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domingo, 25 de junho de 2023

Depressão

Jesus falou sobre sua própria morte, e Pedro o repreendeu: “Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá” (Mateus 16:22). A resposta de Jesus foi áspera: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mateus 16:23). 

Por quê a depressão é algo diabólico? Porque a pessoa deprimida está trancada em si mesmo, afogada em sua dor, sem saída, sem noção do que está além de si mesmo. É justamente o oposto do Evangelho que propõe um esvaziar do si mesmo, para nos projetar na direção do outro, em quem nos enxergamos e passamos a ser um.

Pedro não era um diabo, era apenas alguém cegado pela carnalidade, tentando sugerir ao mestre, ser voltado a si mesmo, a escolha que pouparia sua vida, que na visão de Pedro, era o melhor que Jesus poderia fazer por si mesmo. Mas Jesus não veio com o propósito de enxergar a si mesmo como alvo, mas viveu com o propósito de pagar o resgate dos pecadores. Apesar de toda a angústia de saber que iria enfrentar a morte, sabia que este era o propósito eterno, pelo bem da humanidade. 

A vontade de Pedro parecia boa mas era egoísta. A realidade parecia injusta, mas era o ápice do amor, que se doa em favor do outro. O Cordeiro imolado desde antes da fundação do mundo, concretizou no tempo e espaço, o que já era proposto por Deus desde a eternidade.

O que Pedro estava propondo era que Jesus sentisse pena de si mesmo, que se sentisse injustiçado, ferido, magoado ao ponto de desistir. Quando Jesus o repreendeu, estava negando que o sentimento se instalasse minando sua energia, porque queria fazer a vontade do Pai que lhe enviou. Pedro estava limitado ao tempo e espaço, ainda não estava pronto para entender a consequência da morte de Jesus para o mundo. Este ato não poderia ser feito por mais ninguém. O amor só pode manifestar quando o ego recua. A autocomiseração anula o amor.

Jesus negou a si mesmo como homem, para cumprir inteiramente e consumar em si mesmo a vontade do Pai, riscando assim a dívida eterna que tínhamos e se tornando o nosso Mediador que nos reconcilia com o Eterno. De maneira nenhuma poderia dar ouvidos a Pedro, porque era isso o que o inferno mais queria.

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