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sábado, 14 de março de 2009

Ser pão

Dois momentos me sugeriram uma auto-análise ontem: O primeiro, onde eu achava que a vida me pertencia e portanto, as escolhas eram minhas. Eu não conhecia o dono dela, senão de ouvir falar e como as rédeas estavam em minhas mãos, avançava por caminhos tortuosos, inconsequentemente e sem peso na consciência.

Depois da conversão, caí no outro extremo: Meus olhos me viam como alguém inatingível pelas garras do mal. A santarrona inabalável. Porém, estava apoiada nas minhas próprias forças. Convicta, porém inexperiênte, não sabia até onde podia ir, mas estava acima do bem e do mal. Livre da linguagem do mundo, mas presa em meus devaneios.

Eu dizia pra Deus ontem... quantos tombos são necessários até que um homem se enxergue?
No primeiro estágio, fui massacrada por todos os lados, até reconhecer que era completamente necessitada de socorro. Eu era incapaz, era miserável e estava nua.

No segundo estágio, precisei levar uma bela de uma rasteira, para voltar à realidade e reconhecer que continuava sendo pó.

Eu não precisava daquela postura equivocada, daquele orgulho infeliz, da falta de humildade que resistia...

Ao longo da vida, a massa é sovada, cada vez que o vaso sai errado. Quanto mais deformidades, mais severidade no toque. Quanto mais resistência, mais açoites.
Meditava ainda à noite, quando reencontrei o texto "O pão que se esfarela", do antigo blog do Alysson Amorim.

Celestiano não se encontrou na política, nem na poesia.
Mas se encontrou quando se reconheceu "um nada". Vazio de tudo aquilo que foi um dia, mas repleto da sabedoria acumulada pelas experiências, se limitou à ser o pão que se esfarela e alimenta cães barulhentos, sujos e desavergonhados. Tão sujo e engordurado quanto eles. Nada mais, além do afeto nos olhos.

8 comentários:

  1. Quando reconhecemos que nao somos nada e nos entregamos de corpo e alma ao Senhor, com certeza cresceremos. O nosso controle é Ele!
    Que belo texto minha irma!
    Deus te abencoe!
    Um lindo e feliz domingo°

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  2. O valor de uma pessoa, está no que ela pode oferecer ao próximo.

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  3. Se a vida que está dentro de você não lhe pertence... Se as escolhas não são suas... Ele é autoritário? Se assim for, eu não entendo nem compreendo o sentido da vida.

    Assim fica fácil imaginar um Deus controlando tudo e rindo gostosamente da cara das suas marionetes.

    Mas concordo plenamente que nos encontramos "no nada". É de olhos bem fechados que nos reconhecemos...

    B-jinhos Jan

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  4. Olá, Tamara! :)

    Entendo que as escolhas são minhas sim, porém, elas tem que favorecer mais aos outros que à mim. Mais ou menos isso.

    beijos!

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  5. Tamara me chamou a atenção pra uma coisa que não percebi: O primeiro parágrafo está um tanto quanto calvinista... hehehe

    Quando eu disse que achava que a vida era minha e as escolhas também, quis dizer que a motivação das minhas escolhas eram equivocadas. Enquanto prevaleceu a minha vontade, minha visão de certo e errado, colhi frutos muito amargos.
    Mas foi quando resolvi me render aos "conselhos" do Pai, é que reconheci na minha vida o valor de ser um instrumento.

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  6. Mmm!... sim, sim, sim.

    Entendo.

    Mais b-jinhos

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  7. Querida,
    Passei para agradecer tua amável e maravilhosa visita, e te desejar uma semana de vitórias. Reli o texto e novamente fui abencoada.
    beijos

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  8. Oi Janete!
    Espero que esteja tudo bem!
    Tenho uma homenagem carinhosa no meu espaco!
    beijos

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