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domingo, 29 de dezembro de 2013

Gratidão




2013, 2014, 2015...
Quem vive Cristo, não precisa de misticismos com relação aos anos que saem ou entram.

Apenas confiamos, porque uma vez entendida a Mensagem da Cruz e crida, as bênçãos de Deus começam a nos seguir. Está consumado, já somos abençoados.

Vitórias ou derrotas acontecem o tempo inteiro. A diferença é que a fé dá significado a todas as coisas. No dia bom, somos gratos e no dia mal, sabemos que não estamos sós e ficamos atentos para o que Deus quer nos ensinar.

O ano de 2013 para mim, foi uma transição. Saí de uma mesmice que se arrastava há 7 anos e entrei de cabeça nos projetos que me lançam para cima. Estou com o coração cheio de esperanças e vontade de dar tudo de mim no auxílio de muitas pessoas.

Vou de mãos dadas com quem não tem vínculo com minha carne, mas está entrelaçado na minha alma. Sabe quando as essências se reconhecem? É isso, nossa seiva é a mesma. 

Desejo à todos maturidade espiritual, discernimento, sabedoria e principalmente fé, para descansar nos braços Daquele que continua tendo o controle de tudo.

Que em 2014 a gente se encontre muito por aqui e continue crescendo juntos, em Graça.


sábado, 14 de dezembro de 2013

Sobre a fé




A fé é dom de Deus e Ele mesmo a aperfeiçoa enquanto caminhamos. Pois à medida que mais o conhecemos e somos revelados à respeito das coisas futuras, mais firmamos Nele a nossa confiança.

É por meio dela que transcendemos para a eternidade. Porque ela faz este elo entre tudo o que foi prometido e a certeza de que tudo será cumprido.

A fé que se anuncia no mundo, como se a iniciativa fosse humana, esta que o fixa nas coisas circunstanciais e o incentiva à correr atrás do vento, dos tesouros corruptíveis, das vitórias, das bênçãos que nunca o satisfazem, isto nada tem de fé. Apenas chamam de fé, o impulso carnal e egoísta, puramente humano.

A fé não é este instrumento disponível ao crente para conseguir coisas e benefícios. Isto o que chamam de fé, só serve para alimentar mais ainda a alienação quanto as coisas espirituais. O iludido pensa que é um cidadão do céu, mas está entranhado nas coisas terrenas e longe de Deus.

A fé é o dom de Deus que sustenta nossa  convicção no que esperamos. Ela está firmada em Cristo e é a certeza do que há de vir Nele.

Por mais lutas e por maiores que sejam as aflições, perseguições, tribulações, é a fé que não nos deixa sentir desamparados. Podemos todas estas coisas, pois Ele tem nos fortalecido.

É esta fé, esta certeza, esta convicção que nos liga à Cristo, para que o reconheçamos como Senhor. É ela que nos enche de ânimo, não só para suportar, mas para ir e fazer discípulos.

Nada do que se baseie no desejo egoísta é fé. Todo dom é  dado por um fim proveitoso, em favor dos que vão herdar a salvação. A fé não apenas nos firma, mas nos ajuda a pregar o Evangelho com convicção.

Deveria ser óbvio, que permanecerá apenas o que é incorruptível para a eternidade. Logo, buscar o que é fútil e temporal só alimenta a carne e nada tem a ver com a fé.

É por meio da fé que assimilamos as coisas espirituais. Se refere ao que não se vê, mas se sabe por meio do espírito.

1 Pedro 1:21 Por meio dele vocês creem em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Javier Cardona




No horário marcado eu estava lá. Esperava ser recebida pelo moço lindo das fotos, aquele que encanta com seu sorriso, espontaneidade e versatilidade artística. São muitos anos acompanhando todas as suas performances nas poesias, músicas, fotografias, criatividade...

O moreno estilo Antônio Banderas, que já é meu amigo há pelo menos 6 anos e mora logo alí, mas que por falta de tempo, oportunidade e vontade, nunca nos movemos à nos conhecer pessoalmente. Já até passei por ele na rua, mas nunca havíamos marcado um encontro.

