“E juntamente com Ele, nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Efésios 2:6.
Ser feliz...
A questão da felicidade está estreitamente relacionada com o prisma com que se olha a vida.
Se do ponto de vista carnal, eu começasse a olhar minha incompletude, constatando que sou só, que não tenho um emprego, não constituí uma família, não tenho a segurança de bens materiais e nem tenho um amor para cuidar de mim, me perderia no desamparo da solidão e gritaria auto-comiserações, achando que a vida conspirou contra mim e que o universo me odeia, causando meus fracassos.
Mas se olho pelo prisma espiritual, constato que poucos tem a clareza da minha visão. Fui colocada em lugares altos, assentada nas regiões celestes, de onde olho o mundo e percebo pessoas, que apesar de ter um cônjuge, filhos, carreiras e bens, tem também um vazio que não tenho e uma falta que eu não sinto.
Tenho plena consciência de que colho os resultados do que eu mesma plantei em outras épocas, frutos das minhas escolhas, das minhas opções, de forma que tanto minhas faltas, quanto meu crescimento espiritual, são resultados do meu investimento no que considerei prioridade. Não cometo a injustiça de culpar ninguém pelas minhas frustrações, posto que até quem me enganou, escolhi acreditar.
É justamente por não estar enraizada nesta vida efêmera, que sou livre para viver a eternidade desde agora. E buscando o Reino de Deus como prioridade, se confirma na minha vida o que Cristo disse: tudo o mais é acrescentado, de maneira que mesmo faltando, eu não sinto a falta. Em tudo sou suprida, nas mínimas coisas.
Sou cuidada minimamente, pessoalmente e de forma surpreendente, porque me reconheço completamente dependente.
Ser feliz é questão de visão. Como poderia eu ser infeliz, sabendo de tão grande amor? Como me desestabilizaria com as faltas circunstanciais, se sei o que hei de herdar em Cristo?
É até bom que eu não tenha vínculos me prendendo às obrigações, porque o que eu vier a realizar, será com liberdade. Passarei por esta vida como o vento que não se fixa, apenas vai... sou livre para amar a quem necessite do meu amor, seja onde for.
Vivo este paradoxo constantemente, experimento em mim esta dualidade, estes dois extremos. A carne é uma miséria, mas somos vivificados no espírito, para que ela não nos subjugue. E é por causa do Espírito no meu espírito, que não tenho sucumbido.
Como se não bastasse a própria condição humana que é um desafio diário, se levantam de todos os lados investidas espirituais da parte do nosso adversário, para impedir o aperfeiçoamento em Graça.
Aos olhos de Deus, os bem-aventurados são os que perseveram em esperança, apesar das muitas aflições, porque quem promete é fiel e não falhará em cumprir em nós, tudo o que nos tem garantido.
Fácil não é e ninguém me disse que seria, mas sigo confiante, vencendo o mal de cada dia com perseverança e fé. Nisto consiste minha felicidade: saber que não tendo nada, tenho em Cristo, meu TUDO.
Antes que alguém sugira que viver pela fé é um tipo de fuga, creio que é muito mais proveitoso ser útil com minha história, minhas experiências e minhas convicções, porque muitas pessoas podem ver em mim a força que precisam para superar suas crises, do que eu mesma viver lamentando minhas desventuras, como se esta vida aqui não fosse apenas um sopro.
ResponderExcluirO restante é bagagem, meu bem. Só carrego o necessário. Tudo o que é peso, acaba ficando pelo caminho.
O que de fato permanece, é o que planto em amor. Isto sim eu colherei, pois quem garantiu é fiel.