Recebi muito carinho de muita gente importante pra mim e especialmente da minha família, que sempre me alimentam com um amor e calor humano, que faz toda a diferença pra que eu me sinta sempre segura e feliz.
A relação amizade/ religião é algo muito curioso. A família de Deus é formada por pessoas que a Graça vai alcançando e o Espírito vai congregando no caminho. Mas para um religioso fanático, a amizade existe enquanto o clube é o mesmo.
Mudou de placa, embora não tenha placa na Bíblia, é traidor. Se sair do arraial é desgarrado, perdido, é pródigo, é uma lista de adjetivações pejorativas, mesmo que só UM tenha acesso ao íntimo de cada filho. Não tem crachá, não é irmão. A rotina mudou, o laço se desfaz.
É incrível como décadas de amizade se dissolvem conforme vem as divergências de opiniões. Se o entendimento de um se amplia e a metanoia não fica estagnada naquele estatuto, o medo de se relacionar, cumprimentar, trocar uma ideia, parabenizar num dia de aniversário por exemplo, é confundido com pisar num terreno perigoso, cheio de armadilhas e risco de ser seduzido por algo que vai minar a fé.
Aqui da minha insignificância, constato o quanto os amigos que fiz fora dos ambientes religiosos são mais amorosos, presentes, incondicionais do que os que são dominados por esses conceitos e preconceitos. Claro que tenho meia dúzia de amigos crentes que sabem separar as coisas e consideram o que viveram comigo. Mas a maioria, mesmo morando logo alí e estando presentes tantas vezes quando eu servia banquetes, simplesmente se foram.
Mas Deus não se foi e jamais me abandonará, porquanto não me lançou fora e ninguém me arrebata de sua mão. Senti falta de muitos, mas a falta também me dá crescimento.
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