A motivação foi a hérnia de disco que o acometeu. Fui lá pensando em dar uma força, porque ele estava sentindo dor, mas ele se recusou a me deixar arrumar a casa. Veio abrir a porta amarrotado, com os cabelos armados e cara de sono. Me recebeu com um abraço gostoso e o café já estava sendo providenciado. Eu já sabia que ele era meio hippie, mas estranhei tanta fumaça na casa.

Eu disse que estava alí para ouví-lo e automaticamente encarnamos a psicanalista e o analisado. Ele tinha nas mãos uma caixa com fotos antigas, que curiosamente estavam recortadas. Notei que ele recortava algumas pessoas nas fotos, inclusive a noiva no dia do casamento. Este foi o início da conversa. Ele começou me explicando esta desconstrução, pois aquelas pessoas representavam para ele, frutos de um sistema corrompido com o qual ele não queria pacto.

O apartamento também está sofrendo transformações. Ele está se desfazendo da mobília tradicional e deixando no lugar apenas o que considera básico. Tudo alí é metafórico e tudo expressa sentimento e arte. 

E enquanto ele falava e apresentava-me sua visão de mundo, eu ia compreendendo a lucidez gigantesca, no meio de toda aquela loucura. Coisas do tipo: "A palavra mendigo na Colômbia, tem a ver com descartável... quando estava lá, fiquei chocado com essa expressão, por isso não descarto mais nada, junto sucata pra aproveitar, quer ver?" E abriu o armário da cozinha, me mostrou umas embalagens vazias de batata chips e disse: "Vou fazer uns caleidoscópios pras crianças com câncer brincarem."

Ele me contou sobre o dom de pastorear, sobre a paixão pelas almas que o motivaram a deixar tudo e ir para a Colômbia, onde sofreu as piores decepções com relação ao sistema religioso, privilégios de alguns, perseguições a ele que não se dobrou, os boicotes e depois de dez anos dando o sangue neste ministério, foi descartado.

Este assunto o deixou com os olhos injetados e lá do fundo da alma veio brotando mais uma reflexão: "As chamas de duas velas, não entram em atrito. Antes iluminam juntas e dissipam as trevas. Não deveria ser assim entre nós?"

Falou sobre a crise no casamento, sobre os efeitos da religiosidade nas decisões e sobre o fim. Falou sobre a briga com Deus e sobre a ânsia de recuperar o tempo que julgou perdido. Se tornou agente de trânsito, começou a faculdade, mergulhou nos sonhos e na sede de crescimento pessoal. Queria ganhar o mundo, mas descobriu que o Dom de Deus é irrevogável. Cristo pulsava dentro dele.

Falou-me sobre o livro, que conta esta história de desconstruções políticas, religiosas, econômicas, buscando uma liberdade e um modo de vida que não se conforma com o mundo, com sua frieza e falta de amor. O homem que trazia o peso do mundo nas costas, encontrou no Evangelho vazio de dogmas, a leveza pra espalhar no mundo tudo o que aprendeu com Cristo.

Neste meio tempo seu alter ego o ensina a se livrar das cargas insuportáveis das mágoas e subtituí-las pela autenticidade, que só os servos de Jesus, na Ordem de Melquesedeque conhecem, porque nestes, a orientação vem de dentro. O livro conta a trajetória deste homem que desejou ser correto e foi engolido pelos sistemas corrompidos. Mas ressurge na leveza de uma mente livre.

Como  agente no trânsito, lida com a injustiça e privilégios, onde é obrigado à se omitir, a calar sua indignação. Nos últimos 15 anos, perdeu a noção de quantas vezes foi xingado e desrespeitado nas ruas. O acúmulo de pressões, despertaram nele o desejo de sumir, mas como não era possível, se isolou em casa mesmo, num processo depressivo que terminou num surto. Ele usou a janela do apartamento como palanque para denunciar tudo o que viu e ouviu. E no momento em que o país manifestava, ele aproveitou a oportunidade e fez sua parte. Foi parar na TV. Todo mundo queria saber quem era aquele agente que tirou a roupa na rua.

