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terça-feira, 12 de março de 2019

A mulher cristã e seus opressores



Há um tempo atrás,  num grupo de estudos bíblicos no wathsapp, um pastor fez uma brincadeira sobre a solteirice de algumas irmãs "encalhadas" que ia sendo acatada, até a atrevida aqui dar uma resposta que provocou silêncio e a mudança de assunto. Na verdade eu gostaria de ter tido espaço pra falar mais da questão,  mas o objetivo do grupo não era este.  Eu disse apenas que enquanto a Igreja parecia viver em 1950, onde a função da mulher se limita a casar e cuidar de filhos e atividades domésticas,  onde raramente são incentivadas a buscar uma carreira e conquistas pessoais, do lado de fora as mulheres primeiro estudam, crescem, se formam, produzem, acrescentam com seus dons e talentos no funcionamento da sociedade, evoluem e só depois pensam em casar, criar filhos e administrar todas essas coisas nas suas rotinas. Que só na igreja há essa pressão pra mulher "desencalhar".

Por causa desse grande erro, já vi meninas desesperadas atirando pra tudo que é lado porque estavam "passando do ponto" e não aguentavam mais sofrer pressão.  Vi mulheres entrarem em depressão porque se sentiam sobrando e vi meninas novíssimas se casando para cuidar de casa e marido, abandonando os sonhos de suas carreiras.

Alguns podem até argumentar que a Cultura do cristão é paralela à do "mundo", o que considero outro equívoco.  O que deve nos diferenciar são os princípios,  os valores que aprendemos com Cristo. O que precisamos preservar é nossa idoneidade,  caráter,  maneira de nos relacionar com as outras pessoas,  administrar nossa liberdade com responsabilidade... É  nisto que devemos ser firmes e não acompanhar o século e seus conceitos. Nada impede da mulher ser, ter, ensinar, aprender e contribuir com a evolução.

Do lado de fora a mulher ja tem que lidar com a opressão e injustiças, mas do lado de dentro da religião,  sofre a violência da castração do ser.

Antes que alguém diga que estou me doendo porque não sou casada, saiba que isto foi opção de quem presa demais a própria individuação.  Que fiquei pra titia, mas também pra mamãe,  pra vovó e pro que eu quiser ser. Que sempre dei conta das minhas conquistas e não dependi de nenhum dos homens que passaram na minha vida. E sobretudo, sou em Cristo o que fui chamada pra ser.

Definitivamente,  não nasci pra me encaixar em padrão nenhum ( nem dentro e nem fora). Muito menos pra ser domada senão pelo Espírito Santo, que me corrige deixando verdadeiramente livre.

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