacionando, se conhecendo intimamente, para que possam ser chamados de Corpo, um organismo que desempenha uma missão, cada um completando com seu dom, o desígnio de proclamar a Boa Nova.
A última ceia do Senhor, foi para preparar a Igreja a encorajar-se na continuidade. Comer e beber juntos, significa compromisso um com o outro. O banquete sacia a fome, mas também alimenta a alma. O que come discernindo o Corpo, festeja a alegria de sermos UM, fortalecendo assim a nossa esperança, até que Ele venha.
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