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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Maranata, oh vem, Senhor Jesus!

Ultimamente não tenho sentido vontade de escrever. Geralmente quando vem a inspiração, é como se eu entornasse o que está dentro de mim e isso acontece naturalmente, como um impulso incontrolável. Mas neste momento, minha necessidade é ser instruída. Então, silencio para ouvir.

Neste período de carnaval, meu retiro foi dentro da minha casa. Nem na igreja eu quis aparecer. Tudo o que busquei, foi fazer contato com meus próprios sentimentos. E me vi completamente insatisfeita com a vida, com as pessoas e com a ilusão que ronda os que se chamam pelo Nome de Cristo.

Habitualmente, o que se ensina nas igrejas, é que decidindo por Jesus, automaticamente recebemos bênçãos de todos os lados. E o rebanho, composto por uma maioria que se recusa a pensar, é levado pela ilusão dessas palavras hipnotizantes. Carregam à partir deste instante um sorriso de plástico e agem como se não houvesse dor por todos os lados.

Se o desejo de Deus é que sejamos UM, é evidente que este egoísmo foi enxertado por outro. Jesus tomou sobre si, uma dor que não lhe pertencia. Padeceu e se entregou sem merecer, motivado por amor. Como pode os membros de seu Corpo, não sentirem a mesma empatia? Como alguém pode ser de fato feliz, vendo o sofrimento do próximo?

Jesus era um homem que chorava. Chorou por causa da dor de uma família, lamentou a cegueira de um povo e desejou aconchegá-los debaixo de suas asas, como uma galinha. Até no Getsemani, onde o terror da morte o assombrou, ele foi fortalecido quando pensou na importância de sua morte em favor de muitos.

Na medida em que o Evangelho de Cristo, é subtituído pelo que as pessoas desejam ouvir, na proporção em que o capitalismo toma as rédeas da Igreja e adquirir bens passa a ser sinônimo de vida abençoada, é a medida que nos tornamos tão egocêntricos quanto qualquer outro que rejeita Jesus.

Quando Jesus disse que o amor se esfriaria da maioria, não estava falando da frieza que rege o mundo. O sistema deste mundo, nunca foi movido pelo amor, mas pela cobiça, pelo egocentrismo, por Mamon... É a Igreja que tem se corrompido e caído aos pedaços. É o interesse pessoal que tem roubado a consciência de sermos Um Corpo só.

A ausência do amor, tira da Igreja qualquer vínculo espiritual com o propósito à que fomos chamados. Se cada um é por si, o que professamos é uma mentira. E só se habitua com mentiras, quem nunca conheceu a Verdade.

O mundo já vive em completa frieza, porque a fonte de amor é Deus. Quanto mais distantes da luz, maior a escuridão. Quanto menor a sintonia com o Amor, maior a frieza espiritual.

Não chamo de mundo quem está fora da instituição. E não chamo de Igreja quem vive em função de um templo. Tanto mundo quanto Igreja é um pensamento, um espírito, uma força que nos conduz ou por vias que o próprio Deus preparou para que andássemos por elas, ou por vales tenebrosos que insistimos em escolher à partir da cobiça e ânsia por satisfação.

O amor já se esfriou da maioria. E isto, aconteceu por meio de um movimento sutil, um falso evangelho infiltrado com uma camuflagem  convincente, que infla o ego e corrompe os que nada entenderam.

Mas ainda existem os remanescentes. Estes que anseiam e clamam: Maranata, oh vem, Senhor Jesus!


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