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sábado, 25 de junho de 2011

Parábola do Filho pródigo


A parábola do filho pródigo fala ao meu coração, mas desta vez, com um novo olhar. 


O filho que se rebela, mergulha no mundo, planta e colhe, acaba ganhando uma bagagem de experiência que lhe dá o crescimento. Vejo a trajetória de um cristão, que além da consciência de ser filho, recebe da vida o desejo de também ser servo.


É interessante observar que o filho que se distancia e obedece a própria carne, se torna miserável, vazio e sem noção do amor do Pai, que tudo o que mais quer, é tê-lo perto para suprí-lo. 

Mas nada acontece ao filho, enquanto olhava para si e tudo muda quando volta a olhar para o Pai.

Quando voltou arrependido, disse: "Pai, pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus empregados". O pai, não levou em conta as palavras, mas o sentimento do filho. O reconhecimento de sua condição foi suficiente para recebê-lo.

Ele volta arrependido, mas o principal, é que traz consigo o sentimento de conhecer sua verdadeira condição. Diz "não sou digno" e apesar dessa consciência, percebe que para o Pai, isto é motivo de festa.

O outro filho que ficou, aparentemente fiel e obediente, não conheceu o Pai realmente. Ficou indignado, porque se sentia merecedor do melhor. Não havia sentimento de gratidão, porque sentia que usufruia de um direito seu. Se ofendeu com as ações de Amor e grande Misericórdia e achou que o irmão mais pecador, não merecia ser perdoado. Até aquele momento, não se enxergou. Não viu a bondade do Pai, não reconheceu seu favor. 

Só é possível enxergar o amor de Deus, à partir da consciência do que nós somos. Conhecendo nossa miséria, é que conhecemos a Grandeza do Deus que se deu por nós! 


Ele andou encarnado entre nós e sabe o material com o que fomos feitos, conhece nossas fraquezas, sabe o peso que carregamos nessa terra. Aquele que foi errante pelo mundo, que reconheceu seu fracasso, que viu sua condição miserável, este recebeu honra, festa e favor. Mas ao contrário do que muitos pensam, é ele o espiritual. O outro, que se deu o direito de julgar até o Pai, é carnal. 


A verdadeira submissão, provém da humildade, adquirida com o crescimento espiritual. 


Creio que por isso mesmo Jesus disse: O que mais ama, é o que tem a maior dívida perdoada.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Dores


Eram terríveis como as dores de parto,
mas sem a expectativa da chegada da vida...
Dores insuportáveis e o cheiro de morte no ar.

Mas da mesma forma, o recebi nos braços,
sequei suas lágrimas e acalmei seu soluço,
com o tamanho de amor que só uma mãe conhece.

Com o amor incondicional,
que as mães herdaram de Deus,
Daquele que doa a Vida.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dando um tempo

Decepcionada com muitas coisas, resolvi dar um tempo de internet, pra desintoxicar um pouco a cabeça, já que os problemas do cotidiano, já ocupam boa parte dos meus pensamentos.
Mas amo vocês e assim que der volto, neste blog ou em outro. beijão

sexta-feira, 10 de junho de 2011

No guarda-roupas



Quando eu era criança, meus traços autistas eram mais evidentes, lógico.

Quando algo me angustiava, eu não titubeava. Corria pro meu esconderijo secreto: dentro do guarda-roupas dos meus pais e ficava sentadinha no fundo dele, no escuro, no silêncio, sozinha com meus pensamentos, me distraía e logo esquecia a angústia...

Sei que num momento como este que estou passando, entraria e esqueceria de tudo.

A gente cresce e não cabe mais dentro guarda-roupas e nem as aflições desta vida cabem dentro de nós. Parece que são maiores que o peito.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Limites...

Como eu lamento não ter aprofundado mais ainda na amizade com essa moça...

A gente não sabe o que o futuro traz e pensa que tem todo o tempo do mundo.

Imagine uma pessoa presa numa cadeira de rodas, com cada parte de seu corpo deformados. Desde o rosto, orelhas, tronco, membros, mãos e pés. Tudo isso compacto num corpo de pouco mais de um metro. Dependendo de pessoas para mudar a posição desconfortável na cadeira, dar banho, fazer curativos nas feridas que a cadeira e a cama deixavam.

Agora imagine que essa pessoa teve os melhores 30 anos que uma pessoa naquela condição poderia ter. Saía com frequência com os muitos amigos, não perdia um lançamento de filme no cinema, conhecia tudo de música, lia todos os livros, amava poesia, estudou e se formou em Jornalismo, esbanjava sentimentos pelos poros, conquistava à todos que a cercavam, inclusive amigos virtuais como eu.

Iza era líquida.
Não poupou esforços para alcançar e ultrapassar os limites que a vida lhe impôs.

Transpôs barreiras, enfrentou preconceitos e não aceitava a pena das pessoas. Foi guerreira e escrevia com uma lucidez que poucas pessoas ditas normais, conseguem.

Se foi cedo, verdade. Mas deixou uma legião de admiradores. Lições que carregaremos pra sempre.

Nós, que nos limitamos por vontade própria e deixamos de fazer coisas que são possíveis, até com certa facilidade, agora vemos na Iza, alguém que Deus pôs em nosso caminho, pra ensinar que o limite, nós determinamos com nossas escolhas.

Iza sugou da vida tudo o que era possível. Foi plena e feliz. 
Não pensei que fosse sentir tanto a ausência de alguém que não cheguei a abraçar, mas ultimamente vinha acompanhando mais de perto as coisas maravilhosas que ela escrevia. Ela entornava para todos os lados, parecia um espelho meu. Mudou minha forma de ver a vida, meu vício de me conformar com o limite, com o difícil, com a falta de garra.

Só a morte conseguiu deter a sede de vida daquela moça.
Exemplo que carregarei no coração enquanto viver.

Este aí na foto, é o Fernando Anitelli, nosso amor em comum. Foi através da banda dele que nos conhecemos e trocamos figurinhas. Mas ele foi apenas o canal, porque a Iza era especial em todos os sentidos e não entrou na minha vida por acaso. Saudades demais!