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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sobre fanatismos

Muito se fala sobre o fanatismo religioso, sobre as distorções religiosas, mas hoje quero chamar a atenção para um outro tipo de fanatismo que está cada vez mais evidente.

Como sei se corro o risco de ser um fanático? Quando os laços de amor são subjugados pelas ideologias que defendo. Quando o que o outro sente, me importa menos do que a defesa da minha verdade. Isso acontece tanto com os fanáticos religiosos, que não toleram os outros grupos, quanto com os que se revoltam contra a institucionalização da Igreja e deixam de perceber, que estamos tratando de vidas, de amigos, de pessoas que o Evangelho libertou e portanto podem fazer suas escolhas, inclusive a de congregar em templos e ainda assim, serem respeitadas.

Alguns líderes que fomentam essa antipatia, não mencionam o tempo em que estiveram pendurados nas tetas institucionais, gozando de privilégios e sendo tratados como celebridades. Pra que denunciar nessa época, todos os erros onde eram coniventes? Mas bastou que em algum dia, fossem  tratados com a mesma intolerância, preconceito e covardia como qualquer outro pecador, para usarem o mesmo poder de persuasão que tinham antes, para a causa inversa. 

Estão na Graça? Talvez. Mas por que a dificuldade de perdoar seus antigos coniventes? Qual o movimento deles? Vingança. Jogar no ventilador os erros dos outros, como se isto amenizasse os seus próprios erros. Mistificam os próprios pecados, relativizam o ensino de Jesus, para que o Evangelho lhes sirva.

Ou perpetuam um discurso de auto-comiseração, lamentando serem uns excluídos, uns coitados, uns odiados pelos religiosos. Uma síndrome de Messias mal ressuscitado que nunca os deixa livres.

Não; Um homem, qualquer que seja ele, mesmo esses que se dispõem a conduzir rebanhos, sempre estarão imersos em sua humanidade e volta e meia suas feridas latejarão, suas mágos borbulharão até transbordar pela boca.

Reconheço, leio e concordo com muitas de suas ideias, mas não assimilo bem o fato de seus seguidores ganharem o mesmo esteriótipo arrogante, grosseiro e magoado, ao invés de seguirem o exemplo manso e humilde de Jesus.

Líder pra mim é Jesus, o Cristo. Verdade pra mim é o próprio, que à si mesmo denominou assim. É Ele quem vai à minha frente.

Não estou aqui pra defender religião alguma. Muito menos para atacar quem pensa diferente de mim. Estou aqui para acolher e amar a quem quer que seja, para se possível ir junto, no caminho do bem.

As minhas escolhas sou eu quem faço e talvez a sua verdade não sirva pra mim. Ainda assim, no amor, somos UM.

6 comentários:

  1. Q Q Isso!!! Como sempre vc é sábia em suas palavras!!! Que o amor do Senhor prevaleça nos nossos corações independente das circunstancias. Parabens!!!

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  2. Amém, Lu. Quem ama, cumpre a lei de Cristo e isso é tudo. Beijos!

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    1. Neth,

      Desculpa, não entendi muito a mensagem. Me pareceu que vc falou de 2 coisas: os desigrejados porque sofreram e os líderes que, uma vez perdida a "teta", saem e falam mal das antigas denominações. Mas geralmente o que acontece é que esses líderes não ficam "desigrejados", pelo contrário, já procuram abrir uma igreja própria, de preferência pescando no aquário do rival.

      Bjs.

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    2. Oi Lu :)

      Eu citei o fanatismo religioso e o fanatismo anti-religioso, que não deixa de ser uma nova religião camuflada num discurso de liberdade. Porque os seguidores usam os mesmos trejeitos, os mesmos jargões que seus líderes.

      O fato é que as pessoas se decepcionam ou são persuadidas por alguém inteligente e convincente e saem por aí atacando pessoas que tem um pensamento distinto do delas. Não é o que as religiões fazem na cabeça de gente fraca? Pois esses que se julgam superiores, agem igual, com a mesma intolerância.

      beijo

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  3. Ainda estes dias eu pensei: Nenhuma doutrina, ensino pode nos separar do amor de Cristo, ou da nossa comunhão de uns para com outros, a qual só foi possível porque na Cruz toda a inimizade foi desfeita e um só povo foi feito herdeiro com Ele.

    Assim, por mais que sejamos muitos (instituições, doutrinas diversas) somos dependentes do "elo" que nos une, chamado "o sangue da nova aliança"!

    Neste sangue, quer queira ou quer não queira, todos fomos feitos um só corpo no Senhor... e durmamos com este barulho!rssrrsrsrs

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  4. Apesar do Evangelho nos tornar UM em Cristo (espiritualmente), amado, a corruptibilidade humana ainda não permite isso. Quem fatiou a humanidade em guetos, tribos e nações foi o próprio homem. O Desejo de Deus era que todo homem fosse um com Ele.

    Assim, apesar de unidos pelo Sangue, ainda somos inimigos pelos nossos próprios caprichos.

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