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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Sob a Ira de Deus ou Sua Justiça

Os gentios, eram todos aqueles que não tinham a Lei de Deus. Todo o que não pertencia ao povo de Israel, eleito para servir ao Senhor.

Quando Paulo estava revelando o Evangelho aos gentios, desconstruindo a religião judaica para inserir os valores cristãos, trazendo ao lume o que era sombra, explicava o que é ter um coração circuncidado, para viver sob a Graça de Deus, pois mesmo aqueles que circuncidavam a carne do prepúcio, acabavam vivendo sob a ira de Deus, por rejeitarem Sua Lei. Eram filhos da desobediência.

A Justiça de Deus é Cristo, revelado no Evangelho. Os que foram alcançados pela Graça, vivem desde agora e para sempre, sob a misericórdia de Deus. Estes, ainda que pequem, não escolhem pecar e não permanecem pecando, porque são livres.

Mas a ira de Deus está sobre os que hoje são gentios na alma, pois negam a natureza regenerada e guerreiam contra o próximo. É evidente que há algo errado com a raça humana e os sinais estão por todos os lados.

É possível ver as obras de um filho da ira, pois ele vive a contradição de saber o que não se deve ser, mas ainda escolhe ser. Isto é a ausência da Graça e a presença do Juízo. Um escravo de si mesmo, é alguém que carrega o sinal da ira de Deus.

Tanto os que fazem, quanto os que aprovam, estão sob a ira. É indesculpável todo aquele que entende o erro, mas escolhe praticá-lo. Pois a Graça nos dá a liberdade para arrependimento e não para o pecado. Todo libertino cai em desgraça.

A Graça é concedida ao homem para mudança de vida e não para justificar o pecado. A liberdade é para conseguir obedecer e não para confirmar a posição no pecado. Quem assim escolhe agir, acumula ira para si.

Deus retribuirá a cada um segundo as obras. Vida eterna desde agora, ou indignação desde agora. Ou vivemos sob a Graça ou em desgraça.

Em Deus não há parcialidades. As obras exalam ou não o bom perfume de Cristo e determinam, ou melhor, evidenciam quem vive sob a Graça ou sob a ira.

Um coração aprisionado em coisas temporais, é evidente naquele que não ama a eternidade. O bem deve ser a prioridade e não a caça à felicidade, compreende?

O aprisionado na temporalidade, escolhe o pó. A ressurreição é para os que desejam a ressurreição. Os cegos espirituais, são estes prisioneiros do próprio ego. Escravos de si mesmos, deixados à própria sorte. Filhos da ira, filhos da desobediência.

A Graça revela ao homem, tanto a consciência para discernir entre bem e mal, quanto a consciência da inferioridade do mal em relação ao bem. Mesmo sem conhecer a Lei, o homem é sua própria lei, por isso é indesculpável, pois o pecado é contra a natureza. É uma verdadeira opressão contra si mesmo e contra os outros.

Os mandamentos de Deus, são a estrutura do bem e nos ensina a nos relacionar. Todo aquele que pratica o mal, destrói o outro, mas antes foi esmagado dentro de si. Pra fazer o mal, alguém precisa primeiro se violentar e se destruir, degradar a própria natureza que escolheria o bem. Mas o mandamento do Senhor, restaura a alma.

Se alguém violou a natureza, quebrou a lei e a consciência denuncia. O natural é discernir entre bem e mal e escolher o bem.

A vida do cristão, não pode ser indistinguível entre os outros que são escravos. Buscar as coisas do nosso jeito, é tentar alcançar felicidade. Buscar as coisas do jeito de Deus, é alcançar o bem. Quem busca primeiro o Reino e sua Justiça, recebe as outras coisas. Quem busca ser feliz, vive frustrado.

O verdadeiro descendente de Abraão, é quem circuncidou o coração. Isto é, uma mudança na alma onde o coração desiste de trabalhar por esforço próprio, porque entende que Deus já trabalhou por ele, daí descansa. Está submetido à vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável. Esta é a verdadeira religião, ter o coração orientado pelo Espírito de Deus.

Um filho de Deus, não deposita sua confiança no que acontece exteriormente, mas está firmado pelo relacionamento que tem com o Pai. Estes tem liberdade para escolher o bem.

Sem os terrores da Lei, ninguém compreende a Graça. Assim se faz separação entre os que são e os que não são, pois os filhos da ira, continuam aprisionados em si mesmos, se violentando e guerreando contra si e contra o próximo. Mas os filhos de Deus, militam contra a carne e vencem em Cristo.



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