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segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Pra registrar minha saudade


Por maiores que tenham sido os feitos de um herói, em qualquer história, os registros se resumem sempre em poucas linhas. Com meu herói, não é diferente.

Meia dúzia de objetos empoeirados, poucas fotos e uma gravação, ainda em k7, de uma música que compôs com minha mãe, dedilhando um violão... heis o acervo do que restou do meu pai, além é claro, das lembranças que insistimos em preservar, na tentativa de aliviar a saudade. Lembranças que com o tempo, vão perdendo os detalhes, o cheiro, o gosto... cenas embaçadas, mas que ainda me fazem rir e chorar.

Esse mês, completam 20 anos, que um acidente interferiu na nossa vida, nos deixando sem a presença do nosso pai. Seus 40 anos de história, ficaram resumidos em poucos flashs de memória. Muita coisa se apagou com o tempo. Já nem sei quais foram os sonhos interrompidos...

Quase nada de uso pessoal restou, além de alguns objetos que cada um de nós escolheu para guardar. Na minha casa, a única coisa que guardo dele, é um caderno, com seus manuscritos, letras de hinos que compunha.

Mas no coração, guardo todos os ensinamentos, todos os seus bons exemplos e todo o amor, que o tempo corrosivo, não foi capaz de matar.

4 comentários:

  1. Que lindo desabafo de saudade minha querida.
    Sim, o que importa é o que ficou registrado no coração.
    Estas são as perdas necessárias das nossas vidas.
    Deus te abençoe!
    beijos

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  2. Acho que da vida, nada se leva, mas podemos deixar bons exemplos pra quem fica...
    Meu pai ainda existe em mim!
    Beijo, amiga!

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