As capacitações, a percepção, a vivência de cada um é diferente. Deus age e alcança de maneiras diferentes, respeitando o alcance de cada pessoa.
O chamado da fé, é uma convicção que entra na alma do homem, fazendo com que ele consiga experimentar coisas espirituais discernidas pelo espírito. Mas nem todos suportam a mesma coisa.
As dinâmicas que acontecem dentro de instituições religiosas, podem satisfazer a muitos, outros por algum tempo, alguns precisam de comidas mais sólidas, experiências mais profundas, relacionamento mais estreito.
Muitas vezes a mesmice do aquário só faz limitar o que as pessoas poderiam conhecer e viver. Às vezes é necessário romper as barreiras, furar a bolha, viver realmente nossas escolhas, assumir quem somos, para que caiam as escamas dos olhos e chegar à mesma conclusão que Paulo. Todos nós devemos nos ver como o principal dos pecadores.
Um exemplo é a parábola do filho pródigo. Ambos são filhos, um se perde no mundo para se encontrar, se enxergar, voltar reconhecendo que nada merece, enchergando com Graça o amor do Pai.
O outro está perdido do lado de dentro, crendo nos próprios méritos, odiando a experiência do irmão, ofendido por receber o fruto de seu cansaço, julgando até a bondade do Pai. Perdido porque não se enxerga, perdido porque não alcança a dimensão do que acabou de ver. Vive com o dedo em riste, infeliz e invejoso.
Cada um enxerga por um prisma e vive as próprias escolhas. Um aprende a servir por gratidão, o outro se vê injustiçado.
Na limitação almática do povo judeu, não reconheceram a revelação do Filho consumando o que estava proposto. Sem lei alguma, nós os gentios experimentamos o novo e vivo caminho e herdamos a fé. Pessoas de outras culturas não conhecem o Jesus histórico, mas Deus se revela na pessoa de Cristo onde quer, segundo a Ordem de Melquisedeque, eterna e atemporal.
Muita gente vai se ofender com o amor e a bondade do Pai, mas e daí? Os filhos continuarão sendo filhos, amados e esperados para serem recebidos com festa, independente de merecimento. Quem sonda é um só.
Minha conversão foi dentro da minha casa, num momento de esvaziamento de mim mesma. Ninguém tocava música para me persuadir, ninguém fazia apelo para me intimidar, ninguém segurou no meu braço para insistir. Apenas Deus e eu, por testemunha meu bebê de 10 meses. Não teve mão levantada, teve corpo sem força no chão e alma entregue.
Aqui estou quase 34 anos depois, desinstitucionalizada e firme na minha fé. Mas reconheço que algumas pessoas são tão mirins que se ouvirem toda a verdade, morrem. Sem as paredes e regras não sobra nada. Sem a estrutura de pedra já não sabem quem são.
O que sei é que o joio não se transforma em trigo nem rápido e nem devagar. E muitos se desviam da sã doutrina porque buscam líderes segundo o próprio ventre.
Quem busca sabedoria, encontra. Quem deseja a pessoa de Cristo, vive verdadeiramente livres. Quem anda na prática do amor, recebe mais e mais o tesouro que permanece. Quem se esvazia de si, se torna luzeiro para o caminho de muitos.
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