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sábado, 28 de abril de 2007

Quebra cabeças

Formar a figura num quebra cabeças, requer vontade e paciência. Cada pedacinho é fundamental, pois a peça errada, ainda que pareça acerta, pode atrapalhar e atrazar todo o resto, pondo em risco o desfecho do trabalho.
Atenção, perseverança e cuidado... pronto, lá está a figura formada, proporcionando alegria pra quem conclui e admiração dos outros.
Assim é a FELICIDADE!
Ela é feita de pedacinhos... e formar esta figura não é fácil. Nem todos perseveram com gana e por isso não conseguem conquistá-la... ser feliz não é tão simples!
Abandonar a figura pela metade é perder... desistir de completá-la é fracassar!
O desafio da vida é este: Que cada um faça bem a escolha de seus pedacinhos, se quizer ter a figura da felicidade completa!
Sejamos felizes nas nossas escolhas!

Sobre a Maria Poeiras

Tudo referente ao relacionamento entre mãe e filho, me toca muito.
Deus concedeu que eu concebesse por duas vezes. Na primeira vez, com muito êxito, tive um filho lindo, saudável e enorme! Na segunda gravidez, não fui feliz... durou apenas 70 dias e sofri um aborto espontâneo. Experimentei o desespero de ver meu filho formadinho, porém sem vida
As duas experiências, me trouxeram sentimentos inexplicáveis: Tanto o amor para receber o Guilherme, quanto a dor por saber que Rafael não nasceria mais. Amor e dor, imensos e indescritíveis!
Estive visitando o blog da Maria Poeiras e a vi desabafando sobre uns comentários de críticas sobre seu blog. Acho que o que uma mãe se dispõe a fazer por seu filho, é sempre louvável e digno do nosso apoio!
Divulgar a deformidade, arrecadar fundos para seu tratamento, foi a forma que ela encontrou para receber apoio, afinal, imagino o quanto deve ser dificil conviver com a deficiência de um filho...
Quando se refere à um filho, tudo ganha proporções gigantescas!
Por um filho, nós mães, damos até a própria vida!

sábado, 21 de abril de 2007

Leia-me

Tudo o que sinto e sou,
está diante de você...
Saiba ler!
Está tudo exposto
em meu rosto,
não vou me esconder...
Meus olhos transparentes,
janelas do interior...
Leia-me!
E nas entrelinhas,
descobrirás quem sou!

Memórias

Estampidos no alto do morro...
A mãe deitava sobre os três filhos, como a galinha faz com seus pintinhos. Passado o susto, as crianças voltavam a brincar...
A menina do meio era estranha... cabelos lisos desgrenhados, pés descalços e pernas perebentas (porque os insetos daquele lugar eram contaminados pelo esgoto a céu aberto). Era estranha... ora encabeçava as traquinagens, ora se isolava no quarto, por horas à fio, perdida em seu mundo imaginário, onde era feliz.
Esse jeito tímido entre os estranhos, a tornavam uma excluída. Na escola, não participava de nada, não se enturmava, estava sempre com o pensamento longe, não conversava nem sobressaía. Só de ouvir a professora dizer seu nome, dava-lhe um frio no estômago! E a qualquer dificuldade, lágrimas inundavam a classe... às vezes, no meio da aula, recortava bonequinhos de papel e viajava...
Em casa era a "ovelha negra". Induzia os irmãos a praticarem as artes mais cabeludas... era agressiva, tinha unhas felinas. Num só golpe, três ou quatro fios de sangue! Era a prova do crime, o castigo era certo e quase diário.
Era agressiva... mas a vida também a agredia!
As brigas em casa eram cotidianas por causa do adultério do pai. A avó querida, sofria de uma doença incurável e a própria situação deprimente do lugar...tanta coisa junta!
Se perdia quando recebia carinho... parecia um gato! Tanto por ser arisca, quanto por ser chameguenta.
Os pais davam conta de dar-lhes o básico, mas não de realizar-lhes os sonhos, por isso, sonhavam pouco...improvisavam seus brinquedos.
Ela criou o péssimo hábito de fuçar no lixo dos vizinhos, catava cacos de brinquedos, principalmente bonecas. Foi punida várias vezes, mas não parou de procurar... no fundo, nem ela sabia o que buscava.
À noite, dormia ouvindo o miado dos gatos. Tinha medo do barulho, medo do escuro, medo das vozes internas... amanhecia gelada na cama molhada de urina... não sabia se explicar...
Menina estranha... não se encaixava no contexto! O mundo não a aceitava, ou ela não aceitava o mundo?
...
O espelho reflete uma balsaquiana de olhos tristes... pedacinhos de sua história, vêm como flashs involuntários... ela tenta encontrar a origem de seus medos, sua insegurança, sua dificuldade de se encaixar no mundo que a cerca... sua facilidade de se contentar com o pouco, de se conformar com o lixo...
As lembranças resistem, devem ter um propósito!
O tempo passa... a menina não cresce... continua estranha...

sábado, 14 de abril de 2007

Maratona

Lá vai ele...longe...
Meu sonho corre,
como um maratonista experiênte,
à passoa largos,
ganhando distância,
à minha frente...
quando dobra a esquina,
o perco de vista,
mas mesmo cansada,
continuo na prova,
até vê-lo de novo!
Não vou parar,
hei de alcansá-lo!

terça-feira, 10 de abril de 2007

A Rosa vermelha e eu

A gota de orvalho, ressalta tua beleza...
Mas não seria uma lágrima de tristeza?
Sim, porque nesse momento,
te vejo como um espelho me refletindo...
é estranha a comparação,
mas é o que estou sentindo...
sua imagem transmite dor!

Que olhar não foi seduzido por sua cor?
Quem não se declarou,tocando suas pétalas aveludadas?
Quem não se perdeu sentindo seu perfume?
parece que ouço teus queixumes...
serei hoje, teu divã!
Quantas vezes o Sol te beijou pela manhã
e no entardecer te abandonou?
Quantas visitas te fez o beija-flor,
sugou seu nectar e depois se foi?
Quantas vezes o vento te tocou
e sem olhar para trás, seguiu sua trajetória?
Parece minha história...
Não há como negar!
Aprendemos a seduzir,
mas não sabemos conquistar!

Enquanto a Orquídea
simboliza o Amor, que sempre fica,
Você é símbolo da paixão,
que consome e logo se dissipa...
Seus espinhos, que te envolvem
somente para te proteger,
machucam e afastam
quem vem tocar em você!

Quantos sorrisos...quanta admiração...
tudo passageiro, como a paixão!
Todos se encantam, desejam tê-la
mas continuas só...como eu,
que ainda espero a chegada do amor!
Nos resta a visita descompromissada
do beija-flor!
Triste sina une a gente...
uma gota de orvalho,
desce no meu rosto quente...

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Corredor

Estou presa num kilométrico corredor
repleto de portas trancadas...
de um lado e do outro...
me sinto impotente, desorientada,
correndo de ponta à ponta
procurando incansavelmente a saída...
me sinto privada da vida,
não consigo esperar mais nada!
Ah! Se uma dessas portas
enfim abrisse pra mim...
sem titubiar entraria,
me arriscaria! Por que não?
O que eu perderia?
me livraria dessa prisão!
Não me importo
com o que há por tráz
pra mim, tanto faz...
Só penso em sair desse lugar
estar aqui é a morte!
Se tiver sorte,
uma delas se abrirá...
e por tráz dela, quem sabe...
seja eu livre, para ser e estar!