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quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

injustos juízes

Priscila Alcântara, Leonardo Gonçalves, Kleber Lucas, cito esses nomes só pra chamar atenção, porque quero mesmo é falar de quem os ataca. Volta e meia assisto discussões ferrenhas entre os que são religiosos e constituem a si mesmo como juízes uns dos outros, classificando pessoas e destinando ao inferno quem não compraram com sangue. 
É incrível como os legalistas de hoje ainda não compreenderam que o pródigo nunca deixou de ser filho e que cada ser humano tem seu próprio processo. Que o que fica, não só já condenou o que vai, como reprova inclusive a bondade do Pai. 
Um olhar menos hipócrita, enxergaria que entre a meia dúzia de convertidos que há no vosso meio, tem também os omissos, os alienados e os filhos do inferno sugando a energia do trigo. E que estar num rol de membros, ou com um diploma de pastor na mão, ou cumprir uma agenda religiosa não garante a ninguém um relacionamento com Deus. 
Que se estivessem se importando de fato, estariam buscando com pranto uma nova reforma com menos distorções da Bíblia, porque nem tudo é ignorância, na maioria das vezes é má fé mesmo. 
Quem resgata o homem é a Graça de Deus e Ele mesmo arregala os olhos dos filhos para a própria miséria. Se cada um chorasse e lamentasse pelas próprias falhas, não sobraria tempo para fiscalizar a caminhada alheia. 
Ainda que seja possível enxergar joio e trigo, o trabalho de separar não é nosso. À Igreja cabe anunciar que o preço foi pago e acolher quem o Espírito ajunta. Se entra no meio de vocês uma prostituta, um ex presidiário, um travesti, vocês não sabem o que fazer com eles, como querem conduzir o entendimento de quem se enxerga como filho? Não souberam o que fazer comigo que sou mãe solteira, como acham que podem resgatar quem escolheu ficar bem longe da bocarra cheia de bravatas e hipocrisia de vocês? 
Cada um responderá pelas próprias escolhas e enquanto há vida, todo mundo pode se esvaziar da caduquice dos seus conceitos. Deus cuida de cada um. Quando o pródigo lembra do pai, não é com o discurso condenatória do filho que acha que não erra, mas vem com gratidão. E o Pai só tem pra ele, festa.