Esse vídeo hoje me fez chorar e relembrar algumas coisas que eu meditava ontem, sobre o que quero fazer com minhas ofertas no próximo ano (pra quem não tem acesso ao You Tube, se trata da Ong Caminho Consciência, mostrando a realidade de crianças africanas torturadas por suas tribos por serem consideradas bruxas, acolhidas, cuidadas e instruídas no Evangelho, pela ong).
Famílias inteiras se mobilizam hoje para se encontrar.
Sem entrar no mérito de que o Natal é uma data comercial e que Jesus sequer nasceu em dezembro e que a instrução é de que lembrássemos de sua morte até que os séculos se consumam, pois a morte de Jesus sim, é o evento mais importante para o cristão, é de suma importância para nós, lembrar que Deus esteve encarnado na Terra, nos ensinando a amar, como Ele mesmo nos amou.
Mas desde ontem venho meditando sobre a distinção entre ser cristão e ser evangélico (no sentido mais pejorativo da palavra). Entre muitos outros temas, eu pensava no dízimo que os evangélicos entregam na igreja, para "sustentar a casa do tesouro".
Trouxe à memória então, que o dízimo como lei mosaica, foi intituido para que houvesse igualdade social entre as tribos israelitas. Naquele tempo, quem tinha terras, separava uma porcentagem, para aqueles que não tinham direito à terra, pudessem se alimentar e sustentar o tabernáculo. Entre esses, haviam os sacerdotes Aarâmicos e os Levitas, mas também os órfãos, as viúvas, os estrangeiros e todo o que necessitasse deste mantimento. Era a provisão de Deus, para que nada faltasse àqueles que não podiam plantar e criar gados. Dízimo nunca foi dinheiro, mas grãos, sementes e tudo o que a terra dá.
Quando a Igreja de Cristo foi instituída, a instrução para o uso das contribuições, era a mesma. O envio de missionários que proclamariam o Evangelho e o socorro aos necessitados. Com a prostituição da Igreja com a política, em Roma, a Igreja deixou de ser perseguida e ganhou o direito de construir templos, nos moldes que o Imperador Constantino determinou, agregando costumes pagãos em suas práticas. (O próprio Jesus pôs o Templo "abaixo" com sua morte, tornando-se Ele mesmo o templo).
O protestantismo veio após, tentando uma reforma, mas continuamos construindo templos e consequentemente, perpetuamos os dízimos da velha aliança, para garantir que as contas dos novos empreendimentos fossem pagas. Ou seja, a contribuição espontânea, com alegria e segundo a prosperidade de cada um (suficientes para manter a Igreja nos moldes da primitiva), ensinadas por Paulo, foram aliançadas à antiga lei do dízimo, sob ameaça de infidelidade para os que entenderam que já não estão mais sob a Lei.
Alguns argumentam que Abraão dizimou à Melquesedeque, mas passam de largo pelo fato dele ter ofertado 10% dos despojos de uma guerra e não do seu sustento. Usam também Jacó, que não foi instruído à dizimar, sem levar em conta da barganha que ele fez. Mas o dízimo como Lei, foi instituido por Moisés, junto às outras 613 leis. Todas cumpridas por Cristo.
No Novo testamento, as únicas menções sobre o dízimo, foi quando Jesus chamou os farizeus de hipócritas por serem dizimistas e negligenciarem no Amor e na Justiça. Alí, Jesus estava falando à cumpridores de Leis e não à cristãos, portanto deveriam cumprir a todas as leis, mas a indignação de Jesus foi tanta, que ele os condenou.
Também em Hebreus, é mencionado que o sacerdote Melquesedeque recebeu o dízimo de Abraão, mas que Jesus é maior que Melquesedeque porque é o Sumo-sacerdote.
Como hoje, todo cristão tem livre acesso à Deus por meio da Perfeição do Cordeiro sacrificado por nós, todo cristão é Rei e sacerdote e já não precisa de outros mediadores. Nenhum homem no mundo, tem a autoridade para receber dízimos no lugar de Jesus, porque só Ele é digno.
Levando em conta que não somos judeus e não estamos debaixo da Lei mosaica. E levando em conta que a maioria de nós não tem terras para separar a décima parte de seu fruto, ainda que convertêssemos essa oferta em dinheiro, seria certo entregá-la à Jesus, o Sumo-sacerdote e não nos templos.
Onde está Jesus então, para que entreguemos à Ele a nossa contribuição, para que haja mantimento na vida daqueles que não tem sustento? Em Mateus 25: 32 a 46, Jesus se coloca no lugar desses pequeninos, à quem devemos sustentar. Se fizermos à eles, fazemos à Cristo. Se negarmos à eles, negamos à Cristo, nisto sim seríamos infiéis à Palavra de Amor a que fomos instruídos, mostrando que não somos capazes de negar à nós mesmos para seguir o Mestre.
Cada vez que você vir alguma dessas crianças esqueléticas, doentes, comento lixo. Ou um encarceirado que você julga merecedor de sofrimento numa cela que mal dá para dormir. Ou quando vir um forasteiro (que é todo aquele que sofre preconceitos) é Jesus naquelas condições. É aquilo o que as igrejas tem feito à Ele, com sua negligência passível de condenação, porque os dízimos são recolhidos indevidamente e usados para manter templos.
Acho justo que alguém contribua com as despesas do lugar de comunhão, mas não sob o pretexto do dízimo, que é Lei. Na Graça, as contribuições são espontâneas e jamais sob intimidação.
Acho justo que alguém contribua com as despesas do lugar de comunhão, mas não sob o pretexto do dízimo, que é Lei. Na Graça, as contribuições são espontâneas e jamais sob intimidação.
E se quem necessita de ajuda está longe do seu alcance?
Com a possibilidade que temos hoje de ajudar organizações, ongs e instituições ligadas à essas causas, com ajuda financeira através de contas bancárias ou se no caso a igreja que você congrega tenha compromisso com esses necessitados, direcione sua contribuição à esses departamentos. Ou olhe as comunidades ao redor da sua residência, certamente há necessitados mais próximos do que você imagina. Isto é servir à Cristo. Isso é viver o Evangelho.