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domingo, 6 de março de 2011

Quero amar

Como explicar à religiosos, que se é cristão na vida, durante todo o tempo e não em momentos "separados" pra Deus? E que não me sinto culpada, mesmo que me chamem de negligente, de estar à uma hora dessas, no domingo à noite, sentada diante de um computador e não na igreja?

É que já fui ao templo hoje de manhã e me sinto suprida na minha necessidade de comunhão. Já estudei a Palavra, já refleti, já cantei, já compartilhei, então não sinto essa necessidade de me deslocar de novo. 

Alguém dirá que na EBD é diferente e que no domingo à noite é o período que reservamos para cultuar à Deus. Mas discordo plenamente. Se cultua à Deus em espírito e em verdade, o tempo inteiro, em cada atitude, em cada relacionamento, na submissão aos ensinamentos de Cristo, no amor e assistência aos que precisam de nós. Não num ritual dominical.

Algumas pessoas dizem zelar por sua vida espiritual e eu entendo que minha vida é uma só, ao mesmo tempo secular e espiritual. Desde que comecei essa caminhada, muitas mudanças houveram, muitos conceitos mudaram, amadureci na fé, mas tudo isso reflete na minha vida e nas minhas atitudes o tempo todo.

Estou pensando em Deus no trajeto ao trabalho, durante os dilemas do dia, pedindo sempre orientação. À noite, quando chego em casa, já que não gosto de TV, uso meu tempo no computador para discutir apologética, twittar, pra administrar este blog, que não tem a pretensão de formar opiniões, mas é um espaço que uso pra falar sobre fé. Enfim, é meu jeito de cultuar meu Deus.

Quero a liberdade de ir quando desejar, quero poder visitar outras comunidades, quero contribuir com tudo o que sou e com o que tenho, mas da forma que entendo que Deus fala comigo, quando envia pessoas que precisam de mim. Não quero compromisso com paredes, não quero compromisso com regras, não quero compromisso com obrigações espirituais.

Quero amar.

2 comentários:

  1. Neth, religiosidade é assim mesmo. Alguém disse que domingo é o dia de irmos à igreja, então, quando isso não acontece, é praticamente um sacrilégio. Frequentei uma igreja em que havia cultos aos domingos, às 8, 10h30 e 18 horas. E assim, de forma meio subliminar, eram também divididas as "platéias", sendo a mais "espiritual" a das 8 da manhã, e a mais, digamos, "relax", a das 18h, afinal, devemos ofertar o melhor a Deus, e o melhor é acordar cedo e ir ao primeiro culto. Engraçado que muito dessa religiosidade era desfeita já no estacionamento, em qualquer culto!

    Suas palavras também me lembraram um episódio recente, quando uma tia, ao sentar na mesa para almoçar, disse ser quase que obrigatório orar antes de comer. Eu disse que tudo o que entra na minha casa já está consagrado. O que quis dizer é que orar antes das refeições é importante, mas não pode ser um ritual, porque rituais são nada mais que religiosidade mecanizada.

    Bjs.

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  2. Verdade, Lu. E quanto mais cumprimos regras, menos espirituais somos, já que Jesus nos ensinou um modo de vida e não um novo conjunto de leis. Se não for por livre vontade, que valor terá diante de Deus o cumprir uma obrigação?
    A vida é repleta de oportunidades pra fazer nossa parte como servos de Deus e o encontro deve ser espontâneo e prazeroso, dentro e fora do templo.

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