Páginas

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sobre a dualidade humana



Nos últimos dias, Deus tem desconstruído em mim, mais um dos paradigmas que a religiosidade estabeleceu. A interpretação da parábola do Joio e do Trigo, ganhou um outro olhar e é sob este prisma, que quero compartilhar com vocês.

Lá no Éden, sob as palavras instigantes da Serpente, o homem aceitou em si um novo plantio, onde a semente da corrupção roubou dele a pureza do relacionamento com Deus. Assim, fez-se necessário a promessa de uma nova semente que aniquilaria com a morte e geraria novamente a Vida, nos moldes originais dos planos de Deus.

Então, até que o homem receba desta nova semente, nele reina a morte e tudo nele é corrompido. Quando recebe a semente do Evangelho, embora o corpo ainda permaneça corruptível, o espírito que está pronto, torna possível que ele seja capaz de se vencer.

Segundo o paradigma, há o homem que é trigo e há o homem que é joio. Um plantado por Deus e outro pelo diabo. Isto seria o alicerce do calvinismo e a distorção do amor de Deus.

Segundo este novo prisma, há duas naturezas no mesmo homem, uma gerada pelo Espírito no espírito e outra semeada pelo inimigo de nossas almas. Se o homem busca a Deus, o trigo prevalece e dá seu fruto, ao passo que mortifica o joio que é a sua própria natureza corrompida no Éden.

Todo homem portanto, tem em si as duas sementes, as duas naturezas, as duas possibilidades: a de fazer a própria vontade ou a vontade de Deus. Uma em detrimento da outra, uma militando contra a outra, mesmo após o novo nascimento.

A semente de Deus, lançada em mim, cresce junto à corrupção semeada pelo inimigo. Mas enquanto uma natureza morde o calcanhar, a outra pisa-lhe a cabeça. 

O Espírito inseminou o espírito para gerar a vida eterna. É esta natureza que não peca, pois é nascida de Deus. Quem permanece no amor, não pode pecar. Mas um momento olhando para o próprio ego é suficiente para lançar o homem no chão, da mesma forma que a lei da gravidade atrai um objeto.

Quando o Espírito nos convence do erro, da justiça em Cristo e do juízo que há de vir, inicia-se o crescimento em graça e conhecimento da verdade. 

A fé é o alicerce, o fundamento que precisa ser firme, para suportar a edificação que virá dia após dia. 

O trigo frutifica, mas o joio prolifera.

O trigo precisa de tempo, de investimento. É um processo que começa à partir da revelação do Evangelho e segue durante a caminhada.

O joio, plantado no Éden pela astúcia do inimigo, cresce junto com a boa semente, interferindo diretamente na escolha dos homens. O ser é ambíguo. A alma anseia por satisfação e o espírito pelas coisas do Alto.

Ninguém dá o melhor de si o tempo todo, à todas as pessoas. Por melhor que o homem consiga ser, ainda é mal. Por maior que seja nossa justiça, ela ainda é trapo de imundície.

A natureza das duas sementes militam entre si continuamente, sem trégua. Nossas escolhas oscilam entre estas duas naturezas.

A Palavra de Deus tem esquadrinhado meu ser, de forma que eu reconheça em mim, a raíz dessas duas semeaduras. Tanto a natureza almática, quanto a espiritual, estão tão perceptíveis, quanto cores diferentes.

Embora eu tenha olhos que enxerguem e ouvidos que ouvem, não posso me gloriar de coisa alguma, pois meu desejo é contra mim e cada vez que eu não o domino, esta natureza prevalece e se alastra. Vejo minha dualidade com muita nitidez e embora eu não possa me livrar do corpo dessa morte, sei que meu redentor vive e já venceu no meu lugar.

Porque há esperança para a árvore que, se for cortada (morrer), ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Jó 14:7

3 comentários:

  1. Hoje, lendo esta maravilhosa operação da Palavra de Deus em nosso espirito é que eu volto a refletir:

    "E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. Mateus 13:10-13

    Nossos olhos só podem ver o que está adiante de nós, ou seja, o outro (o alvo do nosso julgamento). Nossos ouvidos só podem ouvir o que está para adiante de nós, ou seja, o outro falando (alvo do nosso desprezo).

    Aquele que ouve as parábolas e faz a verificação interna, de si mesmo, que procura dentro do próprio ser a aplicabilidade acerca da verdade que ela representa, é quem ela pode ser revelada, todo o mistério de Deus! Assim a parábola encontra seu destino, em nós!

    Jamais um fariseu, escriba ou saduceu conseguiu discernir o que Jesus falava, pois nunca permitia que o Reino de Deus se manifestasse dentro dele, semeando a única semente que poderia lhe trazer uma produção de vida e vida com abundância!

    Ficou maravilhoso a forma como o entendimento da parábola lhe assentou no coração! Agora vamos colher os teus frutos... quero saborear até me fartar! rsrsrsr

    ResponderExcluir
  2. Só para reforçar:

    Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro;
    Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. Porque toda a carne é como a erva,e toda a glória do homem como a flor da erva.Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada. 1 Pedro 1:22-25

    ResponderExcluir
  3. Roberto, como você é precioso na minha vida!

    ResponderExcluir