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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Se morremos, porque ainda temos que mortificar a carne?




Olá amados seguidores deste blogue, quanto tempo! Ando bastante atarefada pois tenho aproveitado a oportunidade que surgiu para estudar, ler e aperfeiçoar o dom de mestre que o Senhor me deu. É uma espécie de curso, com matérias de seminário, com intuito de facilitar minha vida no preparo de mensagens, técnicas para treinar a oratória, enfim, ainda estou fazendo aula de grego. Tenho alguns livros esperando na fila, mas há de dar tudo certo :)

Há tempo para tudo nessa vida e confesso que não tenho sentido vontade de escrever. Algumas pessoas andaram insistindo para que eu transformasse minhas reflexões em literatura e isso chegou a me entristecer, pois nunca foi minha intenção comercializar o que Deus me dá de graça. Me dedico há anos na desconstrução de conceitos religiosos, escapando do esteriótipo evangélico da atualidade, nadando contra a correnteza que arrasta o sistema religioso no curso deste mundo, combatendo as formas, o comércio gospel, as ideias calcificadas e pregando o Evangelho na sua simplicidade. E parece que as pessoas não entenderam muito bem minhas propostas.

Então, escrevo pequenas reflexões e posto na minha rede social, mas perdi um pouco o interesse em atualizar o blogue frequentemente. Usei o período para aprender mais, para treinar a habilidade para lidar com pessoas no tete a tete. Afinal, fui chamada para cuidar de gente, mas sempre que der, volto aqui para deixar alguma reflexão.

Ontem estava pensando no mistério de estar cruscificada na Cruz, morta com Cristo e ressurreta Nele. Segundo Colossences 3, morremos em Cristo, mas a carne precisa ser mortificada na escolha de ocupar o pensamento com as coisas do Alto, abandonando as práticas concernentes à natureza antiga.

Então eu pensava: se estamos mortos, porque ainda temos que mortificar? E o Senhor me ensinou que olhando por Sua perspectiva eterna, atemporal, a Obra redentora consumada em Cristo desde antes da fundação do mundo, estabeleceu minha situação eterna. Agora estou cruscificada Nele, para herdar com Ele a Vida. Da mesma forma que creio que Sua morte levou sobre si a minha culpa, sendo suficiente para me religar à Deus, preciso crer que minha carne morreu, embora a perceba tão viva.

Sob a perspectiva humana sim, ela morrerá enquanto se caminha no crescimento, até a estatura de varão perfeito, de glória em glória e de fé em fé, na renúncia e no aperfeiçoamento do amor de Cristo em mim, de forma que eu sirva e veja o outro como extenção de mim mesma. Um longo e penoso processo de mortificação.

Mas mesmo isto, quem realiza em mim não sou eu. O preço foi pago e tudo consumado em Cristo. O que serei no fim de tudo, já foi conquistado desde a eternidade. Nossas escolhas são veredas que o Senhor preparou de antemão para que andemos por elas, logo, só cumpro o que devo cumprir, porque sou Dele e Ele é meu e ninguém pode me arrebatar de Sua mão.

Embora a minha carne me pareça tão viva e tão nociva quando conspira contra mim e contra o que meu espírito deseja, ela está condenada a definhar e desaparecer. E morrendo esta natureza antiga, a nova vai se renovando, até que eu seja plena em Cristo. Assim, vou crescendo enquanto vou diminuindo :)

Deus é lindo! Eu o louvo por tamanha revelação! Apesar de conhecer minhas tendências e reconhecer o que sou, sei que estou segura eternamente, porque Nele sou herdeira e um herdeiro só precisa esperar até tomar posse do que herdou. Se ninguém me arrebata de Sua mão e se Ele mesmo não me lança fora, à que temerei?

Um comentário:

  1. Graça e Paz Janete!

    Poucas pessoas tem o dom de dissertar sobre soteriologia e não se tornar prolixa e enfadonha. Ouvir teus pensamentos e construções sobre a Verdade é sempre prazeroso, e tenho certeza que mesmo o aprendizado teológico e literário não roubarão de você a simplicidade e a leveza de escrever sobre a nossa eternidade em Jesus, O Cristo!

    Sou todo ouvidos! Beijos!

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