A religião ensina uma cartilha a ser cumprida, ordem nos ritos, lista de afazeres, hierarquia a ser obedecida, um estatuto a ser observado, uma carga pesada e cruel nos lombos de quem deseja "fazer a vontade de Deus" e acaba novamente escravizado aos caprichos e vaidades humanas. Uma sucessão de erros, culpas e castrações, para no final gerar frustrações nos deslizes inevitáveis.
Jesus não usa a metáfora de uma fábrica ou da marcenaria de José, onde se segue uma cartilha, desde cortar e lixar a madeira, até ter nas mãos um móvel. Quando fala de obra do oleiro, do ourives, do agricultor, etc. Está sempre referindo-se ao próprio Deus, quem trabalha ainda hoje por cada um de nós.
Ele se põe como a própria Videira verdadeira, onde a responsabilidade de levar a seiva aos ramos, fazendo-os frutificar, é Dele mesmo. É Ele a Raiz santíssima, responsável por nutrir os ramos, para que não sejam apenas caules pendurados, porem inúteis, mas que venham a ter plena conexão com sua essência amorosa, porque só assim serão capazes de dar frutos.
No texto de João 15, de 1 a 8 Ele ensina a permanecer na Videira e de 9 à 17, Ele explica que isto é permanecer na Sua Palavra, no Seu Amor. Estar conectado em Cristo, é ter a mesma essência que Ele. É praticar sua Palavra, que é espírito e vida. É amar como consequência natural por estar enxertado Nele.
Não há metodologia para dar crescimento à Igreja. Não há estratégia, não há trabalho exaustivo, não há busca sem fim, nem sacrifícios a fazer. O que faz uma Igreja frutífera, é a verdadeira conexão com Cristo. É estar na Videira, é receber Dele a pura seiva, a essência amorosa. Isto é permanecer no Evangelho. Jardim e não máquina. Videira e não indústria.
Ramos adoecidos, secos, desconectados, infrutíferos são cortados, não servem para nada. Ainda que dêem o sangue à religião, permanecem completamente inúteis ao Reino de Deus.
O Agricultor continua trabalhando nestes ramos adoecidos, para que restabeleçam a conexão com Cristo. O Senhor disciplina ao que ama. Existirão situações que Deus permitirá na existência, para que haja cura de alguns, mas que no final, cortará outros que permanecem obstinados. A disciplina produz frutos de Justiça nos filhos e morte nos ramos que estão, mas não são.
A Glória de Deus é manifesta ao mundo, através dos frutos dos filhos, que estão em Cristo. Glorificamos a Deus com a vida, quando produzimos obras de Justiça, como aprendemos Dele.
É Dele todo o trabalho, só precisamos aprender a não querer mais a nossa vontade, que procede de um coração enganoso, pois enxertados em Cristo, passamos a querer o que Ele quer. Assim, seremos testemunhas públicas, cartas vivas e Evangelho nos encontros uns com os outros.
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