Entre um assunto e outro, um cigarro e lá se foram mais de 4 horas de papo. Não vi o tempo passar, tudo o que ele dizia, vinha carregado de vida. Apesar da dor física, para mim, aquilo era reflexo do peso que ele carregou nas costas, a indignação com o mundo, o inconformismo. Toda dor prolongada na alma reflete no corpo. Mas ele disse algo que é verdadeiro: a desconstrução o deixa livre para encarnar o Evangelho por onde vai...

Ele prega o amor no trabalho, nas ruas, no trânsito, nos encontros. Ajuda um aqui, outro alí e ninguém precisa saber. Por onde vai, espalha a gentileza, fala do bem, pacifica, faz justiça. O mundo é seu ministério. Jesus, um amigo que vai com ele.

Na despedida ele me disse: "Janete, foi terapêutico!" mas sou eu que me sinto privilegiada, por ter conhecido um ser com tamanha força e perseverança. Ele encantou minha tarde... conheci alguém que de fato encarnou o Evangelho. Valeu muito, amigo.

"A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina."
1 Coríntios 1:18

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Ser feliz, é questão de visão




“E juntamente com Ele, nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Efésios 2:6.

Ser feliz...
A questão da felicidade está estreitamente relacionada com o prisma com que se olha a vida.

Se do ponto de vista carnal, eu começasse a olhar minha incompletude, constatando que sou só, que não tenho um emprego, não constituí uma família, não tenho a segurança de bens materiais e nem tenho um amor para cuidar de mim, me perderia no desamparo da solidão e gritaria auto-comiserações, achando que a vida conspirou contra mim e que o universo me odeia, causando meus fracassos.

Mas se olho pelo prisma espiritual, constato que poucos tem a clareza da minha visão. Fui colocada em lugares altos, assentada nas regiões celestes, de onde olho o mundo e percebo pessoas, que apesar de ter um cônjuge, filhos, carreiras e bens, tem também um vazio que não tenho e uma falta que eu não sinto.

Tenho plena consciência de que colho os resultados do que eu mesma plantei em outras épocas, frutos das minhas escolhas, das minhas opções, de forma que tanto minhas faltas, quanto meu crescimento espiritual, são resultados do meu investimento no que considerei prioridade. Não cometo a injustiça de culpar ninguém pelas minhas frustrações, posto que até quem me enganou, escolhi acreditar.

É justamente por não estar enraizada nesta vida efêmera, que sou livre para viver a eternidade desde agora. E buscando o Reino de Deus como prioridade, se confirma na minha vida o que Cristo disse: tudo o mais é acrescentado, de maneira que mesmo faltando, eu não sinto a falta. Em tudo sou suprida, nas mínimas coisas. 

Sou cuidada minimamente, pessoalmente e de forma surpreendente, porque me reconheço completamente dependente.

Ser feliz é questão de visão. Como poderia eu ser infeliz, sabendo de tão grande amor? Como me desestabilizaria com as faltas circunstanciais, se sei o que hei de herdar em Cristo?

É até bom que eu não tenha vínculos me prendendo às obrigações, porque o que eu vier a realizar, será com liberdade. Passarei por esta vida como o vento que não se fixa, apenas vai... sou livre para amar a quem necessite do meu amor, seja onde for.

Vivo este paradoxo constantemente, experimento em mim esta dualidade, estes dois extremos. A carne é uma miséria, mas somos vivificados no espírito, para que ela não nos subjugue. E é por causa do Espírito no meu espírito, que não tenho sucumbido. 

Como se não bastasse a própria condição humana que é um desafio diário, se levantam de todos os lados investidas espirituais da parte do nosso adversário, para impedir o aperfeiçoamento em Graça.

Aos olhos de Deus, os bem-aventurados são os que perseveram em esperança, apesar das muitas aflições, porque quem promete é fiel e não falhará em cumprir em nós, tudo o que nos tem garantido.

