A partir disto, toda a história humana se resume em lutar contra o próprio ego, negando-se para alcançar assim uma proximidade com Deus. De forma nenhuma o egocêntrico conquistará esta relação e isto está exposto em toda a Bíblia, onde Deus condena o orgulhoso, o soberbo, o que tem olhos altivos, o que se exalta... Posto que para se converter, é necessário que o homem reconheça sua dependência e suas debilidades.
Toda vez que Israel se submetia, era bem sucedida, vencia batalhas, prosperava. Toda vez que se rebelava retrocedia, perdia, era dominada e escravizada pelos inimigos. Assim ainda é. O Evangelho nos faz olhar para Cristo como Senhor, que por sua vez renunciou a si mesmo por obediência ao que estava proposto desde a eternidade, consumando no tempo oportuno, dentro da história a vontade de Deus.
O que cega a humanidade é o amor ao próprio ventre, escolhendo inclusive os líderes que melhor massageiem seu ego, dizendo o que querem ouvir. Sendo que a sã doutrina, geralmente confronta o ego para o matar.
Em se tratando de cristianismo histórico, a Igreja foi fiel apenas até o terceiro século, quando se corrompeu com a política, deturpando a sã doutrina e adotando o que o império romano considerava pertinente. Ganhou o direito de estabelecer seus lugares místicos, mas perdeu a essência da submissão a Deus. Com a reforma veio a divisão que nunca parou de acontecer e nunca parará, posto que o ego dominou. Quantas denominações existem? Incontáveis, mas cada uma delas nasceu quando alguém não quis se submeter. É o ego que faz nascer uma nova empresa religiosa, sempre com uma nova distorção da Bíblia.
Já o Evangelho, é imutável. O que Jesus disse continua em vigor. O que Jesus não disse continua sendo anátema. E o processo continua sendo o mesmo: Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”
Há um tempo atrás, havia uma igreja evangélica famosa na minha cidade, onde nasceu um grupo musical que fez um sucesso absurdo nos anos 90, 2000. A partir desta sede, nasceram filiais por todo o país e até no mundo. Todo mundo queria fazer parte da denominação deste grupo famoso. O pastor que fundou era o "paistor" , os filhos famosos e seus respectivos cônjuges eram consagrados ao ministério, todos muito respeitados, até que alguém deu um golpe no grupo, a família se dividiu, o pastor se aposentou, o filho assumiu a empresa religiosa, as filhas se desligaram com seus maridos e fundaram suas próprias denominações, desceram tanto na disputa, ao ponto de um filho processar o outro para não usarem o mesmo nome da denominação. Tudo isso em nome de Deus, que já não está nesse negócio faz tempo, desde que o estrelismo entrou na igrejinha e transformou tudo em espetáculo pra ridicularizar e confundir quem acha que Evangelho e religião evangélica é a mesma coisa.
Enfim, quem tem ouvidos que ouça. O que virá já está exposto na própria Bíblia que diz que o limpo vai continuar se limpando e o sujo vai continuar se sujando, até que todos sem exceção se apresentarão diante do trono, onde ego nenhum vai conseguir se manter.