Esta é a experiências de um amigo, o Rumpus, que resolvi compartilhar com vocês!
"Boa noite a todos,
Vim compartilhar uma experiência que tive que me fez refletir muito (e até hoje faz.)
em meados de março comecei a passar mal, estava com os sintomas da dengue; estava relutante, depois de tantos anos sem pisar num hospital, mas depois de 4 dias passando mal; decidi ir ao hospital. Como não tenho plano de saúde e odeio ter que ficar esperando, decidi ir ao hospital na madrugada. Fui atendido pela médica, que disse que provavelmente se tratava de uma dengue clássica; porém, pediu um exame de sangue para ter certeza. Colhido o sangue, o resultado do exame demoraria uma hora mais ou menos para sair; então fui sentar-me nos bancos da entrada do hospital (que tinha uma TV ligada). Havia muitas pessoas nos bancos; muitos esperando atendimento; algumas pessoas que acabaram de chegar em Brasília e não tinham onde dormir; alguns moradores de rua dormindo (que ocupava muito espaço dos bancos). O local estava cheio, mas havia um banco que só havia um mendigo sentado, provavelmente sozinho porque estava cheirando a cachaça, extremamente sujo e fedendo. Pensei comigo: "antes sentar-me a vontade do lado do mendigo do que ficar me apertando do lado dos outros!". Chegando do lado do banco, vi que o mendigo estava tão sujo que havia sujado o banco também, mas como tinha caminhado até ali e estava meio sonolento por causa do horário, sentei-me assim mesmo. Logo que sentei, o mendigo começou a puxar assunto. A primeira coisa que senti foi seu bafo fortíssimo de cachaça; mas olhei para os lados e pensei, se este mendigo fosse qualquer outra pessoa, eu não conversaria com ele?! Então, procurei ignorar o seu cheiro e começamos a conversar, ainda no início da nossa prosa, percebi vários olhares, do segurança do hospital, das pessoas que estavam esperando atendimento, do enfermeiro, do atendente....olhares de estranhos, talvez de espanto, não sei. Já que eu estava com minha camisa impecavelmente branca, cheirando a amaciante ainda, cabelo penteado, calçados novos. Uma pessoa simpática, pra não dizer um galã! hehehehhe...A cada minuto que passava, mais olhares me fitavam; em um momento pensei em dizer se havia algum problema de eu estar conversando com ele, se estava incomodando alguém, mas o papo estava tão agradável que preferi não interromper a conversa. Talvez se a conversa tivesse sido gravada e mostrada para alguma pessoa, esta pessoa provavelmente diria que aquela conversa havia acontecido em um aconchegante café, ao sabor de um bom capuccino. O assunto que conversávamos pode até surpreender; conversamos sobre viagens (o mendigo conhecia muito bem e dava com detalhes várias cidades turísticas brasileiras e conhecia também o Paraguai e a Argentina). Sobre política então, tive uma aula. A conversa estava tão agradável que na maior parte do tempo, nem sentia mais o seu mau cheiro. Enquanto conversávamos, eu me perguntava, como ele foi parar nesse estado triste. Depois de conversarmos sobre viagens e política; ele começou a falar de seus maiores problemas; que segundo ele eram dois; a dependência do alcóol e a depressão. Ele me contava que tinha amigos que falavam pra ele parar com esse vício. Que havia um dono de restaurante que oferecia almoço para ele todos os dias, mas segundo ele, quem é dependente do alcóol, e vive num estado de embriaguez constante não consegue comer; que não adiantava nem ele tentar comer porque não descia. Não se tratava nem de ingratidão pelo prato oferecido, mas aquilo era proveniente de sua dependência (no momento da nossa conversa, ele estava sóbrio). Mas me entristeci quando ele começou a falar do sofrimento que era as crises de depressão que as vezes vinha. Ele então me contou, que quando ele se sentia numa tristeza profunda, ele não queria a companhia de ninguém, queria ficar sozinho. Nesses dias ele ía sempre para o mesmo lugar, andava até a esplanada do ministério na madrugada, no extenso gramado que fica em frente ao congresso nacional; ele se sentava debaixo de uma árvore (sempre a mesma árvore). Então altas horas da madrugada começava seu tormento; com os olhos brilhando de lágrimas, contava a saudade que sentia da mãe dele, debaixo daquela árvore ele se enxergava, e via o estado que ele havia chegado; com fome, com frio, desejando o alcóol, sujo, sozinho; ele dizia que não via futuro para ele. Então ele disse que nesse momento ouvia vozes na sua cabeça dizendo que aquilo não podia continuar, que aquele sofrimento tinha que acabar ali, que a vida dele não tinha mais jeito. Dizia que a voz mandava ele se enforcar naquele local, e essa vontade ía crescendo dentro dele e ele começava a chorar muito, mas ele disse que só está vivo até hoje