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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Igrejas cheias de gente vazia



Imagine-se num olhar panorâmico sobrevoando instituições religiosas. A ostentação em construções monumentais, o ajuntamento de gente alienada, seguindo toda sorte de doutrinas estranhas, distraídas em shows gospeis, lendo seus livros gospeis, consumindo seus produtos gospeis, falando seus jargões gospeis, separando em grupos gospeis o retrato da idiotização, que se impõe com uma autoridade que não recebeu para possuir, determinar, ganhar o mundo. Sua aparência é de piedade, seu discurso até menciona um certo amor apaixonado, mas ela está preocupada é com seu bem estar, seus interesses, sua política exclusivista, que pratica  a intolerância e a repugnância à tudo o que ela tachou de "mundo". Jesus é até lembrado de vez em quando, mas ainda bem que Ele demora, assim nem é preciso pensar no Grande dia do Senhor, que aliás, pelo que parece, será um evento bem esquisito. Melhor não pensar, aliás ninguém a ensina a pensar, o conveniênte é que engula comida mastigada e pague por isso... caro.

Não, esta não é a  Igreja do Senhor, estava descrevendo a louca, a imprudente, a néscia. Aquela mesmo que vai ficar de fora, porque não é guiada pelo Espírito Santo. Perdeu o foco, desviou do alvo, não guardou o que tinha e hoje está às voltas no deserto de sua obstinação. Se rendeu de corpo, alma e espírito à Mamom, o deus deste século, embora se chame de "casa do Senhor". Arrastam multidões como rebanhos, de gente sem Evangelho, mas cheios de engano e engodo. São pescados pela própria cobiça, ludibriados em caminhos de morte.

Deus é Espírito e como Espírito não tem um corpo, nem idioma, nem cultura, nem preferência com relação aos homens. Ele pousa onde o desejam em espírito e em verdade e alí fica, nesta terra receptiva, dando crescimento ao seu Fruto.

Não, não há um grupo religiosamente estabelecido para o servir. Jesus não veio ensinar religião à ninguém, nem excluir quem faça parte de qualquer outro gueto. Ao contrário do que muitos pensam, Deus não é evangélico, Deus é Amor.

Jesus, o Deus encarnado para que todo homem o assimilasse como É e para consumar no tempo cronológico a Obra Redentora que há desde antes da fundação do mundo, trouxe consigo um ensinamento que desvenda os mistérios do Velho Testamento, traz à luz o que era sombra e mostra o caminho da simplicidade, do desprendimento, em direção ao amor. Um modo de vida, que revela tanto quem é dele, quanto quem não é.

Deus não faz acepção de pessoas, o que Ele tem, é um plano global, em execução desde a eternidade, onde peneira um povo durante sua trajetória no tempo. Um povo que está sendo aperfeiçoado, de modo à esvaziar-se de si e ser pleno em amor. Um povo que se torna tão forte em sua unidade, que caminha vencendo as circunstâncias, de olho no alvo, até vencer a morte, seu último inimigo.

À este remanescente, a virgem prudente, que combate o bom combate e guarda a fé, chega sem marca no fim de seu propósito, onde o encontra para uma eternidade em unidade.

Escatologia é algo difícil para quem lê o texto com a alma, o intelecto, por causa de suas inúmeras figuras. Mas quando o espírito assimila, é algo muito simples. O que tem alí é a sequência dos fatos que hão de acontecer até tudo se consumar e alguns deles já começaram.

Jesus não ensinou o desprendimento em vão. Não inibiu o acúmulo de riquezas e o ajuntamento de bens corruptíveis sem causa. Haverá um tempo onde a Igreja terá que se retirar e se esconder, porque será perseguida. Para estes que estão sendo incentivados a buscar bens e ganhar o mundo, será muito mais provável que se corrompam e aceitem uma marca para continuar podendo consumir, do que virar as costas à tudo o que construiram e adquiriram, abandonando tudo em nome do Evangelho.

Onde está a riqueza, está o coração do homem. Sem riquezas, o homem não tem porque ficar amarrado num sistema de domínio e injustiça. Jesus disse: "Quando essas coisas começarem a acontecer, corram para as montanhas". Quanto menos coisas houverem para cuidar, melhor. Não há como servir à Deus e à Mamom. De qualquer maneira escolhendo um, damos as costas ao outro.

Também o amor, tão abordado em toda a Escritura, mas principalmente com relação à "Noiva", que é a Igreja, muitas vezes banalizado pelo entendimento limitado de alguns que o romantizam, não é uma sugestão, mas algo primordial, tão essencial ao espírito, quanto o sangue é para o corpo.

Amor não é sentimento, mas a essência que manterá a Igreja prevalecendo. Quando não houver mais a Palavra escrita e revelada, haverá ainda o amor nos tornando UM. O amor nos fortalecerá para suportar tudo o que há de vir, até que chegue o Grande dia do encontro dos Noivos.

Os que se perderam do alvo, são presas fáceis e aceitarão de bom grado um chip no meio da testa, pois isso garantirá que continuem perto de seus bens materiais e sem azeite em suas lâmpadas, tudo o que resta é sonolência. Quando seus líderes, verdadeiros lobos travestidos de cordeiros estiverem chipados e ainda assim realizando prodígios e maravilhas, muitos se dobrarão e aceitarão a marca.

Mas o que de fato entendeu o Evangelho e creu nesta Boa Nova, embora só tenha o amor como bem, chega ao final como vencedor.




Um comentário:

  1. Olá, vi seu comentário no blog "Teologia Livre" e gostaria de esclarecer algo:

    "Uma vez que já conheço a letra e a assimilo no espírito, não preciso fazer da leitura uma religião, porque já fui vivificada."

    Resposta: Errado. Precisamos conhecer a Palavra de Deus à fundo pois só assim agradaremos a Deus. a ÚNICA maneira de sermos santos é através da verdade (João 17:17). A Terceira Pessoa da Trindade é chamada de "Espírito da Verdade" (João 14:17; 15:26; 16:13). A promessa é que Ele (Espírito da verdade) nos guiaria em TODA A VERDADE. De qual verdade Cristo está falando aqui? Bíblia. É-nos ordenado que "cresçamos na graça e CONHECIMENTO do Senhor e Salvador Jesus Cristo (II Pedro 3:18). Ao cristão é imprescindível manejar BEM a palavra da verdade (Bíblia, II Timóteo 2:15). A Bíblia é chamada de Espada do Espírito (Efésios 6:17). A obrigação do cristão é a mesma de Josué, no Antigo Testamento: "Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. SÓ ENTÃO os seus caminhos prosperarão e você será bem sucedido." (Josué 1:8, ênfase minha). Fazer da leitura bíblica não é compromisso legalista, mas ordem divina para aprendizado e prática dos Seus caminhos (Isaías 30:21).

    Apologeta

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