Fácil não é e ninguém me disse que seria, mas sigo confiante, vencendo o mal de cada dia com perseverança e fé. Nisto consiste minha felicidade: saber que não tendo nada, tenho em Cristo, meu TUDO.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Canais para fazer circular o dom de Deus




Há um tempo atrás, meditando sobre o amor, intuí que apesar de conseguirmos deformá-lo com nossos conceitos, ele jamais foi sentimento, mas essência, porque sendo Deus Amor, transcendeu na direção do homem por meio de Cristo e assim, emana através dos remidos, na direção de todos os outros, fazendo sua essência circular no mundo de forma horizontal. Ele mesmo é a fonte do amor que transmitimos, este que nos impulsiona na direção do outro em doação, em renúncia, em acolhimento.

Depois, meditando mais um pouco, percebi que também o favor de Deus, derramado no homem, é como uma chuva fina sobre a semente; A Graça que nos alcança, perdoa, cura, dá crescimento, acompanha e restabelece, vem de Deus para nós e também emana na direção do próximo, como se crescessem em nós, ramos para todos os lados, espalhando a seiva perdoadora, reconciliadora e amorosa que há em Cristo, a Raíz Santa, que nos chama a ser UM com Ele, para poder frutificar Nele.

Os dons, acrescentados a cada crente conforme a Vontade de Deus, também nos foram dados como instrumentos visando um bem proveitoso dentro desta grande Obra, segundo o propósito de Deus na expansão do Seu Reino. Recebemos, para que o usemos na proclamação das Boas Novas e assim também nos tornamos cooperadores, para que Cristo seja manifesto aos homens.

E numa das reflexões do Roberto, que ele diz ser inspirada nas coisas que digo, mas que acabam me inspirando também para refletir sobre esta rotatividade da essência de Deus na Terra, me mostra mais uma vez que somos como um organismo, onde cada célula se completa, se liga e se ajuda mutuamente, de forma que funcionamos todos em Cristo, a Mente que nos direciona neste propósito. Quantas foram as vezes em que um completou o que o outro estava meditando, preenchendo as lacunas e formando uma visão mais nítida? Acontece o tempo todo nos meus encontros com amigos da mesma fé, caminhamos sintonizados, um se tornando luzeiro na vida do outro.

Então, ele me ajudou a entender que a Glória de Deus é também circular, pois esvaziando-se de Sua divindade e fazendo-se pobre por causa de nós, Cristo nos possibilita ser ricos em Glória Nele, assim, glorificamo-lo de volta, para que Ele nos glorifique no porvir.

Que coisa sublime é a revelação de Deus! E que maravilha é entender que desde sempre, tudo começa Nele, por meio Dele e volta para Ele. E Ele é tudo em todos e Nele somos UM.

E assim, é muito fácil entender que o esvaziar-se de si mesmo, é um processo necessário para que haja este círculo de amor e Graça entre Deus e os homens, pois o egoísmo que nos domina, faz estagnar a seiva que dá vida aos ramos.

Cristo se esvazia para nos encher, na medida que nos esvaziamos para ser cheios Dele. E assim, enxertados na Videira, damos frutos. Mas fora dela, para nada mais servimos.

A Seiva, a Vida, o Sangue está Nele e somente negando o ego, estamos livres para amar e frutificar em benefício dos homens, para a Glória Daquele que à si mesmo se doa em favor de muitos.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Libertação dos pecadores




Meu objetivo neste post, é falar sobre o perdão. Mas para entender sobre o perdão entre os homens, é preciso fazer uma explanação sobre o perdão que recebemos da parte de Deus em Cristo, para que todo homem entenda, que a mesma Graça, transcendida da parte de Deus em nossa direção, é a mesma que irradia e  emana de nós, na direção do próximo.

A Bíblia relata que todas as providências para que o homem seja salvo das consequências eternas de sua iniquidade, foi realizada desde a eternidade, antes mesmo da criação. E depois, dentro da História, tomamos posse de cada acontecimento, dentro do devido tempo determinado por Deus.

