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domingo, 12 de julho de 2020

De Adão à Cristo

A evolução humana, segundo o Evangelho, é o homem sair da condição egoísta representada por Adão, que tirou o Senhor do centro para atender sua carne que desejou ser como Deus, caindo em desgraça.

Numa decisão, o homem renasce olhando para Cristo, que é a figura da renuncia de si mesmo para fazer a vontade do Pai. O amor encarnado que prioriza a necessidade do outro e muitas vezes nega a si mesmo para fazê-lo. Sair do egoísmo em direção ao amor, nisto consiste a caminhada humana.

Jesus não ensinou uma nova religião, já que um pouco de fermento leveda a massa inteira. Ensinou um modo de vida, um novo nascimento, com novas atitudes.
Não é sobre mudar a agenda, é sobre mudar o olhar, assim mesmo, nos encontros.

O grande paradoxo das religiões, é o homem se ajuntar para se separar. E assim, cada um no seu gueto, cuidando dos próprios interesses, próprios problemas, próprio círculo de convivência, erram o alvo.

Quando Jesus falou em luz e sal, estava falando de SER no meio do todo. Porque uma pessoa encerrada na racionalidade, é carnal e vê a vida pelo prisma individual: eu sou, eu posso, eu faço, eu realizo.

Mas uma pessoa espiritual, se enxerga no todo, sabe que é UM com os demais. Então chorar com quem chora, se alegrar com quem se alegra, se integrar com a criação, se envolver no interesse global e ver propósito em tudo o que acontece, é o natural. É ampliar o ser, expandir-se, ver o outro como parte de si mesmo, sair do ego e ser amor, a essência de Deus.