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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Evangelho nos encontros




O Evangelho é Cristo. Quem está em Cristo, vive o Evangelho. Jesus não ia ao encontro de todos os doentes para os curar, nem se sentia o tutor de todos os desequilibrados, mas todo aquele que vinha ao seu encontro em busca de socorro, cura, libertação, recebia.

Se precisava de cura, era cura que recebia, se procurava edificação, recebia. Jesus dava o pão conforme a fome, dava a água conforme  a sede, supria a necessidade que havia.

Para isto, ele precisava ser mais que o Salvador do mundo, era necessário caminhar junto, olhar nos olhos e conhecer a carência de cada um.

Jesus tinha tempo com as pessoas, amava nos encontros, sentava-se para comer juntos, servia a cada um, conforme suas próprias expectativas. Com o mesmo amor que ensinava nos montes, à uma grande multidão, ensinou à Maria, sentada aos seus pés. Ele tanto pregava à multidão, quanto respondia a cada questão que surgia.

Jesus é o Bom Pastor, mas também é o Mestre, mas também é o Médico, mas também é o amigo íntimo. Seu ministério era no tete a tete, nos encontros, nas andanças, com gente cheia de mazelas. Era atento à quem o procurava.

Hoje os homens se ensoberbecem em seus ministérios e não se preocupam em olhar para o exemplo de Cristo. São pastores que pregam às multidões, mas não apascentam rebanhos. São discursos cheios de "eu sou, eu sei, eu tenho, eu faço, eu conheço" mas cegos com relação à quem caminha a um palmo de distância.

Quanto mais espetáculo e performances, melhor. Mas as multidões seguem vazias, sem o conhecimento do Evangelho genuíno.

Não há como amar a Deus, se negligencio meu irmão. Ou me torno o Evangelho na vida das pessoas, se é que Jesus vive em mim, ou sou um sino que retine, frio e barulhento.

Ou estou atenta à necessidade dos que caminham comigo, ou sou uma farsa, mascarada de cristã. Não basta um discurso na ponta da língua. A Graça que recebi, precisa emanar na direção do meu próximo. E não é apenas nos momentos em que eu separo "para Deus". É na vida, o tempo todo.

Se meu ego não existe mais, se o "si mesmo" está mortificado pela minha consciência no Evangelho, não posso praticar apenas quando me convém. Nem posso acolher os de fora, porque vão alimentar meu status de líder, se negligencio os de dentro da minha casa, porque para estes, é mais difícil interpretar um personagem. Não é possível arrumar a casa dos outros, enquanto a minha desmorona.

Ser cristão é antes de tudo, andar na verdade. Não só de língua, não só com palavras vazias, mas na prática constante de amar.

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