Todos estes acontecimentos foram necessários para que se manifestasse a Graça de Deus aos homens. E nada do que tenha acontecido, fugiu do controle de Deus. Ele sabe do que somos feitos e assim, fez conhecido Seu Amor, quando nos olhou com Misericórdia.

O primeiro culto, foi realizado ainda no Éden, quando o próprio Deus sacrificou um animal para cobrir as vergonhas de Adão e Eva. Foi um ato de Misericórdia, ao mesmo tempo em que havia o derramamento de sangue, que purificaria da culpa.

O culto em Israel, consistia em cada homem prover para si um animal perfeito, pois só poderia haver perdão de pecados, mediante derramamento de sangue. O animal, era sacrificado no lugar do transgressor, levando a culpa sobre si, expiando-a e deixando livre o pecador.

Todas estas coisas apontavam para Cristo. Eram sombras do que haveria de vir. Todo aquele contexto: judeus, Lei, acusações, tortura, tudo isso é muito pesado para nosso entendimento humano, que está encerrado no tempo e no espaço. Estamos fixados naquela cena de sofrimento, mas o significado espiritual daquele ato, é a mais sublime ação de Amor, que já houve nesta Terra. O ápice do Amor, foi consumado naquela Cruz.

Imagine que a Cruz se desprende do chão e atrai para si a iniquidade dos homens; os que foram, os que são e os que serão. Porque a Redenção é atemporal.

O Cordeiro de Deus, foi imolado antes da fundação do mundo, pois era necessário que assim fosse, pois de outra forma, não haveria a remissão de pecados e todos morreríamos em nossos delitos, perecendo sem Deus.

Cristo, o Perfeito, sem mácula e sem pecados, se fez maldito por amor à nós. Derramando seu Puro sangue, expiou a nossa culpa e riscou a cédula da nossa dívida.

O pecado do que crê, não apenas foi perdoado, mas pago com alto preço. Fomos comprados com Sangue e agora somos Dele.

Jesus, o Templo de Deus, pois Nele foi realizado todo o ritual de purificação de pecados, na Cruz, o Altar, reconciliou os homens que antes estavam separados por causa do pecado, com Deus, que por causa da Perfeição do Cordeiro, nos adota como filhos.

Não há mais separação. Todo aquele que crê nisto, tem livre acesso à presença de Deus por meio de Cristo, nosso único Mediador, pois só Ele é Santíssimo.

Este é o verdadeiro Culto. O único que saciou a Justiça de Deus. Jesus não pagou parte da dívida, ele a quitou. Já não nos resta fazer nenhum outro sacrifício em troca do perdão de nossa dívida.

Nem sacrifícios, nem cultos, nem preço algum. Está feito e consumado, sem mérito humano, apenas a providência Divina, que separou o Filho para a Obra Redentora, gratuitamente, por Amor.

Percebe que apelidamos cerimônias criadas por homens, de forma que perpetuamos um suposto "culto" desnecessário? Aquela liturgia, aquele formato, aquele conjunto de ritos, nada disto é um culto, pois um culto não é sinônimo de homenagens. Onde havia um culto em Israel, significava que alguém havia pecado.

Deus não se sacia com nossa dedicação, com nossas músicas, com as obras que julgamos boas. Deus está saciado de uma vez por todas por causa do Filho Amado que lhe compraz. 

Se a motivação dos nossos encontros, da reunião dos remidos, não for o amor, a comunhão, a troca, o aprendizado, o auxílio, a reconciliação; se a congregação dos justificados não se reúne em gratidão pelos feitos de Deus, se a motivação for completar a Obra Redentora (mesmo inconscientemente) tudo será em vão. Nos unimos por causa do Amor.

Deus não requer do homem nenhum sacrifício. Tudo o que se faz para Deus ou para o próximo, é por causa da consciência da Graça que nos alcançou. É resposta e não causa. Tudo vem de Deus e é para Deus.

