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segunda-feira, 10 de abril de 2017

A morte





A morte não me causa medo. A vejo como a transição necessária para que se consumem as promessas de Deus, de que ainda que morramos, viveremos novamente, sem dor, sem sofrimento, sem a angústia de vencer o mal de cada dia. Quem se firma nesta fé, não se desespera com a finitude do corpo, pois a essência do ente amado que se separa de nós, está preservada com o Autor da vida.


Ver um ente amado respirando com a ajuda de aparelhos, ligado em sondas, tubos, elétrons, monitores, com sembrante de dor e lágrima nos olhos, pois é a única reação que consegue ter, aprisionado num corpo que já não funciona plenamente, inchado, machucado, cheio de hematomas... apesar da esperança que não nos deixa, chega o momento em que enxergamos na morte um alívio. É um misto de apego e consciência de que é preciso deixar ir... e nos vemos obrigados a deixar o egoísmo se dissolver, pois se cumpriu o propósito daquela existência. 

Mas a saudade... essa fica como um rastro cortante. Como é barulhento o silêncio de uma ausência. Como ocupa os pensamentos a voz que já não se ouve. E como se torna preciosa cada lembrança...

Dia 8 ela entrou para a cirurgia e não voltou pra mim. Não sei por quanto tempo peregrinarei ainda nesta terra, mas um dia reencontrarei minha amada com o sorriso restaurado, no dia eterno, onde dor nenhuma vai interromper nossa comunhão. 

Muitas saudades <3 class="separator" p="" style="clear: both; text-align: center;">

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