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sábado, 1 de novembro de 2008

É preciso dizer

"Demonstrar o amor é uma forma de deixar a vida transbordar dentro do próprio coração.
A maioria das pessoas estabelece datas especiais para manifestar o seu amor pelo outro : é o dia do aniversário, o natal, o aniversário de casamento, o dia dos namorados.
Para elas, expressar amor é como usar talheres de prata : é bonito, sofisticado, mas somente em ocasiões muito especiais.
E alguns não dizem nunca o que sentem ao outro.
Acreditam que o outro sabe que é amado e pronto.
Não é preciso dizer.
Conta um médico que uma cliente sua, esposa de um homem avesso a externar os seus sentimentos, foi acometida de uma supuração de apêndice e foi levada às pressas para o hospital.
Operada de emergência, necessitou receber várias transfusões de sangue sem nenhum resultado satisfatório para o restabelecimento de sua saúde.
O médico, um tanto preocupado, a fim de sugestiona-la, lhe disse : pensei que a senhora quisesse ficar curada o mais rápido possível para voltar para o seu lar e o seu marido.
Ela respondeu, sem nenhum entusiasmo :
-- O meu marido não precisa de mim. Aliás, ele não necessita de ninguém. Sempre diz isto.
Naquela noite, o médico falou para o esposo que a sua mulher não queria ficar curada.
Que ela estava sofrendo de profunda carência afetiva que estava comprometendo a sua cura.
A resposta do marido foi curta, mas precisa :
-- Ela tem de ficar boa.
Finalmente, como último recurso para a obtenção do restabelecimento da paciente, o médico optou por realizar uma transfusão de sangue direta.
O doador foi o próprio marido, pois ele possuía o tipo de sangue adequado para ela.
Deitado ao lado dela, enquanto o sangue fluía dele para as veias da sua esposa, aconteceu algo imprevisível.
O marido, traduzindo na voz uma verdadeira afeição, disse para a esposa :
-- Querida, eu vou fazer você ficar boa.
-- Por que ? Perguntou ela, sem nem mesmo abrir os olhos.
-- Porque você representa muito para mim. Você é a minha vida !
Houve uma pausa.
O pulso dela bateu mais depressa.
Seus olhos se abriram e ela voltou lentamente a cabeça para ele.
-- Você nunca me disse isso.
-- Estou dizendo agora.
Mais tarde, com surpresa, o marido ouviu a opinião do médico sobre a causa principal da cura da sua esposa.
Não foi a transfusão em si mesma, mas o que acompanhou a doação do sangue que fez com que ela se restabelecesse.
As palavras de carinho fizeram a diferença entre a morte e a vida. É importante saber dizer : amo você!
O gesto carinhoso, a palavra gentil autêntica, a demonstração afetiva num abraço, numa delicada carícia funcionam como estímulos para o estreitamento dos laços indestrutíveis do amor. É urgente que, no relacionamento humano, se quebre a cortina do silêncio entre as criaturas e se fale a respeito dos sentimentos mútuos, sem vergonha e sem medo.
A pessoa cuja presença é uma declaração de amor consegue criar um ambiente especial para si e para os que privam da sua convivência.
Quem diz ao outro : eu amo você, expressa a sua própria capacidade de amar, mas também, afirmando que o outro é amado, se faz amar e cria amor ao seu redor.
Não basta amar o outro.
É preciso que ele saiba que é amado ! "

Autor desconhecido

4 comentários:

  1. É preciso que ele saiba que o amo COM TODOS OS SENTIDOS...

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  2. Olá estimada colega.

    Gostei muito dessa "postagem". Infelizmente hoje, tudo é muito "virtual", e conseqüentemente muito suerficial também.

    Ontem mesmo conversava com os jovens lá na Igreja onde sirvo em comunhão: quantos "eu te amo" nas páginas de orkut, etc. Mas corresponde a um amor à distância, um amor que não suporta a presença, a corporiedade em verdade, a rotina.

    Estamos sendo influenciados por uma nova dinâmica de amar, muito patogênica por sinal: O "amar virtual", à distância, sem calor. Isso faz com que, toda espécie de contato físico interpessoal esteja condicionado a âmbitos eróticos, e literalmente, aos poucos, vamos perdendo o contato, talvez até com a desculpa de estarmos preservando certa prudência. O prudente hoje é manter "a distância" do corpóreo real, para nos encontrarmos "via telinha".

    Mas felizmente, sinto que, pessoas como você, em artigos como esse, tentam de alguma forma, resgatar a verdade do relacionamento em comunidade, onde as pessoas possam se sentir parte uns dos outros em rotina, em "relalismo" ao invés de virtualismos.

    Preserve iso, grite isso. Meus votos é que você continue sendo pioneira e profética.

    Grande beijo.

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  3. Tamara, obrigada pela visita!
    Você dá sentido à este blog! :)

    Já querido irmão Alfjr,
    Você tocou num assunto que me intriga. Sou uma pessoa calorosa demais e as pessoas estranham isso. O amor já se esfriou da maioria e manifestar sentimento hoje, é no mínimo esquisito. Gosto de abraços apertados, palavras de carinho, beijos e sorrisos largos. O que era pra ser uma prática natural entre nós, muitas vezes me rendem elogios, como se eu fosse alguém especial e eu não sou.
    Ficamos limitados ao "eu te amo virtual" enquanto o Eu te amo real assusta... eu vou continuar perseverando!

    Abraços

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  4. Tem um "negocinho" publicado hj, lá, depois de tanto tempo, né? Bjokas! ;D

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