A grande maioria do que compreendo, não foi dentro da religião que aprendi, mas com as experiências que a própria vida me proporcionou e como sou muito observadora, chegou as minhas conclusões. Chegou um tempo que a religião deixou de fazer sentido, tanto por não responder nada, quanto por perceber a ilusão que permeia a mente religiosa. Realmente as pessoas alí se sentem num patamar superior, com a ilusão de pertencimento e merecimento que não condiz sequer com que a Bíblia diz.
De fato estamos sendo cuidados e acompanhados por algo ou alguém que não cabe na nossa compreensão limitada, temporal, finita. Jamais poderemos definir este ser, força, energia, espírito. A religião chama de Deus, mas cada ser o molda segundo sua imagem e semelhança, muitas vezes humanizando-o para que caiba dentro de seus conceitos.
Jesus passou três anos e meio desconstruíndo a ideia do Deus terrível que a religião judaica construiu. Apresentou ao mundo o Pai que conduzia sua vontade motivado pelo amor e que para agradá-lo, bastava ser como Cristo, trilhando este caminho que foi desejado de antemão para nós. Assim, enxergando-se como parte de um todo, cada homem enxergando o outro como sua própria extensão, seríamos um, da mesma forma que Jesus era um com o Pai.
Desde o início, quando Moisés ensinou aos hebreus a narrativa da criação, falou de um homem que desobedece a única lei que recebeu. Ele não estava falando de um adolescente que ferrou com a humanidade. Estava falando da tendência humana de esquecer a soberania de Deus, a tendência em se colocar no centro para se satisfazer, a tendência em não reconhecer os próprios erros e apontar o outro, a tendência em escolher seus próprios caminhos sem levar em conta as consequências. Mas a religião é cegueira provocada por uma luz artificial, tão grave quanto as trevas de antes.
Prova disto é que dentro das instituições, quando se refere a pecados, tem tudo que tem do lado de fora, provando que não faz diferença o endereço, a agenda, o tempo que o nome está no rol de membros. Homem é homem, sempre pecador, no caso de alguns, apenas mais hipócritas que os outros.
Se olho para trás, revendo meus processos, chego a sentir vergonha de ter sido uma das iludidas que achava que estava no lugar certo, quando o que Cristo queria, era que entendessemos a mentalidade certa. Ele não ensinou religião, cristianismo veio depois. Ele ensinou o amor e a partir dessa essência é que se compreende todo o restante que realmente importa e prevalece para a eternidade.