Uma vez libertos para que fôssemos verdadeiramente livres, nos resta viver a liberdade de uma consciência que busca mortificar o "si mesmo" e caminha em direção ao outro, como uma imensa família onde um só é Senhor. Está consumada de uma vez por todas pelos méritos de UM e não há mais culto que nos justifique diante de Deus, pois o único culto aceito por Ele, foi o Sangue puro do Cordeiro Santo. E somente estando Nele, temos mediação.
Então vem os líderes religiosos, criam uma nova tradição, novos estatutos, novas regras e cabrestos, sempre com a maquiagem do misticismo e perpetua no meio do grupo, o que a Bíblia jamais instituiu. Todos os princípios e valores que o Mestre ensinou à quem o seguiu, se tornou de novo uma religião ditadora e manipuladora de mentes que terceirizam as rédeas das próprias vidas.
É um conjunto de várias práticas, mas vou dar apenas três exemplos: Ceia, dízimo e evangelismo. Comparando o que é e o que virou na vida de muitos encautos, que pensam estar fazendo a vontade de Deus.
Sobre a Ceia: Quando Jesus disse "este é meu Corpo e Sangue, façam isto, comam e bebam em memória de mim" Não estava propondo um micro lanche coletivo com uma migalha de pão e um cálice de suco, em memória do escárnio que sofreu na Cruz. Estava dizendo à Igreja, que assim como deu o Corpo para padecer em favor de muitos pecadores, devemos também oferecer nossa vida em favor dos que caminham conosco e se preciso for, dar até nossa última gota de sangue por causa de Cristo, em memória do que Ele mesmo fez por nós. Estava preparando a Igreja para as perseguições, afrontas e perigos que sofreriam nos próximos dias e até que Ele venha. Estava ensinando o discípulo à priorizar seu irmão, ao compromisso de estar com ele, protegendo, suprindo, se unindo por uma causa, a de sermos um. Então a igreja evangélica se fixa no ritual, mistifica o momento da Ceia, enquanto fortalece a postura do hipócrita, que momentos antes confessa seus pecados acumulados e sai dalí como se nada tivesse feito, porque não discerne o Corpo que é a própria Igreja e comeu e bebeu maldição, porque nada entendeu sobre o vínculo da perfeição que é o Amor.
Sobre o dízimo: Quando Deus instituiu o dízimo como providência de igualdade social entre os que tinham terra e os que viviam para o serviço, os carentes e os estrangeiros, estava apenas garantindo que todos teriam mantimento. Aí Cristo usando de grande sabedoria, mostra aos seguidores da Lei, que apesar do ritual de colher e separar os grãos, eles continuavam malditos, por negligenciar no amor, justiça e misericórdia, porque faziam por hipocrisia e não para saciar o próximo nas suas necessidades. A igreja vem e entende que precisa transformar o dízimo em dinheiro para manter os templos que ninguém mandou construir. E continua negligenciando no princípio da ordenança. Ainda transforma isto em obrigação e coloca o peso das ameaças nos ombros de quem não contribui com o imposto, quando num estudo menos superficial sobre o tema, libertaria na verdade muitos cristãos ludibriados.
Aí vem o religioso que nada entendeu e tenta arrebanhar para o mesmo ambiente de ilusão, outros que ainda não fazem parte e chamam isso de evangelismo. Evangelizar não é fazer proselitismo, nem socar pessoas em fôrmas, nem estimular a frequência nas programações vazias do templo. Evangelizar é tão somente anunciar ao mundo que o preço foi pago, para que se alegrem em Cristo e tenham uma vida de leveza e fundamentada no amor ensinado por Ele.
A Igreja de Cristo prevalecerá até a consumação dos séculos, quando vencedora se unirá finalmente ao Noivo nas bodas do Cordeiro. Sua essência é o amor que recebeu primeiro e correspondeu quando viu o próximo como extensão de si mesmo e o serviu como gostaria de ser servida.
Toda essa segregação que classifica pessoas, que se baseia nos próprios méritos e esforços pra se manter nos trilhos de ideias de homens, tudo isso é apenas distração para o corpo e a alma, não tem nada de espiritual. São meninos se alimentando eternamente de leite, atrofiando o crescimento que os tornariam cooperadores de Cristo no chão da vida e não num cercadinho de concreto.
Deus se agiganta na vida do que se reconhece pequeno, frágil e dependente, porque este, constrangido pelo grande amor com que foi amado, por estar enxertado na Boa Oliveira que é amor, só tem como frutificar segundo Cristo, pondo em prática suas palavras que são espírito e vida para quem crê.
Que o Senhor arregale os olhos espirituais dos homens de boa fé.
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