Você é culpado quando peca, mas também quando faz pecar.
É culpado quando transgride, mas também quando acusa. É culpado por displicência, é culpado por conivência.
É culpado quando concretiza o erro, mas também quando o planeja
É culpado quando adultera, mas também quando deseja. É culpado quando rouba, mas também se cobiçar
É culpado quando mata, mas também quando odeia
É culpado quando age, mas também quando se omite
Se tropeçar numa lei, é culpado por todas
Porque não tem errinho e errão, pecadinho e pecadão, meio certo e meio errado, você é culpado.
Com o dedo em riste para o erro do próximo, você se condena pela consciência.
Teu julgamento pune o próximo, mas absolve a própria concupiscência.
Faz pecar o débil, enquanto se julga livre
Mas é livre apenas quando escolhe o abismo, porque jamais conseguirá ser bom. É culpado.
Sua justiça é trapo de imundície.
A mensagem do Evangelho é está: você é culpado, dono de uma dívida impagável, réu irremediável, porém o Justo se fez culpado no seu lugar, sua justiça pagou seu preço num mercado de escravos. Te fez livre, alforriado, tirou sua condenação. Riscou o escrito de dívida, se deu no seu lugar. Apesar de toda a sua culpa, te justifica nos méritos dele, jamais nos seus.
Da morte para a vida. Portanto quando olhar teu próximo com olhar de acusação, lembre que você é culpado, apesar da absolvição. Quem recebeu misericórdia, tem misericórdia por gratidão.