Penso eu que a casa da gente é tudo sobre nós, principalmente nossos armários e cantinho de repouso. Tudo está alí nos detalhes, na forma que a gente cuida, no que representa e fala ao nosso respeito.
Minha casa está longe de ser Clean. Me incomoda o estilo minimalista, porque ninguém veio ao mundo para ser ou ter o mínimo. Estamos aqui para ser nossa melhor versão dia após dia, logo se minha casa me reflete e expõe minha alma, tem que ter meus excessos.
Escolhi um estilo boho porque me identifico com essa ideia de liberdade de agregar coisas que não são necessariamente programadas para combinar. Mas não um boho chique com tons pastéis e muito off-white. É um boho afetivo assim como eu, com os registros de uma vida inteira.
Tem muitas cores, muitas texturas e principalmente muita natureza: madeira, palha, ferro, barro... Só não tenho muitas plantas naturais porque não tenho o dom de cuidar delas, então optei por fazer meus próprios arranjos mortos, afinal o artificial também faz parte do todo.
Meu romantismo me faz encher a casa de almofadas, cortinas e tapetes, muito artesanato. Preciso desse aconchego para acalmar meus sentidos e pensamentos no fim do dia. Não gosto do vazio, da frieza, da monotonia que vejo por aí.
E por fim, minha casa está repleta de lembranças das viagens, de alusões à fé e às pessoas que amo. É uma casa simples e funcional, mas também é um lar habitado pela alegria das crianças, bagunça do cachorro e muito silêncio durante a semana.
Eu realmente amo abrir minha porta e entrar. Cada cantinho que olho, vejo um pouco de mim. Sinto vontade de voltar pra casa e o melhor lugar do mundo pra mim é o meu lar.