porque nesses momentos ele começa a tentar dizer uma palavra que no início não queria sair de jeito nenhum de sua boca, ele começava a repetir: Jesus...Jesus....Jesus....até conseguir gritar o nome de Jesus. Então ele falou que quando conseguia gritar o nome de Jesus, a voz na sua cabeça sumia e a vontade de dar fim a sua vida sumia. Então ele me disse: "A única coisa que eu tenho na minha vida é a minha fé!". Então depois de ouvir tudo aquilo, emocionado, eu pensei comigo: "Hora, eu tão cristão como sou, tenho obrigação de dar pelo menos uma palavra de conforto para ele". Já havia passado hora de espera do exame, já era 3 horas da manhã e eu estava pensando o que eu iria dizer para ele; foi então que ele perguntou pra mim: "Eu posso orar por você?". Meio surpreso, achando que eu é quem devia orar por ele, disse: "Mas é claro!". O mendigo fez uma oração linda por mim, mas o que me deixou pensativo pelo resto daquela noite e até hoje reflito muito foi o seguinte trecho; já no final da oração, em que ele disse: "Senhor, abençoe-o como o Senhor me abençoou". Alguns poderiam pensar "mas como assim? Você daqui a pouco vai voltar para o seio de sua família, no conforto do seu lar, para a sua vida que não lhe falta absolutamente nada, pelo contrário, tem em abundância e ele é um mendigo sujo e fedido, que benção tão especial é essa que ele recebeu?". Assim que ele terminou a oração eu agradeci e fui buscar meu exame e levar para o médico que confirmou que eu estava com dengue. Saí e o mendigo não estava mais nos bancos, então entrei no meu carro e voltei para casa. Mas aquelas últimas palavras ficaram na minha cabeça ainda por um tempo e refleti muito naquela noite a experiência que eu havia vivido. Mas assim que ele tinha terminado de falar, eu já sabia que benção era aquela; é a verdadeira fé. Quantas vezes eu já me deparei com uma pessoa que aparentemente é cristã, mas ao perder um ente querido se revolta contra Deus. Quando não alcança algum objetivo pessoal se revolta contra Deus. Que quando perde um emprego se revolta contra Deus. Que quando fica doente se revolta contra Deus. Que quando não arruma um namorado(a), marido/esposa, se revolta contra Deus. Que tem fé somente dentro da igreja, que acha lindo o sermão do amor ao próximo, mas se aparece um mendigo na porta da igreja, já se revolta contra o indigente. Ao voltar da igreja, indo para casa, vê uma família deitada na rua perto do lixo, não sente nada, falta jogar lixo encima daqueles que na sua percepção, não são nenhum pouco próximos. Próximo é o bacana irmão da igreja que quando está com a unha encravada o cristão se oferece pra fazer uma oração. É o cristianismo de hoje, o cristianismo da hipocrisia que tenho medo de estar participando. Os teólogos, o teóricos que vivem uma fé na teoria. Mas você quer o que mais? Eu sou bonzinho com meus familiares, falo de Deus para os meus amigos e dou a oferta na missa/culto, pago até o dízimo! Ou sou um super cristão, pois pago a minha mensalidade da salvação que me custa suados 10% mensais do meu salário.
Acredito que naquela noite eu ví uma verdadeira fé, que mesmo sem ter nada ainda tem o que agradecer. Não o julgo pelo seu vício, pois não acho que seja um pecado maior que os meus, que apesar de destruir o corpo, destrói a alma do mesmo jeito que os meus pecados. Talvez, Deus tenha me dado de presente aquela conversa, ou talvez ele estava querendo me dar um ensinamento; ou um puxão de orelha para que eu possa ver o que é a fé e refletir a cada dia sobre o assunto. Mas peço a Deus que ele tenha ouvido a oração que aquele mendigo fez pra mim. Que o Senhor me abençoe como abençoou aquele homem.
A Paz de Cristo!"
Que o Senhor nos abençoe ao ponto de descobrirmos, que tudo o que temos de real valor, é a fé que nos conduz pela vida!
domingo, 27 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Evangelho da Salvação
O Evangelho não soluciona problemas, mas soluciona pessoas. Eis a verdade que precisamos resgatar.
A boa notícia é ter Cristo como companheiro de caminhada. Olhando para ele, podemos nascer para uma outra realidade.
Não em busca do céu geográfico, mas do caráter de Cristo. O inferno e a morte, são concernentes ao que éramos antes. A vida e a salvação, consistem na graça de estarmos livres de nós mesmos, da nossa malignidade.
Eu sei que também o mal te feriu
e que o sofrimento também te alcançou
a dor da injustiça também te fez chorar
e sobre o seu corpo sobreveio o mal
a malignidade não te poupou
toda sorte de covardias se fizeram contra ti
O Senhor tomou minha dor...
se pôs no meu lugar,
se fez vítima para estar comigo
saber o que sinto,
e na morte fomos um,
para ser um eternamente.
Aleluia!
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