Ele nunca se alegrou com a morte, nem de homens, nem daqueles animais oferecidos no culto. Era necessário que morressem por causa do perdão. Assim como era necessária a morte do Cordeiro de Deus, por causa do perdão aos homens. Portanto, Deus não se agrada de cultos. Deus se agrada no Amor, este é nosso culto racional, realizado por meio do corpo, quando temos consciência do que recebemos de Deus.

Depois de consumada na Cruz a Obra e Morte e após a ressurreição 3 dias depois, Jesus está apto a Advogar a nossa causa.

Quando nos olha, Deus já não vê nossos méritos, obras, sacrifícios, investimentos, dedicação, nada disso. Mas também não leva em conta nossa deformidade, miséria, nudez; Ele enxerga CRISTO entre Ele e nós. O Mediador que nos religa à Deus.

É na Perfeição Dele que somos justificados, é nas suas pisaduras que fomos sarados. Alí recebemos perdão, cura e paz. Alí fomos verdadeiramente livres das acusações e de nós mesmos.

Já não há preço a pagar, já não há a necessidade de arrastar nos lombos o peso dos erros do passado, os relacionamentos quebrados, a falta de perdão que acorrenta as relações. Alguns homens se algemam às culpas como se gritassem ao mundo "Estou pagando até o último centavo!". Como se por meio da dor e do sofrimento, pudessem redimir à si mesmos. Não podem! Se não for por meio da fé em Cristo, não há perdão.

O amor pode fazer novas todas as coisas, mas como resultado do Amor que recebemos primeiro. Perdoamos, porque fomos perdoados de nossa dívida impagável. Nos reconciliamos, porque fomos reconciliados com Deus. Anunciamos o Evangelho, porque por meio desta Boa Notícia, soubemos da Misericórdia e Amor de Deus.

Jesus disse oferecendo alívio: 

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.

Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve."




Não basta falar de Jesus, citar versículos, frequentar lugares que nunca cessam de exigir do homem mais obrigações. É preciso ir à Jesus e o convite é para todos.

Logo acima deste versículo, um outro diz:

"Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.

Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.

Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar."



O Evangelho é tão simples, que as pessoas complicadas não o assimilam. É preciso ser simples, para entender a simplicidade. É preciso que o homem enxergue sua condição de dependente do favor gratuito de Deus, a Graça, que significa "favor imerecido", para então esvaziar-se de si mesmo, para que Cristo cresça nele.

Basta olhar para Cristo e crer que todo culto necessário para tirar de nós o pecado e a culpa, foi realizado e consumado Nele. estamos reconciliados com Deus e podemos promover a reconciliação dos homens uns com os outros.

Só pode seguir Jesus verdadeiramente, quem aprender a negar-se e tomar sua cruz. Tomar nossa cruz, é este ministério da reconciliação, pois da mesma forma que a Cruz de Cristo nos religou à Deus, nossa cruz nos torna UM organismo só, cujo Cristo é o cabeça. Assim a cruz é perdão, uma das coisas mais básicas na vida de quem crê.

O primeiro fruto da Graça é a gratidão. Saber que Jesus se ofereceu para tirar das nossas costas o peso insuportável do passado, das mazelas, das culpas e em troca nos dá a leveza do Evangelho, que também requer renúncias, mas sem a dor na alma que aprisiona e tira a paz.

Entender o que recebemos de Cristo, abre os olhos para enxergar Jesus presente nos nossos piores momentos de crise. E a lição aprendida nesses momentos, nos deram crescimento para testemunho Dele.

O liberto é verdadeiramente livre, porque não arrasta atrás de si, ninguém acorrentado pelas dívidas. E também a ninguém se acorrenta pela falta de perdão.

Ele levou sobre si, tudo o que cabia a nós, mas Nele somos feitos novas criaturas, para expressarmos seu Amor por onde andarmos.

Ah, Senhor... quem dera que todo o cansado e sobrecarregado pudesse compreender estas coisas! Entender o propósito da tua encarnação e saber quem são em Ti... Saber que somos teus, porque fomos comprados para ir pelo mundo, anunciando que o Senhor é Bom! E fazemos isto, não para merecer o que jamais mereceremos, mas porque só UM é Digno de toda a nossa gratidão.