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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Tristeza não tem fim, felicidade sim.

Estava meditando sobre felicidade. Certamente já abordei esse assunto neste blog, mas convém conversar mais um pouco.

Hoje, não só os evangélicos da teologia da prosperidade buscam o céu na Terra, mas o conceito geral de felicidade sob o prisma humano, perpetua o sentimento de abandono e vazio, já que segundo meu ponto de vista, a felicidade neste formato, é utopia. Jamais seremos plenos neste corpo corruptível.

De acordo com o ensinamento de Jesus, os bem aventurados são outros. Aqueles que apesar de todas as adversidades, perseguições e injustiças, conseguem guardar Nele sua esperança.

O Evangelho de Cristo, é o da perseguição, da inimizade com o sistema do mundo. A promessa consiste num revestimento interno, nada que nos diferencie ou privilegie em comparação aos não crentes.

Todo esse discurso atraente de promessas e vitórias, de prosperidades e conquistas, são fábulas enganosas e não tem vínculo com a sã doutrina. Servem apenas para manipular quem não se domina.

Quem consegue olhar ao redor, conviver com tanta dor, injustiça e disputas e ainda assim permanecer zen, não conheceu o Evangelho, porque não é possível ser um com o outro e ter paz vendo o outro sofrer. Essa história de ser filho do Rei, é coisa de lunático que não tem senso de comunhão.

Tenho muitos momentos de angústia, de outra forma seria uma pedra e não uma pessoa habitada por Deus. Jesus não incentivou o conformismo e a estagnação, mas a busca constante de auto domínio. Isto é negar-se. E tomar a cruz, é cumprir a parte que nos cabe, as nossas responsabilidades, assim como Jesus tomou a dele.

Felicidade é relativo. Pra muita gente por exemplo, felicidade é fechar o mês no azul, ter paz de consciência pra dormir, ter uma casa agradável, a dispensa farta, ter uma família unida, ter amigos carinhosos, ter o respeito das pessoas... enfim, tenho todas essas coisas, vivo ou não no céu?

Fixar os olhos na minha carência, é no mínimo egoísmo, porque ninguém tem tudo. Por que eu seria mais merecedora? Até porque, se eu fosse mais tolerante com os erros dos outros, não estaria só. Solidão é o preço que pago por não querer menos que o amor, não querer menos do que dou. Vou lamentar o que eu mesma escolhi?

Então, se me acorrento às minhas noites sem carinho ou aos momentos em que não tenho com quem falar, poderia me sentir infeliz e ficar cega pra tudo de bom que tenho e sou. Mas se valorizo a vida que tenho, reconheço que apesar de estar inserida num mundo frio e  cheio de sofrimento, Deus me guarda e supre em tudo.

Dor, sofrimento, perseguição, frustrações, decepções, são episódios necessários e proveitosos pro nosso crescimento. São como impulsos que nos lançam pra cima, se soubermos crescer na situação. Até mesmo as doenças tem um lado positivo que nos dá coragem e perseverança, desde que se guarde a fé. Há dignidade na dor.

Mas as doenças psicossomáticas, que são decorrentes de problemas emocionais viciosos e insistentes, nada acrescentam, senão peso nas costas. Jugo pesado, que carregamos por opção.

Portanto, você é feliz se tem bom relacionamento nos seus encontros, se sabe perdoar e pedir perdão, se guarda a fé e a esperança em Cristo, se acima de tudo, ama.

Espinhos na carne, nos lembram dia e noite a nossa condição, Mas a Graça, continua bastando.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Dois extremos


Dois extremos, tem adoecido o Corpo chamado Igreja: Os que enveredam pela influência da pós-modernidade e os que se deixam levar pelas fantasias evangelicais, que enchem a sã doutrina de penduricalhos dispensáveis.

Dia desses, ouvi uma pérola sobre as gotas de sangue que brotaram e desceram da testa de Jesus, no auge de sua agonia no Getsemani. O pregador leu em algum lugar, que Jesus pode ter tido um infarto ou derrame cerebral. Segundo ele, só nessas condições, é possível transpirar sangue. É mais fácil aceitar uma heresia, do que simplesmente crer que houve uma conversão do suor em sangue.

É como se a revelação bíblica, já não fosse suficiênte. A morte de Jesus, não foi terrível o bastante e carece de uma incrementada.

É como se o mérito de Jesus fosse o tamanho de seu sofrimento e não mais a Sua Perfeição ao se entregar sem nenhum pecado e impureza, depois de caminhar no meio da lama, da podridão... O Lírio puríssimo no meio dos vales.

O outro extremo, é a total ausência de fé. Não sei por que cargas d'água, alguns cristãos ao estudarem mais à fundo a filosofia, escolhem Nietzsche e outros pensadores ateus, para com suas ideias, relativizarem o ensinamento de Cristo, pondo de lado a certeza de que Ele era antes de todas as coisas e que tudo foi conforme deveria ter sido.

A maioria não se diz ateu, mas perdem completamente a fé e a visão à partir do espírito. É como uma "miopia" espiritual, que só permite que a visão fique limitada à carne e toda a sua corrupção.

Realmente, é muito mais fácil confessar o fracasso, mas por que, se temos a Graça conquistada pela Perfeição do Cordeiro de Deus?

O perigo dos cristãos seguidores de filósofos ateus é este: não conseguem vislumbrar o que receberam na Cruz, por motivos óbvios.

O pensamento de Nietzsche, é centrado em alguém que enxerga a vida à partir da carne, enquanto os cristãos genuínos, vêem à partir da Cruz.

Sem a fé, sobra apenas o que somos. Mas pela fé, já não importa o que somos. Importa o que Cristo é. Importa que a Perfeição comprou os imperfeitos e não foi em vão que nos deu o Seu Espírito como penhor.

Se estou só, realmente sou um fracasso. Mas se  estou em Cristo, sou mais que vencedora.

Não que haja mérito em mim, mas o preço foi pago, pra que eu vencesse Nele. E vencer, não é outra coisa, senão poder dizer não ao meu ego e às minhas concupiscências.

Sem a fé edificada na Rocha, sobra ilusão ou desilusão.