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sábado, 25 de outubro de 2014

Compartilhando uma experiência






Terça feira, depois de sair do supermercado, parei no semáforo para esperá-lo fechar. Ele fica próximo à uma banca de revistas, onde também tem um poste. Como é um cruzamento difícil e eu vi que de um lado não vinha carro e do outro vinha um ônibus com certa distância, pensei: "Dá tempo de atravessar" e fui.

Ao chegar do outro lado da avenida, o ônibus que eu tinha visto, bateu na banca e parou no poste. Imediatamente o poste pegou fogo, os cabos de alta tensão arrebentaram e entraram em curto, caíram pela rua, enquanto dentro do ônibus as pessoas gritavam desesperadas e as pessoas na rua corriam para socorrer. Ficou tudo escuro e eu estática do outro lado da rua, pensando que por uma fração de menos de um minuto, eu poderia estar morta.

Teoricamente, eu estava em segurança, pois esperava o sinal fechar. Mas se não fosse o impulso de atravessar com ele aberto, eu poderia ter sofrido um atropelamento ou uma descarga elétrica que não me daria chance nem de ser socorrida.

Foi um susto bem grande, mas graças a Deus, não houveram mortes neste acidente e dos cinco passageiros feridos, só um precisou ir ao pronto socorro. Eu fui pra casa bem assustada ainda e durante esta semana, refleti em algumas coisas.

Se me perguntarem se tenho medo da morte, eu diria que não. Se perguntarem se quero ver o Senhor, é a coisa que mais anseio. Mas se perguntarem se quero sofrer um atropelamento ou ser eletrocutada, a resposta é claro que não. Isto, porque o autor da vida, nos deu o instinto de preservação dela. Sem este instinto, nos tornaríamos suicidas na primeira crise existencial.

Mas falando racionalmente, a hora que o Senhor me chamar, é isso mesmo. Sei que não tenho raízes nesta vida, nem ninguém que dependa de mim. As pessoas que sentiriam minha falta, sentiriam porque gostam da minha companhia e não porque precisam de mim.

Este episódio me fez pensar na brevidade da vida, em como somos vulneráveis e como nada depende de nós. Num minuto estamos aqui e no outro, podemos não estar. Então, será que as coisas que empurro com a barriga, ficarão inacabadas? Preciso repensar algumas posturas.

Também pensei em conceitos que são teóricos, mas que após um evento desses, se tornam experiências reais, como: Deus tem o controle de todas as coisas. De fato, vi com meus próprios olhos, que Ele domina minuto a minuto, pois não sei se gastei um minuto atravessando a rua, o que sei é que dentro de um minuto, Ele me tirou do lugar de risco e colocou num lugar seguro.

E se me livrou da morte, deve haver algum propósito. Sou uma pessoa que tem o privilégio de falar sobre o Evangelho todos os dias, mas será que isto é tudo o que posso fazer? Será que o Senhor espera mais de mim, será que preservou minha vida para que eu cresça mais e viva melhor?

Outra particularidade, é que meu pai morreu exatamente assim. A cena diante de mim, foi como uma viagem no tempo, a diferença é que meu pai ficou imprensado entre o ônibus e o poste, enquanto o curto impedia as pessoas de se aproximarem. Seria um choque enorme pra minha família, se me perdessem da mesma forma. Um mistério que não vou conseguir entender agora.

Por fim, o Senhor tem se agigantado em mim. É maravilhoso mergulhar no Evangelho e ajudar a edificar pessoas, enquanto eu sou edificada por outras. Melhor ainda é a certeza de que Ele está comigo o tempo todo, como prometeu, até o fim, porque o viver é Cristo e o morrer é lucro.

2 comentários:

  1. Graça e Paz Janete!

    "-Uffaaaa! Não foi desta vez!" Diriam alguns, e outros: "- Por que o Senhor não me levou agora?"
    Com certeza nossos sentimentos em relação a estarmos com Jesus não podem ficar sujeitos a vida ou morte porque ELe nos disse que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Então, seja pela vida ou seja pela morte sempre estamos com o Senhor. No entanto, o sentimento humano de comunhão é formado a partir de relacionamentos reais, tangíveis e que podem ser percebidos pelos sentidos, mas acerca disto Paulo diz:
    E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. Porque, ainda que esteja ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito estou convosco, regozijando-me e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo. Colossenses 2:4-5
    "...em espírito estou convosco". De fato, as palavras que declaramos são como espirito e vida, e elas podem viajar por décadas e por várias gerações. Assim, enquanto vivermos:
    Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim. Então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu! Salmos 19:13-14
    Continue assim Janete, nos deixando estas palavras de vida, que são fruto do teu espírito alimentado pelo Santo Espírito, e que sempre nos farão sentir você junto a nós!

    Abs fraternos

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  2. O interessante é que em espírito, podemos estar em muitos lugares ao mesmo tempo. Neste momento estou em Cianorte te dando um abraço :)

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