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sexta-feira, 10 de junho de 2011

No guarda-roupas



Quando eu era criança, meus traços autistas eram mais evidentes, lógico.

Quando algo me angustiava, eu não titubeava. Corria pro meu esconderijo secreto: dentro do guarda-roupas dos meus pais e ficava sentadinha no fundo dele, no escuro, no silêncio, sozinha com meus pensamentos, me distraía e logo esquecia a angústia...

Sei que num momento como este que estou passando, entraria e esqueceria de tudo.

A gente cresce e não cabe mais dentro guarda-roupas e nem as aflições desta vida cabem dentro de nós. Parece que são maiores que o peito.

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